terça-feira, 31 de dezembro de 2013
Padilha exalta Mais Médicos: "em 2013 fizemos história"
Em mensagem de fim de ano, o ministro da Saúde
celebra a implantação do programa que já atende atualmente 23 milhões de
brasileiros; segundo Alexandre Padilha, a iniciativa do governo federal
"venceu a tolerância à frente da arrogância e preconceito"; assista
31 de Dezembro de 2013 às 15:32
247 – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha,
exaltou a implantação do programa Mais Médicos em um vídeo de mensagem
de fim de ano. "Em 2013 fizemos história", celebra ele em seu discurso.
"Fizemos história ao ter coragem de implantar o programa Mais Médicos.
Ele provocou um debate que resgata a essência do SUS: o compromisso com
os que mais precisam à frente de qualquer outro interesse".
Segundo Padilha, a iniciativa do governo federal, que já atende hoje
um total de 23 milhões de brasileiros, também "venceu a tolerância à
frente da arrogância e preconceito. Venceu a humanização do atendimento à
frente de qualquer máquina. Venceu o fortalecimento da atenção básica,
decisivo para mudar a mentalidade que ainda prevalece no SUS: a de que
saúde só se faz dentro do hospital".
Assista:
Brasil 247
Breno Altman: Carta de Ano Novo a três camaradas
"Vocês pagam o preço mais alto pela reação da
oligarquia contra os que lutam pela emancipação de nosso povo.
Derrotadas nas urnas desde a ascensão do presidente Lula, as forças
conservadoras buscam incessantemente um atalho para deslegitimar a
esquerda e recuperar o terreno perdido", diz o jornalista Breno Altman,
em carta de Ano Novo, endereçada a José Dirceu, José Genoino e Delúbio
Soares
31 de Dezembro de 2013 às 07:20
Carta de Ano Novo a três camaradas
A José Dirceu, José Genoino e Delubio Soares
Nasci em uma família na qual a palavra camarada sempre representou o valor supremo das relações humanas. Seu significado vai além de qualquer trato protocolar ou laço de sangue. Camarada é irmão de trincheira, parceiro de sonho, companheiro por quem se põe incondicionalmente a mão no fogo.
A José Dirceu, José Genoino e Delubio Soares
Nasci em uma família na qual a palavra camarada sempre representou o valor supremo das relações humanas. Seu significado vai além de qualquer trato protocolar ou laço de sangue. Camarada é irmão de trincheira, parceiro de sonho, companheiro por quem se põe incondicionalmente a mão no fogo.
Tenho orgulho, como milhares de outros brasileiros, em podê-los
chamar de meus camaradas. Nestas últimas horas do ano que se encerra,
apropriadas para se pensar nas batalhas travadas e nas que ainda virão,
esse sentimento de fraternidade e solidariedade é uma resposta ao
partido do ódio e da covardia.
Vocês pagam o preço mais alto pela reação da oligarquia contra os que
lutam pela emancipação de nosso povo. Derrotadas nas urnas desde a
ascensão do presidente Lula, as forças conservadoras buscam
incessantemente um atalho para deslegitimar a esquerda e recuperar o
terreno perdido. Não é outra a razão de seu empenho para forjar a Ação
Penal 470.
A partir de erros reais cometidos pelo Partido dos Trabalhadores,
originários de um sistema político-eleitoral financiado pelo capital
privado, fabricou-se uma das maiores farsas jurídicas da história de
nosso país. Os setores mais retrógados da velha mídia e da corte
suprema, de forma arbitrária e contra provas, deram curso a um processo
de exceção.
Não há novidade neste estratagema. Da cabeça enferma do capitão
integralista Olímpio Mourão Filho, depois general golpista em 1964,
nasceu o Plano Cohen, nos idos de 1937, para justificar o Estado Novo e o
banimento dos comunistas. O conservadorismo não esconde sua frustração
pelo truque, dessa vez, não ter funcionado a contento. O chamado
“mensalão”, afinal, não foi capaz de contaminar a vontade popular,
apesar de ter golpeado duramente o PT.
Não tenho dúvidas que, mais cedo ou mais tarde, esta farsa terá o
mesmo destino que outras fantasias reacionárias do mesmo naipe, como o
Caso Dreyfus ou o Incêndio do Reichstag. A verdade acabará por
prevalecer, desde que se lute incessantemente por seu restabelecimento.
Foi dessa maneira que o tenente Alfred Dreyfus terminou inocentado da
acusação de ter traído seu país. Também foi o bom combate que desmanchou
a mentira sobre o papel do líder comunista Georgi Dimitrov nas chamas
que consumiram o parlamento alemão, durante os primórdios da ditadura
nazista.
O espírito de vingança e perseguição, que nutre o comportamento dos
principais autores da AP 470, talvez seja um sinal que não está tão
longe o dia no qual esta fraude estará definitivamente desmascarada. A
raiva dos tiranetes, togados ou midiáticos, engravatados ou fardados,
costuma ser a expressão reversa do medo de se verem nus, flagrados em
suas manobras e intenções.
Esta gente gostaria de tê-los dobrados e cabisbaixos, apequenados
como quem aceita a culpa e renega a identidade. Os punhos erguidos
diante da Polícia Federal foram o símbolo maior de que a estatura
histórica e moral dos camaradas presos é infinitamente superior a de
seus algozes.
Aquela cena será a mais cálida lembrança do ano para inúmeros homens e
mulheres que formam nas fileiras progressistas. O gesto de quem
responde à dor e ao sacrifício com vontade inquebrável de resistir. De
quem jamais se entrega.
Vou ficando por aqui. A vocês três, um grande abraço. Com votos de um
bom ano novo para todos nós, queridos camaradas, cheio de saúde e
esperança.
Breno Altman
31 de dezembro de 2013
Breno Altman
31 de dezembro de 2013
Brasil 247
Doyle: show de Barbosa custou caro ao País
Jornalista Hélio Doyle contesta versão da
assessoria do Supremo Tribunal Federal, que defendeu a transferência dos
presos da Ação Penal 470 para Brasília (o que já começa a ser
desfeito); "O pretenso formalismo jurídico alegado pela assessoria é um
argumento furado e que custou muito caro aos cofres públicos. Aliás,
ficaria mais barato se Barbosa viajasse para São Paulo e Belo Horizonte e
fizesse os presos se apresentaram a ele lá. Mas aí Barbosa não teria
promovido o show para a imprensa no feriado da proclamação da
República", diz ele
31 de Dezembro de 2013 às 13:29
Por Hélio Doyle
A assessoria de imprensa do Supremo Tribunal Federal, ou que nome
tenha, respondeu assim aos que criticaram a transferência dos presos da
AP 470, o chamado “mensalão”, para Brasília: “Os presos têm de se
apresentar ao juiz que os prendeu”.
A assessoria, em nome da credibilidade profissional dos que a
integram, deveria ter ficado calada. Os presos transportados para
Brasília no voo midiático planejado pelo ministro Joaquim Barbosa não se
apresentaram a ele, o “juiz que os prendeu”. Barbosa, aliás, estava de
folga no Rio.
O pretenso formalismo jurídico alegado pela assessoria é um argumento
furado e que custou muito caro aos cofres públicos. Aliás, ficaria mais
barato se Barbosa viajasse para São Paulo e Belo Horizonte e fizesse os
presos se apresentaram a ele lá.
Mas aí Barbosa não teria promovido o show para a imprensa no feriado da proclamação da República.
Brasil 247
Sem tempo para Jefferson, Barbosa cai no samba
Presidente do STF termina o ano sem prender o réu
confesso Roberto Jefferson que administrou R$ 4 milhões do caixa dois do
PTB; o motivo: "falta de tempo"; ontem, no entanto, ele encontrou tempo
para cair no samba no Rio de Janeiro, onde agiu como candidato à
presidência da República; na foto, ele aparece ao lado da atriz Taís
Araújo, no Clube Renascença, no Andaraí; era um dos últimos dias úteis
do ano para determinar a prisão de Jefferson, mas ele preferiu sambar e
distribuir apertos de mão
31 de Dezembro de 2013 às 10:49
247 - O presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), Joaquim Barbosa, que prendeu os petistas condenados na Ação Penal
470, durante o feriado de 15 de novembro, numa clara ação midiática,
mas que até o último dia do ano não determinou a prisão do réu confesso
Roberto Jefferson, responsável por administrar R$ 4 milhões do caixa
dois do PTB, por, segundo ele, "falta de tempo", está no Rio de Janeiro,
onde aproveitou a segunda-feira para cair no samba, no Clube
Renascença, no Andaraí. Agindo como candidato a presidente, ele foi ao
evento com traje informal, tirou fotos, sorriu para o público, foi
aplaudido, mas também vaiado, e ouviu apelos para que entre na disputa
eleitoral.
