Ministro das Relações Institucionais, Ricardo
Berzoini afirma, em entrevista ao 247, que o governo preferia criar
apenas uma CPI para tratar de todos os temas cobrados no Congresso, mas
como não foi possível, a base trabalhará para instalar uma comissão
sobre o caso Siemens-Alstom; "Vamos cobrar do senador Aécio Neves (PSDB)
e de todos os senadores da oposição assinaturas para outras CPIs",
anuncia; ministro diz que o governo já trabalha com a ideia de
instalação da CPI da Petrobras, uma vez que o recurso que será
apresentado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não
terá efeito suspensivo; para ele, investigação será positiva para
"desmontar argumentos" divulgados pela imprensa
247 – O governo já trabalha com o cenário de que
a CPI da Petrobras será instalada no Congresso, afirmou nesta
quinta-feira 24, em entrevista ao 247, o ministro das Relações
Institucionais, Ricardo Berzoini. Segundo ele, o recurso que será
apresentado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para
tentar reverter a decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal
Federal, não tem efeito suspensivo.
Sem conseguir uma CPI ampla, os governistas trabalharão, agora, para
investigar o caso do cartel que envolve governos do PSDB. "Nós
preferiríamos que fosse uma única CPI, porque em todo caso se trata de
patrimônio público, mas já que não foi possível, a base do governo vai
trabalhar pela criação de uma CPI sobre o caso Alstom-Siemens, que
envolve bilhões em recursos públicos desviados", afirmou Berzoini.
"Vamos cobrar do senador Aécio Neves e de todos os senadores da
oposição assinaturas para outras CPIs", anunciou o ministro. O
pré-candidato tucano chegou a dizer, há cerca de duas semanas, que para
viabilizar a investigação sobre a Petrobras, estaria disposto a assinar
qualquer CPI, inclusive do cartel dos trens paulistas. "Eu daria minha
assinatura sem problemas", disse.
O ministro acrescentou que a base também quer incluir a investigação
de denúncias de irregularidades no Ministério da Ciência e Tecnologia
durante a gestão de Eduardo Campos (PSB), atual pré-candidato à
Presidência da República. O Congresso deve apurar a relação da pasta,
durante o comando de Campos, com a empresa Ideia Digital, que faz
campanhas eleitorais e marketing político para o PSB.
Pasadena
Sobre a compra de Pasadena pela Petrobras, Berzoini considera uma
"questão esclarecida". Para ele, inclusive, a CPI deverá ser "muito
positiva" para "desmontar certos argumentos" colocados pela imprensa, a
exemplo do valor pago por Pasadena pela empresa Astra, de quem a estatal
adquiriu posteriormente a refinaria.
Reportagens divulgaram que a empresa pagou US$ 42,5 milhões por
Pasadena, comprada depois pela Petrobras por US$ 554 milhões. Em
depoimentos recentes na Câmara e no Senado, no entanto, a presidente da
Petrobras, Graça Foster, e o ex-diretor da estatal Nestor Cerveró,
desmentiram os números, afirmando que a Astra adquiriu a refinaria por,
no mínimo, US$ 360 milhões.
"Hoje já se sabe que a negociação fez sentido à época, mas que depois
se mostrou um mau negócio. Longe da história que foi desenhada pela
oposição", disse Berzoini. Como não deverá ser restrita ao caso de
Pasadena, o ministro acredita que a comissão deve investigar também
supostas irregularidades da estatal sob o governo do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, como a polêmica negociação com a espanhola
Repsol (relembre aqui).
Brasil 247
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