País terá uma semana curta e tensa à espera dos
próximos desdobramentos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que
prendeu o doleiro Alberto Yousseff; divulgação da cena em que ele
supostamente descobre equipamentos de escuta ambiental em sua cela foi,
na visão de especialistas, álibi para que ele possa fazer uma delação
premiada – o que já havia feito no caso Banestado; circula o rumor de
que, antes do feriado de Primeiro de Maio, na quinta-feira, empreiteiras
serão alvo de batidas da PF; tubarões serão presos?
247 - Uma
semana curta e tensa, marcada pela expectativa com os próximos passos da
Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que prendeu o doleiro Alberto
Yousseff, e o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Assim serão
os próximos dias em Brasília e nos meios econômicos ligados ao
financiamento de campanhas políticas.
Tanto Yousseff como Costa vêm sendo
assediados para fazer delação premiada. O ex-diretor da Petrobras, que
chegou a divulgar um bilhete dizendo-se ameaçado pela Polícia Federal,
rechaça a hipótese (leia mais aqui).
Mas, em relação ao doleiro, não há tanta certeza. Isso porque, no caso
Banestado, investigação conduzida pelo juiz Sergio Moro, o mesmo da Lava
Jato, Yosseff conseguiu se safar depois que passou a contribuir com o
Ministério Público, também num acordo de delação premiada. O advogado
que o convenceu a colaborar com a Justiça, Antônio Figueiredo Basto, é o
mesmo que hoje o atende.
Um indício de que Yousseff irá
contar o que sabe é uma foto divulgada há algumas semanas, quando ele
exibe equipamentos de escuta ambiental supostamente descobertos por ele
na carceragem. Segundo especialistas, a Polícia Federal não cometeria um
erro tão primário de deixar os grampos à vista de seus alvos. A imagem
de Yousseff, portanto, serviria apenas como álibi para que ele possa
contar o que sabe, sem temer represálias.
Segundo o inquérito da Lava Jato,
ele teria usado o Laboratório Labogen para lavar US$ 113 milhões. Parte
desses recursos viria de empreiteiras como o Consórcio Nacional Camargo
Corrêa, que atuou na refinaria Abreu e Lima, no porto de Suape, em
Pernambuco.
Caso Yousseff esteja mesmo
colaborando com a Justiça, a semana promete grandes emoções. Há a
expectativa de batidas em escritórios de grandes empreiteiras antes do
feriado de Primeiro de Maio e a possibilidade de prisões de tubarões
ligados ao financiamento de campanhas. Caso empresários sejam presos
pouco antes do feriado, haverá menor possibilidade de concessões de
habeas corpus pelos tribunais superiores.
Essa possibilidade foi antecipada,
na semana passada, pela colunista Sonia Racy, do Estado de S. Paulo, que
noticiou uma nova ação da PF, decorrente da Lava Jato, às vésperas do
feriado prolongado. A conferir.
Brasil 247
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