Reportagem do jornal O Globo, que tem dado sinais de que é favorável a
uma candidatura de Barbosa, acompanhou a visita do ministro à festa.
Segundo a matéria, Barbosa não quis falar de política e, perguntado se
cairia no samba, foi categórico: "Não vou sambar". E brincou: "Já viu
mineiro sambar?".
O Globo, com um texto claramente favorável ao ministro, reproduziu
declaração de José Barbosa, comandante da Marinha, que conversou com o
presidente do STF: "Eu apertei a mão do maior homem do Brasil, não vou
nem dormir hoje. Eu disse pra ele: concorre à Presidência, não abre mão
não. Ele acenou com a cabeça". Atenderá ele ao pedido?
Brasil 247
Salário mínimo de R$ 724 entra em vigor amanhã
Mariana Branco
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O novo salário mínimo de R$ 724 passa a vigorar amanhã
(1°). O valor é 6,78% superior aos R$ 678 atuais. O percentual está
acima da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo que,
segundo a projeção mais recente do boletim Focus, divulgada no início da semana passada pelo Banco Central, deve fechar o ano em 5,72%.
O aumento do salário mínimo está previsto na Lei Orçamentária Anual de
2014, e foi aprovado pelo Congresso na semana anterior à do Natal. No
dia 23 de dezembro, a presidenta Dilma Rousseff assinou o decreto com o
reajuste e confirmou o novo valor em sua conta no Twitter.
Segundo informações do Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos, o mínimo injetará R$ 28,4 bilhões na economia
em 2014. De acordo com cálculos da entidade, o novo valor permite a
compra de 2,23 cestas básicas. Trata-se da maior relação de poder de
compra desde 1979.
O salário mínimo passou a vigorar no Brasil em 1º de maio de 1940,
durante o governo Getúlio Vargas. A Constituição Federal estabelece que o
valor deveria ser suficiente para suprir as necessidades básicas do
trabalhador e de sua família: alimentação, moradia, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência Social.
Agência Brasil
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
Luiz Carlos Barreto a Dirceu: "vamos sair engrandecidos"
Em mensagem ao ex-ministro, cineasta e fotógrafo
brasileiro diz que imagem de José Dirceu de punhos erguidos, junto com
Genoino, "vai ficar para a HISTÓRIA"; "temos certeza de que vamos
vivenciar esta etapa de episódios sórdidos e sairmos todos
engrandecidos", escreve
30 de Dezembro de 2013 às 17:00
247 - O consagrado cineasta e fotógrafo
brasileiro Luiz Carlos Barreto assina, com sua família, uma mensagem de
solidariedade ao ex-ministro José Dirceu, condenado na Ação Penal 470 e
preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília. O texto foi publicado no blog de Zé Dirceu.
Barreto diz que a imagem do ex-ministro da Casa Civil de punhos
erguidos, junto com o também condenado José Genoino, "vai ficar para a
HISTÓRIA". E afirma, otimista, que "vamos vivenciar esta etapa de
episódios sórdidos e sairmos todos engrandecidos".
Leia abaixo:
Prezado e muito querido Dirceu,
Tivemos muita dificuldade em encontrar as palavras que expressem nossas emoções e sentimentos.
Talvez estejamos querendo negar a realidade dos acontecimentos
absurdos, inaceitáveis. Mas, como dizia nosso saudoso Hélio Pelegrino,
não podemos perder a capacidade de nos indignarmos e transformar nossa
IRA em combustível para agirmos e reagirmos.
Temos certeza de que vamos vivenciar esta etapa de episódios sórdidos e sairmos todos engrandecidos.
Sua imagem, junto com o Genoino, de punhos erguidos vai ficar para a HISTÓRIA.
Um forte e afetuoso abraço,
Lucy, Luiz Carlos Barreto e toda família Barreto (filhos, netos e bisnetos).
Brasil 247
Renan devolve R$ 27 mil aos cofres públicos depois de usar avião da FAB para viagem particular
Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
devolveu aos cofres públicos quantia no valor de R$ 27.390,25 referente
ao uso de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para fins
particulares. A quantia foi paga hoje (30).
Segundo nota divulgada pelo gabinete da presidência do Senado, o
valor dos gastos com a viagem foi calculado pela própria FAB e o
pagamento feito por meio de uma Guia de Recolhimento da União (GRU).
Renan utilizou a aeronave para fazer uma viagem de Brasília a Recife no
último dia 18.
Após a divulgação na imprensa de que Renan Calheiros viajou para a
capital pernambucana para se submeter a duas intervenções estéticas –
implantes de cabelo e cirurgia de pálpebra –, o presidente do Senado
disse que consultaria a FAB para saber se o uso do avião tinha sido
indevido. Agora, após a resposta da Força Aérea, ele decidiu recolher o
valor aos cofres públicos.
Renan adotou a mesma postura em episódio anterior, quando utilizou
aviões públicos para ir ao casamento da filha do senador Eduardo Braga
(PMDB-AM), na Bahia, em junho. As viagens de autoridades e chefes de
poderes em aeronaves da FAB são autorizadas quando ocorrem a serviço e
para levá-los para suas residências em outros estados.
Agência Brasil
Ibovespa perde 15,5% no ano enquanto dólar valoriza 15,3%
Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São
Paulo (Bovespa), fechou o último pregão do ano, nesta segunda-feira
(30), com valorização de 0,47%, aos 51.507 pontos. A alta foi
impulsionada pelas ações preferenciais da Petrobras (+0,89%) e da Vale
(+0,99%), principalmente. Mas o bom desempenho do dia apenas diminuiu as
perdas de 2013, que somaram 15,5%, de acordo com a consultoria
Economática.
Foi a pior performance do mercado brasileiro de ações desde a queda
de 18,11% em 2011, recuperada em parte no ano passado, com valorização
de 7,4%. Com o dólar em alta, registrando recuperação de 15,3% no ano,
cotado a R$ 2,357 para venda no pregão de hoje, o Ibovespa acumulou
perdas de 26% em 2013.
No ano passado, o Ibovespa teve ganhos de 7,4%.
Pelas contas da Economática, a Bovespa teve o segundo pior desempenho
entre nove bolsas acompanhadas pela consultoria. Ganha apenas do
mercado de ações do Peru, que perdeu 24,4% no ano, sem considerar o
câmbio, enquanto o índice Dow Jones, dos Estados Unidos, ganhou 26%, e o
principal índice da União Europeia, o FTSE 300, recuperou 16%. Cita
também ganhos expressivos das bolsas venezuelana e argentina e registra
pequenas quedas das bolsas do México e do Chile.
Agência Brasil
Relatório informa que Genoino está com boa aparência e saúde estável
30/12/2013 - 18h35
André Richter
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um relatório feito pela Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal e obtido pela Agência Brasil
afirma que o ex-deputado José Genoino, condenado na Ação Penal 470, o
processo do mensalão, "apresenta boa aparência e quadro geral de saúde
estável". No dia 26 de dezembro, Genoino recebeu a visita de uma
assistente social e de uma psicóloga, responsáveis pela avaliação
periódica de detentos que cumprem prisão domiciliar provisória. O
documento foi enviado ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
Joaquim Barbosa, pelo juiz Bruno André Silva Ribeiro, da VEP.
Em um breve relatório, as duas profissionais informam que Genoino
declarou não ser necessário passar por consultas periódicas, com exceção
das reavaliações de recuperação da cirurgia cardíaca, prevista para o
dia 7 de janeiro, em São Paulo. O ex-parlamentar também relatou que faz
uso diário de medicamentos e que, esporadicamente, faz exames para
verificar a coagulação do sangue, cuja coleta têm sido feita em casa
para evitar deslocamentos.
Genoino está na casa dos sogros de sua filha, em Brasília. De acordo
com a Seção Psicossocial da VEP, responsável pelo acompanhamento de
presos, os comprovantes médicos devem ser apresentados a cada dois meses
para garantir o benefício domiciliar.
Na sexta-feira (27), o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, decidiu prorrogar a prisão domiciliar de Genoino
até 19 de fevereiro de 2014. No entanto, Barbosa rejeitou o pedido de
transferência para São Paulo, e Genoino deverá ficar em Brasília até
nova avaliação médica.
"Considerada a provisoriedade da prisão domiciliar na qual o
condenado vem atualmente cumprindo sua pena e a forte probabilidade do
seu retorno ao regime semiaberto ao fim do prazo solicitado pela
Procuradoria-Geral da República, considero que a transferência ora
requerida fere o interesse público", sentenciou Barbosa.
