qui, 24/04/2014 - 12:02
- Atualizado em 24/04/2014 - 12:02
Jornal GGN - A presidente Dilma Rousseff esteve
conectada na manhã de hoje (24) com internautas para responder a
perguntas sobre o Marco Civil da Internet, lei que foi sancionada ontem
(23), durante o discurso de abertura do Encontro Global Multissetorial sobre o Futuro da Governança da Internet – NET Mundial, em São Paulo.
“Há uma opinião unânime entre especialistas e usuários da internet em todo o mundo que a aprovação do #MarcoCivil
pelo Congresso brasileiro foi um avanço histórico. O criador da web,
Sir Tim Berners-Lee, considerou o Marco Civil ‘um presente para a web em
seu 25º aniversário’. Isso porque o #MarcoCivil
assegura a liberdade de expressão, a privacidade do indivíduo e o
respeito aos direitos humanos. Estabelece a governança democrática,
multissetorial, multilateral e aberta, exercida com transparência
estimulando a criação coletiva e a participação da sociedade, governos e
setor privado. Assegura a universalidade, base do desenvolvimento
social e da construção de sociedades inclusivas, não discriminatórias.
Estabelece a diversidade cultural sem imposição de crenças, costumes e
valores. Assegura a neutralidade da rede pois garante que um provedor de
conexão não pode interferir no conteúdo que o usuário queira acessar,
tornando inadmissível restrições por motivos políticos, econômicos,
religiosos ou de qualquer outra natureza. #DilmaResponde”, foi a mensagem de abertura do bate-papo.
A sessão de perguntas e respostas foi aberta na página do Facebook do Palácio do Planalto e teve como nome “Face to Face com Dilma”.
Durante exatamente uma hora, a presidente respondeu a onze perguntas
selecionadas entre quase mil participações, além de também retornar
comentários de afetos dos internautas.
A primeira pergunta feita a presidente abordava um dos assuntos mais
polêmicos do Marco Civil da Internet: a neutralidade da rede, que prevê
que as operadoras de telecomunicações devem tratar todos os dados e
pacotes de serviços de forma igualitária, sem distinção entre os
serviços online. Ao fazer a questão, o internauta Victor Campos Mello
falou de “traffic sharping”, a limitação do tráfico de dados, de acordo
com o conteúdo ou decisão da operadora.
Dilma respondeu: “A neutralidade na rede proíbe o traffic shaping,
que a operadora priorize um conteúdo em detrimento do outro. (...) O
responsável pela transmissão, comutação ou roteamento, de acordo com o
art. 9, tem o dever de tratar de forma isonômica quaisquer pacote de
dados sem restrição por conteúdo, origem, destino, serviço, terminal ou
aplicação.”
Sobre a garantia de entrega da velocidade da Internet, a presidente
afirmou que o governo brasileiro está desenvolvendo um programa nacional
de banda larga para assegurar a um custo justo o aumento da capacidade
da internet e de sua qualidade. Dilma disse ainda que, a partir de
novembro, o regulamento que estabelece que o provedor é obrigado a
assegurar um mínimo de 70% da capacidade contratada aumentará para 80%.
Em outra resposta, completou: “é vedado às empresas e aos governos a
violação da privacidade de dados, seja no que se refere a pessoas, no
que se refere às empresas, e ao governo” e adiantou que sobre esse tema
haverá um decreto de regulamentação para assegurar a privacidade. “Fique
atento, porque esse processo de discussão será aberto a todos”.
Dilma Rousseff defendeu, também que o “nosso #MarcoCivil é
a legislação mais avançada no mundo”, reconhecido no encontro NET
Mundial por líderes, como Sir Tim Berners-Lee, o CEO da ICANN, Fadi
Chehadé, o Vint Cerf, vice-presidente do Google e Nnenna Nwakanma.
Sobre o Marco Civil iniciar uma ditadura ou censura, Dilma respondeu:
“podemos atribuir isso ao próprio conservadorismo das pessoas”.
A presidente mais uma vez fez referência às interceptações de
comunicações reveladas com o esquema de espionagem norte-americano e à
sua proposta durante o discurso na 68ª Assembleia-Geral da ONU, de um
Marco Civil global para governança e uso da internet.
“Acreditamos que nenhum país tem o direito, sob quaisquer alegações,
de espionar pessoas, empresas e outros países. (...) Não é democrática
uma internet submetida a arranjos intergovernamentais que excluam os
demais setores. Tampouco são aceitáveis arranjos multissetoriais
sujeitos a supervisão de um ou poucos estados. Queremos democratizar a
relação dos governos com a sociedade e entre os governos. Queremos mais
democracia, e não menos”, ressaltou.
Blog do Luis Nassif
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