17 de abril de 2014 | 01:41 Autor: Fernando Brito
A notícia que Clementino Coelho, irmão do ex-ministro e candidato de Eduardo Campos ao Senado por Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho, era frequente “mesadeiro” do doleiro Alberto Youssef traz complicações ainda maiores para o ex-governador pernambucano, que precisa “fechar a porteira” em seu estado para tentar demonstrar ao país a popularidade que diz ter por lá.
A coisa já não andava boa: uma pesquisa do Instituto Maurício de
Nassau mostrava um cenário de franco favoritismo de Armando Monteiro
Neto, do PTB e aliado de Dilma, com 39% das intenções de voto, contra
12% do candidato de Eduardo Campos, Paulo Câmara.
Há seis meses, segundo o mesmo Instituto, Armando Monteiro tinha 26% e
o então provável candidato do PSB, o próprio Fernando Bezerra Coelho,
tinha 14%.
Alega-se que Câmara ainda é um desconhecido, por falta de qualquer
experiência eleitoral e por ter sido uma escolha pessoal de Eduardo
Campos, com quem tem ligações familiares (é casado com a filha de uma
prima de Eduardo).
Pode ser, embora a sua indicação venha ocupando grande espaço na mídia local no últimos meses.
Mas hoje o blog de política do tradicionalíssimo Jornal do Commercio de Recife
– que leva o nome de seu editor, Jamildo Melo – publicou uma pesquisa
que a Vox Populi teria feito por encomenda do PT, para consumi interno
e, assim, não registrada para divulgação.
Nela, Câmara teria apenas 7% e Monteiro chegaria a 55%. Para o
Senado, o deputado federal João Paulo, do PT, obteria 48% contra o
candidato de Eduardo, Fernando Bezerra Coelho, que teria 14%.
Agora, Bezerra talvez sequer seja capaz de sustentar sua candidatura, diante do envolvimento do irmão e auxiliar.
Se Lula cumprir a promessa de fazer um esforço especial na campanha
eleitoral de seu estado natal e apelar aos pernambucanos pelo voto em
Monteiro e João Paulo, talvez Eduardo Campos tenha uma volta amarga aos
tempos em que Lula o empurrava contra as oligarquias pernambucanas.
O tempo em que ele estava do lado de cá.
Tijolaço
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