Agência Brasil
STF pede parecer da PGR sobre investigação de cartel em licitações do Metrô de SP
André Richter
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal,
pediu à Procuradoria Geral da República (PGR) parecer sobre o inquérito
do suposto esquema de formação de cartel em licitações do sistema de
trens e metrô de São Paulo.
Ele determinou que o nome completo dos investigados conste da lista
de consulta processual do STF. Antes da decisão do ministro, o processo
era identificado pelas iniciais dos envolvidos. A decisão foi assinada
no dia 20 de dezembro.
Após parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o
ministro poderá determinar que a parte da investigação que envolve
pessoas sem foro privilegiado retorne à Justiça Federal em São Paulo. Se
isso ocorrer, somente parlamentares citados no processo responderão ao
processo no Supremo.
No dia 12 de dezembro, a investigação foi enviada pela Justiça
Federal ao STF, e a relatoria ficou com a ministra Rosa Weber. A
ministra rejeitou o processo, que foi enviado a Marco Aurélio devido a
um pedido de acesso à investigação encaminhado anteriormente ao
ministro.
O inquérito chegou ao Supremo por causa da inclusão do nome do
deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP). Como o parlamentar tem foro
privilegiado, as acusações só podem ser analisadas pelo STF. Além de
Jardim, pelo menos nove envolvidos são investigados, entre eles três
secretários do estado de São Paulo.
No processo, são apurados os crimes de corrupção, evasão de divisas e
lavagem de dinheiro. As investigações indicam que as empresas que
concorriam nas licitações do transporte público paulista combinavam os
preços, formando um cartel para elevar os valores cobrados, com a
anuência de agentes públicos.
Agência Brasil
Segurança em penitenciárias do Maranhão terá reforço da PM por tempo indeterminado
Thais Araujo
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Diante da crise prisional no Maranhão, os 60 policiais
militares destacados para reforçar a segurança nas oito unidades
penitenciárias do Complexo de Pedrinhas, em São Luís, devem permanecer
no local por tempo indeterminado. De acordo com a assessoria de imprensa
do governo maranhense, o efetivo está atuando, desde o fim de semana,
principalmente na intensificação das vistorias das celas do complexo,
que é o maior do estado. Além disso, para reforçar a segurança noturna, a
Cavalaria da Polícia Militar fará rondas constantes nos presídios. A
ação é coordenada pela Diretoria de Segurança dos Presídios do Maranhão,
criada pelo governo para aumentar a segurança interna nos
estabelecimentos penitenciários.
A atuação dos policiais nos presídios também está sendo acompanhada
pela Comissão de Investigação, criada pelo governo maranhense após
denúncias feitas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo a
assessoria de imprensa do governo, o organismo está apurando as
situações descritas no relatório divulgado pelo CNJ no fim de semana,
segundo o qual, somente em 2013, foram registradas 60 mortes nos
presídios maranhenses, incluindo três decapitações. O documento,
produzido com base em inspeções feitas por integrantes do CNJ e do
Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), também indica que as
unidades estão "superlotadas e já não há mais condições para manter a
integridade física dos presos, seus familiares e de quem mais frequente
os presídios de Pedrinhas". De acordo com a Secretaria Estadual de
Justiça e Administração Penitenciária do Maranhão, atualmente há 2.196
detentos no local, que tem capacidade para 1.770 pessoas.
O relatório, assinado pelo juiz auxiliar da presidência do CNJ,
Douglas de Melo Martins, foi encaminhado ao presidente do conselho,
ministro Joaquim Barbosa. O documento ressalta que o acesso a alguns
pavilhões depende de negociação com os líderes de facções criminosas e
que os "chefes de plantão e diretores das unidades não eram capazes de
garantir a segurança da equipe que inspecionava a unidade, sob o
fundamento de que as facções poderiam considerar a inspeção em dia de
visita íntima como um ato de desrespeito". O texto também aponta que em
algumas unidades, em dias de visita íntima, as mulheres dos presos são
levadas para os pavilhões e as celas são abertas. "Os encontros íntimos
ocorrem em ambiente coletivo. Com isso, os presos e suas companheiras
podem circular livremente em todas as celas do pavilhão, e essa
circunstância facilita o abuso sexual praticado contra companheiras dos
presos sem posto de comando nos pavilhões".
O documento do CNJ enfatiza, ainda, que "a extrema violência é a
marca principal das facções que dominam o sistema prisional maranhense",
e cita um vídeo enviado pelo sindicato dos agentes penitenciários em
que aparece um preso com a pele de uma das pernas dissecada, expondo
músculo, tendões, vasos e ossos, antes de ele ser morto nas dependências
do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
A crise prisional no Maranhão veio à tona em outubro, quando houve uma rebelião no Complexo de Pedrinhas, deixando nove mortos e 20 feridos. O episódio assustou parte dos moradores
de São Luís em razão da suspeita de que a rebelião tivesse sido
provocada por uma disputa entre facções criminosas e que o conflito
pudesse ganhar as ruas da capital maranhense. Após a rebelião, a
governadora Roseana Sarney decretou estado de emergência no sistema
prisional e pediu ao Ministério da Justiça que enviasse efetivos da
Força Nacional de Segurança para garantir a segurança no presídio. Ainda
em outubro, o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública
da União (DPU) encaminharam representação ao procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, pedindo a intervenção federal na administração penitenciária do Maranhão.
Há duas semanas, Janot solicitou à governadora informações
sobre o sistema carcerário no Maranhão para subsidiar um eventual
pedido de intervenção federal no estado devido à situação dos presídios.
Na mesma época, também em razão das mortes provocadas este ano por
brigas entre facções rivais no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, a
Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão da Organização
dos Estados Americanos (OEA), pediu ao governo brasileiro a redução imediata da superlotação das penitenciárias maranhenses e a investigação dos homicídios ocorridos.
Em nota, divulgada em seu site, o governo do Maranhão
reafirma que "sempre agiu em conjunto com todos os setores que atuam na
defesa dos direitos humanos e daqueles que promovem a garantia da
justiça e segurança" e enfatiza que, por meio do Programa Viva Maranhão,
o governo está investindo R$ 131 milhões na construção e no
reaparelhamento do sistema penitenciário do estado. Os recursos servirão
para equipar as unidades com armamentos, portais detectores de metal,
esteiras de raio X, estações de rádio, coletes, algemas e veículos. O
comunicado ressalta também que o sistema prisional do estado terá o
reforço de sete novos presídios e que mais dois, construídos com
recursos do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério
da Justiça, estão com aproximadamente 80% dos serviços concluídos.
Agência Brasil
Por que as pessoas querem ouvir Francisco e não querem ouvir Aécio
Duas pessoas que querem conversar. Uma se chama Francisco. A outra se chama Aécio.
Francisco fala da desigualdade que aflige o mundo. Critica a ganância que leva tão poucos a terem tanto. Defende os pobres incondicionalmente. Fica claramente feliz quando está no meio deles.
A defesa entusiasmada e intransigente dos pobres fez de Francisco, para muitos, a personalidade mais fascinante do mundo, no pouco tempo que a humanidade teve para conhecê-lo.
Levou também a ataques por parte dos que defendem a iniquidade. A direita americana chamou Francisco de marxista.
Francisco disse que não é marxista, e de fato seria curioso um papa adotar o marxismo, uma doutrina que diz que a religião é o ópio do povo.
Mas disse com amor, como sempre: Francisco afirmou que tem amigos marxistas, e que são em geral boas pessoas.
Por tudo isso, todo mundo quer ouvir a voz de Francisco por um mundo novo.
E então vamos a Aécio.
Ele quer conversar com os brasileiros, como disse este ano. Vamos ver o que ele tem a dizer.
Numa entrevista a uma rádio de Pernambuco publicada ontem pelo site do PSDB, Aécio falou de sua visão de futuro.
Ele estava numa região que é o símbolo da iniquidade brasileira. O Nordeste foi tratado, ao longo dos séculos, a pontapés pela elite sulista brasileira.
Mas ele não falou de desigualdade. Não falou dos pobres. Não falou da ganância. Não falou que é triste o mundo tão iníquo.
Em vez disso, Aécio prometeu um governo mais enxuto e mais eficiente.
A agenda mundial é a iniquidade. Não é só o papa que retrata isso. Em Nova York, o candidato que se elegeu prefeito com uma vitória esmagadora centrou sua campanha nisso.
Falou que não pode haver tantos pobres em Nova York. Abraçou-os. Tomou o lado deles contra Wall Street e sua plutocracia predadora. E teve uma das vitórias mais acachapantes da história de Nova York.
Isso em Nova York. Ao povo sofrido do Nordeste brasileiro, Aécio fala de um governo mais enxuto. E quer ser ouvido.
Fala também de um ética. Como se 2013 não tivesse terminando sem que os brasileiros nada soubessem sobre a meia tonelada de cocaína apanhada num helicóptero de uma família amiga dele, os Perrellas.
Como se seu partido não estivesse no meio de um formidável escândalo ligado a propinas no Metrô de São Paulo.
Tudo isso posto, todo mundo quer ouvir Francisco. Tudo mundo quer falar com ele.
E ninguém parece muito interessado na conversa que Aécio propôs.
Entendamos. Se Francisco tivesse proposto um Vaticano “mais enxuto e mais eficiente” ele estaria falando sozinho, como tantos papas antes dele.
Estaria numa solidão patética, como Aécio no Brasil com uma conversa que mostra uma desconexão total com a realidade.
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
Diário do Centro do Mundo
Skaf simboliza a confusão que reina na política brasileira
Paulo Skaf é um retrato da confusão política nacional.
Veja o seguinte.
Presidente da Fiesp, a outrora expressiva mas hoje irrelevante federação de empresas paulistas, ele foi candidato a governador de São Paulo em 2010 pelo Partido Socialista Brasileiro, o PSB.
Skaf, conservador da cabeça aos pés, se vestiu de socialista, portanto, para tentar o governo de São Paulo.
Verdade que em seu verbete na Wikipedia – apresentado pelos editores, numa curiosa advertência, como semelhante a “peça de propaganda” – está dito que, mesmo num partido “socialista”, a plataforma de Skaf em 2010 era “neoliberal”.
Numa foto de campanha de então, ele apareceu com uma zebra. Pedia votos para a zebra, ele próprio. Poucos deram, e ele terminou em quarto lugar.
Bem, Skaf esteve nas manchetes nesta semana graças ao IPTU de Haddad. Ele aparece no noticiário como o homem anti-IPTU, depois que a Fiesp recorreu à Justiça contra o imposto, sob a alegação de que é “inconstitucional”.
Joaquim Barbosa acabou promovendo também Skaf ao recebê-lo em Brasília esta semana para que ele falasse contra o IPTU e, mais ainda, ao tomar seu lado contra o de Haddad na questão.
Skaf é outra vez candidato, agora pelo PMDB, o maior, o mais patético e o mais atrasado conglomerado que existe no Brasil de políticos sem causa a não ser a própria.
O típico peemedebista se perpetua no poder, em geral nas regiões mais vulneráveis a predadores políticos, e só deixa as mamatas no caixão, depois de transferi-las aos descendentes. É o espírito das capitanias hereditárias ainda em vigor, séculos depois.
O Brasil terá avançado na política quando o PMDB não mais existir, ou quando for uma fração do que é.
Paulo Skaf é a cara do PMDB.
Ele tem aparecido bem nas pesquisas. Em geral está na segunda colocação, atrás de Alckmin. Muita gente progressista se assusta com a possibilidade de São Paulo ser governada por Skaf.
Eu diria aos paulistas assustados.
Primeiro, tomem um Frontal para se acalmar.
Depois, tenham certeza: as chances de Skaf, em 2014, são as mesmas de 2010. Nulas.
Com sua cruzada anti-IPTU, Skaf se tornou um candidato interessante para eleitores que já têm um candidato: Alckmin.
Os dois falam para o mesmo público, uma classe média que detesta pagar impostos e que tem raiva de pobres, nordestinos, ciclistas, faixas de ônibus – tudo, enfim, que seja de interesse popular.
Este tipo de eleitor tenderá a optar pelo próprio Alckmin.
O voto “diferente” será canalizado para Padilha, do PT.
Ele chegará à campanha empurrado não pela negação ao IPTU – mas pelo Mais Médicos.
É uma bandeira muito mais forte quando se trata de votos: o Mais Médicos fala para os pobres, e estes são em quantidade muito maior que os opositores privilegiados de um IPTU que beneficiava a periferia.
Se Padilha vai repetir a trajetória federal de Dilma e municipal de Haddad – sair lá de baixo nas intenções de votos para afinal vencer – é, ainda, uma incógnita.
Mas que as ilusões do “socialista” Skaf de 2010 naufragarão novamente em 2014, agora no bote valetudo do PMDB, isto é certo.
Ou batata, como gostava de dizer Nelson Rodrigues.
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
Diário do Centro do Mundo
Mutirões carcerários vivem retrocesso com Barbosa à frente do CNJ
Comparado à gestão de Peluso, período de
Barbosa tem queda de 78% na análise de processos que revisam condenações
injustas ou arbitrárias. Pastoral Carcerária diz que detentos são
ignorados
por Helena Sthephanowitz
publicado
20/12/2013 12:49
Antônio Cruz/Agência Brasil
Uma das boas medidas determinadas pelo Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) foram os mutirões carcerários. Trata-se de
esforço concentrado para analisar processos de presos que já cumpriram a
pena e continuam esquecidos na cadeia por falta de uma ordem judicial
para soltá-los.
Desde 2008, quando se iniciaram os mutirões, até agora, 451.828 processos foram analisados, encontrando mais de 47 mil detentos que estavam presos indevidamente e foram postos em liberdade. O problema é que esse esforço sofreu um grande retrocesso, desde quando o ministro Joaquim Barbosa assumiu a presidência do CNJ, em novembro de 2012.
De agosto de 2008 a abril de 2010, durante a gestão do ministro Gilmar Mendes no CNJ, 20 estados foram visitados, o CNJ analisou 108.048 processos e 33.925 benefícios foram concedidos, seja colocando em liberdade, seja progressão de regime (para aberto ou semiaberto), seja autorizando o trabalho externo, seja extinguindo penas.
A produção do CNJ aumentou na gestão do ex-ministro Cezar Peluso, de fevereiro de 2010 a dezembro de 2011. Foram analisados 310.079 processos, com a concessão de 48.308 benefícios, entre eles 24.884 casos de penas que já haviam sido cumpridas.
Na gestão do atual presidente, Joaquim Barbosa, apesar de ainda estar na metade, já se registra um retrocesso na produção do CNJ de espantosos 78% se comparada proporcionalmente à metade do período da gestão Peluso. Apenas 33.703 casos foram analisados, com apenas 5.415 benefícios concedidos.
Em entrevista ao portal iG, O coordenador da Pastoral Carcerária Nacional, padre Valdir João Silveira, afirma que esses presos são pessoas jogadas no sistema penitenciário e ignoradas pela justiça e pela sociedade. Faltou ao padre acrescentar que são pessoas também invisíveis aos holofotes da mídia, o que não desperta o interesse de alguns magistrados neste trabalho.
Valdir lembra que, embora louvável e importante, os mutirões estão longe do ideal, que seria fazer um pente fino em todo o sistema. Hoje os processos são analisados por amostragem, o que ainda deixa muitos casos no limbo do Judiciário.
O juiz Douglas Martins, Coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do CNJ, acrescenta outros problemas aos já citados. Vê um erro na ação policial determinada por governadores de encarcerar em massa, fazendo uma “opção preferencial pelos pobres", onde 90% dos detentos são envolvidos em crimes contra patrimônio e tráfico de drogas. Segundo Martins, a tendência mundial é o contrário, onde a maioria dos detentos são os envolvidos em crimes contra a vida, e crimes de menor potencial ofensivo tem penas alternativas. Para ele esta política está equivocada, com o Brasil tendo a quarta população carcerária do mundo, em muitos casos "governada" paralelamente por facções criminosas.
Rede Brasil Atual
Desde 2008, quando se iniciaram os mutirões, até agora, 451.828 processos foram analisados, encontrando mais de 47 mil detentos que estavam presos indevidamente e foram postos em liberdade. O problema é que esse esforço sofreu um grande retrocesso, desde quando o ministro Joaquim Barbosa assumiu a presidência do CNJ, em novembro de 2012.
De agosto de 2008 a abril de 2010, durante a gestão do ministro Gilmar Mendes no CNJ, 20 estados foram visitados, o CNJ analisou 108.048 processos e 33.925 benefícios foram concedidos, seja colocando em liberdade, seja progressão de regime (para aberto ou semiaberto), seja autorizando o trabalho externo, seja extinguindo penas.
A produção do CNJ aumentou na gestão do ex-ministro Cezar Peluso, de fevereiro de 2010 a dezembro de 2011. Foram analisados 310.079 processos, com a concessão de 48.308 benefícios, entre eles 24.884 casos de penas que já haviam sido cumpridas.
Na gestão do atual presidente, Joaquim Barbosa, apesar de ainda estar na metade, já se registra um retrocesso na produção do CNJ de espantosos 78% se comparada proporcionalmente à metade do período da gestão Peluso. Apenas 33.703 casos foram analisados, com apenas 5.415 benefícios concedidos.
Em entrevista ao portal iG, O coordenador da Pastoral Carcerária Nacional, padre Valdir João Silveira, afirma que esses presos são pessoas jogadas no sistema penitenciário e ignoradas pela justiça e pela sociedade. Faltou ao padre acrescentar que são pessoas também invisíveis aos holofotes da mídia, o que não desperta o interesse de alguns magistrados neste trabalho.
Valdir lembra que, embora louvável e importante, os mutirões estão longe do ideal, que seria fazer um pente fino em todo o sistema. Hoje os processos são analisados por amostragem, o que ainda deixa muitos casos no limbo do Judiciário.
O juiz Douglas Martins, Coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do CNJ, acrescenta outros problemas aos já citados. Vê um erro na ação policial determinada por governadores de encarcerar em massa, fazendo uma “opção preferencial pelos pobres", onde 90% dos detentos são envolvidos em crimes contra patrimônio e tráfico de drogas. Segundo Martins, a tendência mundial é o contrário, onde a maioria dos detentos são os envolvidos em crimes contra a vida, e crimes de menor potencial ofensivo tem penas alternativas. Para ele esta política está equivocada, com o Brasil tendo a quarta população carcerária do mundo, em muitos casos "governada" paralelamente por facções criminosas.
Rede Brasil Atual
Horizontes da integração latino-americana, por Luiz Inácio Lula da Silva
seg, 30/12/2013 - 10:33
A volta de Michelle Bachelet à presidência do Chile é um fato muito
auspicioso para a América do Sul e toda a América Latina. As notáveis
qualidades humanas e políticas que ela demonstrou em seu primeiro
governo e, posteriormente, no comando da ONU Mulheres, a entidade das
Nações Unidas para igualdade de gênero, conferiram-lhe um merecido
prestígio nacional e internacional. Sua liderança – ao mesmo tempo firme
e agregadora – e o seu compromisso de vida com a liberdade e a justiça
social, fazem de Bachelet uma referência importante em nosso continente.
A consagradora vitória que acaba de obter revela também que o povo
chileno, tal como os outros povos da região, anseia por um verdadeiro
desenvolvimento, capaz de combinar o econômico e o social, a expansão
das riquezas com a sua equitativa distribuição, a modernização
tecnológica com a redução das desigualdades e a universalização de
direitos. E reivindica, além disso, uma democracia cada vez mais
participativa.
Por outro lado, a eleição de Bachelet inegavelmente reforça o
processo de integração sul-americana e latino-americana, na medida em
que sempre apoiou com entusiasmo as iniciativas voltadas para o
desenvolvimento compartilhado e a unidade política da região. Basta
lembrar a sua contribuição decisiva para a criação e consolidação da
União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), da qual foi a primeira
presidente, e para a constituição da Comunidade de Estados
Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). Aliás, nunca houve na América
Latina tantos governantes comprometidos com esse processo.
Estive no Chile durante o segundo turno das eleições justamente
para debater as perspectivas da integração, participando de um seminário
internacional promovido pela Comissão Econômica para a América Latina e
Caribe (CEPAL), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o
Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e o Instituto Lula.
Durante dois dias, 120 lideranças politicas, sociais e intelectuais
dos nossos países fizeram um diagnóstico atualizado e debateram uma
agenda concreta para o desenvolvimento e a integração regional.
Discutiu-se francamente a inserção da América Latina na economia
mundial; a arquitetura político-institucional da integração; o papel das
políticas sociais, especialmente no combate à pobreza; as cadeias
produtivas supra-nacionais; as empresas translatinas; as conexões
físicas e energéticas; a cooperação financeira e os mecanismos de
investimento; os direitos humanos e laborais; a defesa do patrimônio
ambiental e da diversidade cultural.
Há um grande consenso sobre a necessidade da integração, que
interessa na prática a todos os nossos povos e países, independentemente
da coloração ideológica dos respectivos governos. As diversas regiões
do mundo estão se integrando e constituindo blocos econômicos e
políticos, e não faria sentido que apenas a América Latina e o Caribe
deixassem de unir-se. Nossos países viveram secularmente de costas uns
para os outros e todos sabemos o quanto isso foi nefasto em termos de
fragilidade geopolítica e de atraso socioeconômico. Não se trata de um
movimento contra os países desenvolvidos, com os quais queremos
incrementar nosso intercâmbio em todos os níveis, mas de legítima
afirmação da nossa própria região. O aprofundamento da integração
latino-americana – política, cultural, social, de infraestrutura, de
mercados – é um caminho natural e lógico, destinado a aproveitar a nossa
proximidade territorial e cultural e as nossas vantagens comparativas.
Sem falar que, juntos, seguramente teremos mais força para garantir
nossos direitos no âmbito global.
É opinião geral que, na última década, tivemos conquistas
extraordinárias em matéria de parcerias e cooperação. Aumentou a
confiança e o diálogo substantivo entre os nossos países, sem o que não
se conseguiria criar a UNASUL e a CELAC. Mas as relações econômicas
também se expandiram consideravelmente. O comércio, por exemplo, cresceu
de modo impressionante. Em 2002, segundo a CEPAL, o fluxo total do
comércio intra-regional na América do Sul era de U$33 bilhões; em 2011,
já havia atingido os U$ 135 bilhões. No mesmo período, o fluxo no
conjunto da América Latina passou de U$ 49 bilhões para U$ 189 bilhões. E
o seu horizonte de crescimento é enorme, pois somos um mercado de 400
milhões de pessoas e até agora só exploramos uma pequena parte do nosso
potencial de trocas.
O mesmo acontece com os investimentos produtivos. As empresas da
região estão se internacionalizando e investindo nos países vizinhos. No
caso brasileiro, tínhamos poucos investimentos industriais na América
Latina. Hoje, são centenas de plantas, em mais de 20 países. E a
recíproca, felizmente, é verdadeira: existe um número crescente de
empresas argentinas, mexicanas, chilenas, colombianas e peruanas, entre
outras, produzindo no Brasil para o mercado brasileiro.
É evidente, no entanto, que precisamos avançar muito mais. Devemos
acelerar a integração, que pode ser mais profunda e abrangente. Para
isso, com certeza, não bastam as visões de curto prazo. Tenho dito que
necessitamos de um pensamento realmente estratégico, capaz de encarar os
desafios da integração na perspectiva do futuro, dando-lhes respostas
corajosas e inovadoras. Temos que ir, igualmente, além dos governos, por
fundamentais que eles sejam. A integração é uma bela empreitada
histórica que só se concretizará plenamente se lograrmos comprometer
toda a sociedade civil dos nossos países, os sindicatos, os empresários,
as universidades, as igrejas, a juventude.
É imprescindível construir uma vontade popular de integração. O
principal é que todos compreendam o quanto podemos ganhar coletivamente
na economia, na soberania política, na igualdade social, no
desenvolvimento cultural e científico com a associação dos nossos
destinos.
Blog do Luis Nassif
A transmissão de lutas de MMA deve ser proibida?
O deputado José Mentor (PT/SP)
argumenta que sim; "A luta de MMA não é esporte porque não protege o
atleta que a pratica; não é luta marcial porque prega o ataque e a
agressão ao contrário das artes marciais que pregam a autodefesa,
autocontrole e não agressão. MMA é só violência", diz o parlamentar, que
apresentou de lei projeto para que as transmissões – hoje um negócio
milionário promovido pela Globo – sejam suspensas; ele lembra que França
e o estado de Nova York, nos Estados Unidos, proibiram não apenas as
transmissões, como a própria prática do "esporte", que, no fim de
semana, colocou em destaque a fratura de Anderson Silva
30 de Dezembro de 2013 às 07:19
247 - O deputado José Mentor (PT-SP) apresentou
um projeto de lei para que as lutas de MMA não sejam mais transmitidas
no Brasil. Segundo ele, não se trata de esporte, mas de selvageria pura e
simples, que não deveria ser estimulada. Ele lembra ainda que França e
Nova York proibiram não só as transmissões como a própria luta. Quem
sairia perdendo em caso de eventual proibição seria a Globo, que explora
comercialmente essas transmissões.
(sobre o assunto, leia ainda artigo de Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo, e artigo de Ricardo Melo, na Folha de S. Paulo)
Leia, abaixo, a tese de Mentor:
A fratura de Anderson Silva
por José Mentor*
Todos nós lamentamos, profundamente, a situação de Anderson Silva na
luta da madrugada deste domingo (29/12) e somos solidários no seu
sofrimento e na sua dor. Desejamos pronta recuperação.
Destacamos, porém, que situações como essas em outras modalidades
podem ocorrer embora raras e, em primeiro lugar, porque tidas como
fatalidades, já que não fazem parte dos objetivos dessas modalidades ou
são proibidas pelas regras e não foram deliberadamente provocadas. Ou,
em segundo lugar, podem ser intencionais e seus autores são punidos.
Em lutas de MMA, no entanto, golpes como esses pontapés são legais,
fazem parte das normas da luta. Aliás, fazem parte do objetivo da luta
que é atingir o adversário, golpeá-lo, acumular pontos ou finalizá-lo.
Quanto mais forte, mais rápido, mais ferino e mais contundente for o
golpe, mais cedo o lutador comemora sua vitória!
Um pontapé como o desferido por Anderson nesta madrugada contra seu
opositor foi legal, dentro da regra do MMA, para acertar seu oponente,
causar-lhe dano físico, com força, rapidez, contundência. E foi
desferido de forma deliberada e intencional pelo seu autor. Esse golpe
ou fere quem o desferiu ou fere quem o recebeu ou ambos. E, como todos
os outros golpes do MMA (sucessivos socos e cotoveladas na cabeça,
rosto, como os desferidos na luta dessa madrugada) são brutais, buscam
agredir, deliberadamente, 'dolosamente', o adversário.
No 'combate' desta madrugada, são vários os casos de chutes como o
que Anderson Silva desferiu para atingir seu adversário que acabaram em
fraturas de tíbia e fíbula.
No 1º round os sucessivos socos e cotoveladas já mostravam a
violência da luta de MMA. No 2º, o chute que culminou com a fratura de
tíbia e fíbula de Anderson Silva que acabou fazendo da perna do atleta,
da coxa ao tornozelo, um verdadeiro 'S', mostra a contundência dos
golpes da luta. Cena chocante! Inesquecível! Mostra a necessidade da
proibição de exibição dessas lutas pela TV como propomos na Câmara dos
Deputados (Projeto de Lei nº 5.534/2009).
Talvez esse fato faça nossa sociedade compreender melhor porque Nova
York (EUA) e a França, citadas como modelos em tantos casos, proíbem não
só a transmissão pela TV, mas a própria luta (a prática) de MMA.
A luta de MMA não é esporte porque não protege o atleta que a
pratica; não é luta marcial porque prega o ataque e a agressão ao
contrário das artes marciais que pregam a autodefesa, autocontrole e não
agressão. MMA é só violência.
*José Mentor, 65 anos, é advogado e deputado feral pelo PT-SP em terceiro mandato
Brasil 247
TV também perde a guerra para a internet
Assim como jornais e revistas, com muitos títulos
levados à extinção e com tiragem baixa, as emissoras de TV no Brasil
enfrentam queda acentuada de audiência - e não é de um canal para outro,
mas sim da TV para a internet; Globo e SBT, por exemplo, encerram 2013
como o pior ano das suas histórias neste quesito; no horário nobre, onde
estão concentrados os anunciantes, a queda da emissora dos Marinho foi
mais acentuada, devido ao baixo desempenho das suas novelas e do Jornal
Nacional; a TV de Silvio Santos não empolga, com excesso de reprises;
internet já é a mídia mais consumida no país, com mais de 100 milhões de
internautas
30 de Dezembro de 2013 às 10:56
Valter Lima, do Brasil 247 - Ano após ano, a TV
aberta vê minguar o número de telespectadores interessados em sua
programação. O ano de 2013, por exemplo, que se encerra nesta
terça-feira (31), é um daqueles que emissoras como Globo, da família
Marinho, e SBT, de Silvio Santos, querem esquecer. Ambas registraram,
neste ano, sua piores audiências. De 1º de janeiro a 26 de dezembro, a
média diária (das 7h à meia-noite) da Globo na Grande São Paulo (onde
está concentrada a maioria dos anunciantes) foi de 14,3 pontos - 0,3
menos do que em 2012. O SBT encerra o ano com 5,3 pontos de média
diária, ante 5,6 pontos do ano passado. Record e Rede TV também tiveram
ligeira queda.
O que preocupa as emissoras em relação à diminuição da sua audiência é
que ela não está migrando de um canal para outro. O telespectador está
optando por desligar a TV, para acessar a internet. Um estudo inédito
feito pela IAB Brasil em parceria com a comScore, divulgado no ano
passado, atestou isto. A internet já é a mídia mais consumida no país,
com mais de 100 milhões de internautas.
Segundo o levantamento "Brasil Conectado – Hábitos de Consumo de
Mídia", que investigou a importância crescente da web na rotina dos
brasileiros, mostra que a internet já é considerado o meio mais
importante para 82% dos 2.075 entrevistados. Mais de 40% dos
entrevistados passam, pelo menos, duas horas por dia navegando na
internet (por vários dispositivos digitais), enquanto apenas 25% gastam o
mesmo tempo assistindo TV. A internet aparece como a atividade
preferida por todas as faixas etárias, de renda, gênero e região quando
se tem pouco tempo livre, somando 62%.
Até mesmo na faixa nobre (das 18h à meia-noite), onde a Globo sempre
apresentou desempenho invejável e onde estão concentradas suas
principais atrações - as novelas, o Jornal Nacional e a linha de shows
-, a queda da sua audiência foi maior. Caiu de 24,6 pontos (2012) para
23,2 pontos (2013). O SBT passou de 6,7 para 6,5 pontos. A Band foi de
3,7 para 3,5 pontos. A Rede TV! marcou 1,2 ponto neste ano, ante 1,3 em
2012.
Na Globo, as novelas tiveram um ano muito ruim. A novela teen
Malhação, que já chegou a dar 30 pontos de audiência, hoje sofre para
alcançar os dois dígitos, mantendo-se com dificuldade na casa dos 12
pontos. A atual novela das 18h, Joia Rara, também vai mal, com índices
inferiores a 20 pontos. Mas o principal problema hoje da emissora dos
Marinho é a novela das 19h, Além do Horizonte, que, em muitas ocasiões,
aparece com a mesma audiência da novela das 18h, distante dos 30 pontos
desejados pela TV.
O Jornal Nacional, principal telejornal do país, é um dos produtos da Globo com audiência mais declinante.
Vê 2013 também como o pior ano da sua história. Em 2012 e 2013, o
principal programa da Rede Globo registrou perda acumulada de audiência
de 18,4%; na última década, acúmulo de queda no Ibope soma quase 30%.
Neste ano, não passa, na média anual, dos 26 pontos. É o mesmo cenário
desolador do Fantástico, principal programa da Globo aos domingos.
Dificilmente, o programa chega aos 20 pontos.
Nas outras emissoras, a situação não é diferente. A Record, que num
passado recente, chegou a fazer certo sucesso com suas novelas, hoje tem
audiência pífia com a novela "Pecado Mortal", do autor Carlos Lombardi,
ex-global. No turno da tarde também sofre com números que dificilmente
passam dos 5 pontos. Cada ponto no Ibope equivale a 62 mil
telespectadores na Grande São Paulo. No SBT, após o sucesso da novela
infantil Carrossel, que colocou a emissora com audiência acima dos dois
dígitos, agora já vê declínio do interesse do telespectador no seu novo
produto, a também novela teen Chiquititas. Além disso, há excesso de
reprises na TV de Silvio Santos
Assim como jornais e revistas, que vêm sendo superados em audiência pela mídia digital, levando alguns títulos à extinção,
a televisão enfrenta a queda do interesse do brasileiro, que prefere
ver os vídeos do Youtube e se informar pelos sites e redes sociais. Ou
ainda adquirir séries e filmes por canais da internet, como Netflix.
O último muro que ainda precisa ser derrubado em relação à mudança de
hábitos da audiência é o conservadorismo dos anunciantes e das agências
de publicidade, ainda muito presos à TV. Com o público migrando para a
internet, o produto tem que ser mostrado onde a audiência realmente
está.
Brasil 247
domingo, 29 de dezembro de 2013
Globo fará série sobre a mãe de Joaquim Barbosa
Depois da capa da revista Veja com a foto do
ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, ainda criança, com a
chamada "O menino pobre que mudou o Brasil" e da extensa cobertura da
mídia sobre o julgamento da Ação Penal 470, com transmissão em tempo
real das sessões pelos sites e pela Globo News, a TV Globo prepara agora
uma série para o Fantástico, seu principal produto aos domingos, para
contar a história da mãe de Joaquim Barbosa; relações de ministro com
Globo são muito boas; ele até emplacou o filho como produtor do programa
de Luciano Huck; mais uma parte do projeto político-eleitoral de
Barbosa em curso?
29 de Dezembro de 2013 às 13:54
247 - A Globo prepara uma série sobre mães, para
exibir no próximo ano, no Fantástico. Uma das histórias que a emissora
quer contar é a da mãe do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
ministro Joaquim Barbosa, que ganhou ampla notoriedade desde o
julgamento da Ação Penal 470, o "mensalão". Já existem negociações com a
mãe do ministro.
As relações de Barbosa com a Globo são muito amistosas. Além da
cobertura extensa sobre o julgamento da AP 470, com exibição em tempo
real pela Globo News, o ministro conseguiu emplacar o filho na produção
do programa "Caldeirão do Huck", de Luciano Huck (leia mais aqui).
Projeto da Globo com a mãe de Joaquim Barbosa é levado adiante num
momento em que se especula muito sobre a possibilidade de Barbosa
disputar eleições em 2014, podendo ser, inclusive, candidato a
presidente da República. O presidente do PSB, no Rio, deputado federal
Romário, já fez um convite público a Barbosa. Programa da Globo sobre a
mãe do ministro pode ser um mecanismo eficiente para dar a ele mais
popularidade. E deve ter o mesmo tom emotivo e triunfalista já usado
pela revista Veja, que colocou em sua capa uma foto de Barbosa ainda
criança, com a chamada "O menino pobre que mudou o Brasil".
A série, intitulada "Mães coragem", está sendo preparada pela
apresentadora Cissa Guimarães com a diretora Patrícia Guimarães. A
informação é da jornalista Patrícia Kogut, do jornal "O Globo". Ao que
parece, projeto político-eleitoral do ministro envolve toda a emissora -
desde o jornalismo até as equipes de entretenimento.
Brasil 247
Mídia só expôs e dramatizou as entranhas do monstro Supremo
Por Obelix
O STF: Uma corte de exceção como regra
Amigos,
ninguém mais duvida da influência da mídia nos trejeitos, caras e
bocas dos juízes do STF durante o julgamento da ação 470, e o quanto foi
conveniente o calendário dos atos ali encenados.
Mas o mais grave não é esta promiscuidade entre judiciário e a
pressão de determinados setores com mais capacidade de volcalizarem suas
demandas.
Alguém já disse lá embaixo, e em outro post (sobre o livro de Luis
Flávio Gomes) algo que também vai nesta direção, isto é: que sempre
houve um espaço reservado no senso comum para movimentos de manada (seja
da mídia, setores dela, parte da sociedade, ou sua maior parcela)
tragicamente correnspondidos por legisladores, e também por juízes.
Não raro, mandatários executivos também tendem a reagir a eventos que alimentam a comoção popular.
Esta é a nossa sociedade do espetáculo.
No entanto, no caso do STF, e do Poder Judiciário, eu venho há dias repetindo a mesma cantiga:
Não se trata de um episódio isolado, ou seja, "um ponto fora da
curva"(como dizem alguns), onde o STF e o Poder Judiciário deixaram de
ser comportar, excepcionalmente, como uma vanguarda progressista e
destinada a significar nossos melhores modos civilizatórios, ao
contrário: nosso Poder Judiciário e sua corte mais alta são os esteios
permanentes da estrutura conservadora de poder, dos privilégios da
elite, do reacionarismo que imobiliza mudanças.
Esta é a natureza do Judiciário e do STF. Sempre foi assim, e
sempre será, se nada fizermos, e tanto fez ou fará quem escolhermos para
sentar naquelas cadeiras, pois a movimentação do escolhido se faz para
ser aceito entre os seus pares, e não para corresponder às expectativas
de quem o indicou. Esta é a conformação deste poder tão atípico dentre
outros de caráter democrático e eleito: o Poder Judiciário.
Por ser formatado desta maneira, quase como um "poder moderador",
ora instrumentalizado pelas elites, ora agindo em nome destas, temos uma
corte que sempre tratou os políticos antissistema como párias, e os
integrantes das classes mais pobres com absoluta indiferença, enquanto
sempre reservou aos mais ricos e seus prepostos todos os direitos e
celeridade possíveis, como imaginar que eles se portariam com decoro e
senso de justiça com políticos do PT e de sua base?
Favor não confundir senso de justiça e decoro com celebração a
impunidade. O que se esperava aos acusados não eram "facilidades", mas
apenas o que lhes era devido: um julgamento justo, que deveria começar
com o ataque nos juízes a denúncia oferecida pelo MPF, um monte de
asneiras, que em nenhuma outra situação, em nenhuma outra corte ao redor
do planeta (talvez na Coreia do Norte, como sempre invocam os olavetes e
jabouristas) seriam tratadas como peças acusatórias sérias.
Como diz o ditado: o que começa mal, nunca termina bem.
Digo e repito:
Foi o STF que manteve a absurda lei de anistia.
Foi o STF, MP, e o Judiciário que ajudaram os neoliberais a
criminalizar cada movimento social deste país, desde sindicatos dos
petroleiros, MST, professores, SEM TETO, etc, enquanto de outro lado,
silenciaram para cada lance da privataria.
Foi o STF que soltou Daniel Dantas em tempo recorde e aniquilou a Operação Satiagraha.
Foi o STF que liberou o médico estuprador.
Foi o STF que liberou Cacciola, que só foi preso lá fora por um golpe de sorte.
Foi o STF, o MP e o Judiciário que se calaram durante 25 anos de tortura e arbítrio.
É esta estrutrura que permite que 65% dos presos sejam pretos e a
quase totalidade de todos eles (pretos e brancos) sejam pobres.
Então, caros amigos e amigas, vamos combinar que o STF na ação 470
seguiu, rigorosamente, o roteiro imposto por sua natureza, é claro, com
toda a perfumaria midiática, mas ainda assim, um STF autoritário,
covarde, conservador, excludente e tendencioso, como sempre.
Uma boa maneira para refletirmos e mudarmos aquilo que nos incomoda é começarmos a chamar as coisas pelos nome que elas têm.
E o STF é isto. A mídia só dramatizou e ampliou as entranhas do monstro. Mas ele sempre esteve lá.
Blog do Luis Nassif
Blog do Luis Nassif
Os crimes financeiros continuam sem punição
Sugerido por Luiz Eduardo Brandão
Do Jornal do Brasil
Mensalão prende 17, mas crimes financeiros seguem sem punição
Responsáveis por fraudes em bancos, empresas e obras públicas estão livres
A Ação Penal 470 levou recentemente 17 políticos e empresários para
a prisão, no processo que ficou conhecido como mensalão. Após o anúncio
da expedição dos mandados de prisão, os condenados começaram a se
apresentar à Polícia Federal e foram transferidos para a Penitenciária
da Papuda, no Distrito Federal. Entre os detentos estão o ex-ministro da
Casa Civil, José Dirceu, o ex-presidente, do PT José Genoino, e o
ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, ex-deputados e ex-funcionários e
ex-dirigentes do Banco Rural.
Enquanto isso, escândalos financeiros envolvendo desvio de
recursos, fraudes contábeis e outras falcatruas continuam sem solução, e
os responsáveis por esses crimes continuam sem punição efetiva. Os
bancos brasileiros que sofreram intervenção por conta de rombos nas
contas, e entraram em falência, são exemplos da impunidade de figuras
que lesaram os cofres públicas e até o bolso de seus clientes e
acionários, mas seguem ilesos.
O BCSul, o rombo de R$ 3 bi nos cofres públicos e a viagem de férias
Luís Otávio e Luiz Felippe Índio da Costa são apontados como os
responsáveis por provocar a falência do Banco Cruzeiro do Sul (BCSul),
um prejuízo de R$ 3,8 bilhões ao Sistema Financeiro, lavagem de
dinheiro, formação de quadrilha, crimes contra o sistema financeiro,
gestão fraudulenta, estelionato, apropriação indébita, caixa dois e
crimes contra o mercado de capitais. Após ficar preso por mais de três
semanas no final de 2012, ter seu passaporte apreendido e todos os bens
bloqueados, o executivo conseguiu autorização judicial para viajar ao
Chile com o filho Octavio durante as férias de julho. Seu pai, Luis
Felippe, ficou recluso no mesmo período do filho em prisão domiciliar,
devido à idade avançada.
Os Índio da Costa ficaram conhecidos também pela contribuições para
campanhas de políticos. O principal beneficiado teria sido José Serra,
que se candidatou à presidência tendo o sobrinho e primo dos
ex-controladores como vice, o ex-deputado Índio da Costa e atual
secretário de Esportes e Lazer da Cidade do Rio de Janeiro. A Polícia
Federal investiga se as verbas fraudulentas eram colocadas em paraísos
fiscais, contas de laranjas ou campanhas políticas, como de Serra. De
acordo com documentos revelados pela Isto É em maio deste ano, o BCSul
contava com a "omissão de grandes empresas de consultoria e até com um
aparato de arapongagem que garantia acesso a informações
privilegiadas".
Em outubro deste ano, a Justiça Federal de São Paulo suspendeu a
ação penal em que os ex-controladores foram acusados de quebrar o banco e
deixar o prejuízo.
O Banco Econômico e Ângelo Calmon de Sá
O Banco Econômico, de Angelo Calmon de Sá, é outro que protagonizou
escândalo. Em 1995, funcionários do Banco Central encontraram na sala
de Calmon de Sá uma pasta com documentos que apontavam para doações de
dinheiro a campanhas eleitorais. Na lista estavam nomes de 45 políticos,
entre eles Luís Eduardo Magalhães (PFL/BA), José Serra (PSDB/SP) e
Francisco Dornelles (PPB/RJ). Em 1990, a legislação proibia a doação de
dinheiro por empresas a candidatos.
O Banco Econômico foi socorrido numa operação que custou R$ 3
bilhões dos cofres do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao
Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), criado pelo
governo Fernando Henrique Cardoso quando José Serra era ministro do
Planejamento.
Durante as investigações sobre as atividades do Banco Econômico, em
1996, Ângelo foi indiciado por crime de sonegação fiscal e do
"colarinho-branco". Em seguida, o Procurador-geral da República, Geraldo
Brindeiro, pediu o arquivamento do processo, alegando falta de provas, e
o STF acatou. Recentemente, a juíza Daniele Maranhão Costa, da 5ª Vara
da Seção Judiciária do Distrito Federal, acatou denúncia apontando dano
ao erário, enriquecimento ilícito e violação aos princípios
administrativos no caso Banco Econômico. São réus na ação, além do
ex-ministro e banqueiro Ângelo Calmon de Sá, praticamente toda a equipe
econômica do governo Fernando Henrique Cardoso, incluindo o ex-ministro
Pedro Malan, os ex-presidentes do Banco Central Gustavo Loyola e Gustavo
Franco, que, aliás, tornaram-se banqueiros depois que deixaram o
governo.
Em setembro, Ângelo Calmon de Sá, teve a condenação por gestão
fraudulenta de instituição financeira, confirmada pela ministra do
Superior Tribunal de Justiça, Laurita Vaz. Ele foi condenado às penas de
quatro anos e dois meses de reclusão, em regime semiaberto, e pagamento
de 30 dias-multa. Mas ele continua solto após recorrer ao STF.
A estratégia de Edemar Cid Ferreira com o Banco Santos
O ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, do antigo Banco Santos, que deu
calote em mais de dois mil credores e foi descoberto depois que entrou
em intervenção judicial, em 2005, vivia em uma espécie de museu, com
esculturas caríssimas pelos jardins, no bairro do Morumbi, na zona sul
de São Paulo, quando foi despejado, em 2011. As inúmeras e valiosas
obras de arte surpreenderam até os pequenos credores do banco Santos.
Quando banco pediu a intervenção, os investidores tentaram resgatar
os recursos e descobriram que as aplicações tinham sumido. Clientes
descobriram que o banqueiro havia se apropriado de boa parte do seu
patrimônio financeiro, de acordo com informações reveladas pela Veja na
época. Ele lesou noventa grandes investidores e gastou US$ 250 milhões
dos clientes para construir, mobiliar e decorar sua mansão em São Paulo.
Edemar alegou que o dinheiro desaparecera porque havia sido emprestado
para a Alsace Lorraine, uma empresa que também quebrara. A Alsace
Lorraine, todavia, era uma empresa-fantasma aberta por ele nas Ilhas
Virgens Britânicas.
Edemar foi condenado acusado de aplicar o dinheiro obtido por
lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e desvio de recursos do banco na
compra das obras de arte. O banco sofreu intervenção do Banco Central
em 2004 e teve a falência decretada em 2005. No ano seguinte, Edemar foi
condenado e preso no Centro de Detenção Provisória da cidade, mas
conseguiu um Habeas Corpus no Supremo para recorrer em liberdade. Em
novembro, o STJ negou um pedido de Edemar de adiar o início dos
pagamentos aos que têm recursos a receber da instituição.
Responsáveis por rombo do Panamericano seguem livres
O Panamericano, de Silvio Santos, por sua vez, protagonizou
escândalo em 2010. O rombo foi resultado de um acúmulo de
irregularidades contábeis desde 2006. O banco inflava balanços por meio
do registro de carteiras de créditos que haviam sido vendidas a outras
instituições como parte de seu patrimônio. Em 2011, em troca de um
resgate de quase R$ 4 bilhões feito pelo Fundo Garantidor de Crédito
(FGC), o BC exigiu que a instituição fosse vendida a algum grande banco
brasileiro. A negociação foi fechada com o BTG Pactual, de André
Esteves.
No início deste ano, a Justiça Federal decretou o arresto dos bens
de 13 ex-executivos do Banco, denunciados pela gestão fraudulenta. Entre
os investigados que tiveram bens embargados estão o ex-presidente do
Grupo Silvio Santos, Luiz Sebastião Sandoval, o ex-presidente do
Panamericano, Rafael Palladino, e o ex-diretor de cartões da
Panamericano Administradora de Cartões Ltda, Antônio Carlos Quintas
Carletto. Eles e os outros 10 denunciados são réus em ação penal por
crimes contra o sistema financeiro.
Justiça suspendeu ação contra dirigentes do Boavista, que lesou clientes
Maracutaias do Banco Boa Vista também foram flagradas nos anos
1996. O banco tinha rombos em suas carteiras de crédito e problemas no
balanço. O caso teve bastante repercussão em janeiro de 1999. A
corretora do banco aplicou o dinheiro dos cotistas contra a
desvalorização do real, mas o Real foi desvalorizado e três mil
investidores foram prejudicados.
Depois do escândalo, o banco propôs pagar aos cotistas metade do
dinheiro aplicado. Clientes, no entanto, alegaram que, com medo de não
receber nada depois, assinaram acordo dizendo que sabiam dos riscos do
investimento. Em 2002, o desembargador do Rio suspendeu ação contra os
dirigentes do Boavista, Olavo Egýdio Monteiro de Carvalho, presidente do
Conselho de Administração, e José Luiz Silveira Miranda, presidente.
As denúncias contra as empresas de Eike
As empresas de Eike Batista, que viu seu império ruir nos últimos
meses, têm levantado diversas denúncias, que parecem não impedir o
empresário de sair beneficiado da história. Na mesma velocidade com que o
patrimônio se desintegra, as denúncias e suspeitas vêm à tona,
mostrando que há ainda muito a ser desvendado. As revelações levantaram
dúvidas sobre como Eike conseguiu na Justiça o direito à recuperação
judicial.
Um grupo de acionistas minoritários da OGX decidiu entrar com ações
contra a empresa, Eike Batista e a CVM (Comissão de Valores
Mobiliários). Eles acusam a política de divulgação da OGX, que anunciou
informações otimistas sobre o campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos.
Em julho deste ano, o bloco foi devolvido por não ser viável
economicamente. Os acionistas acreditavam ser apenas uma "fase ruim". A
situação só ficou clara com o anúncio de desistência do campo de Tubarão
Azul, mas, nessa altura, já era tarde.
"Nós (os acionistas) nos reunimos com regularidade para analisar a
situação da empresa e por algumas vezes constatamos que os resultados
estavam bem abaixo do prometido, mas acreditamos ser uma falha técnica
nos testes de engenharia, eles acontecem", explica Eduardo Mascarenhas,
engenheiro e acionista minoritário da OGX. "Mas quando anunciaram a
desistência do campo de Tubarão Azul, foi um absurdo. Como um poço que
prometia ser um dos maiores do mundo passa a ser nulo? É grave demais",
completa.
Como se não bastasse, há informação no mercado envolvendo empresa
de logística, de transporte e a mineradora de Eike Batista. Um contrato
teria sido realizado para transporte da produção de minério. Contudo, o
montante a ser transportado era, na realidade, muito menor do que o
previsto. A intenção era fazer com que o mercado acreditasse que a
produção era bem maior do que o que acontecia na realidade. Mesmo
pagando cifras milionárias para o transporte que não aconteceria, o
prejuízo seria menor do que se o mercado descobrisse que as empresas não
estavam produzindo tanto quanto anunciavam.
Coluna dominical do jornalista Elio Gaspari publicada no início de
novembro ressalta que vários diretores do grupo foram coniventes com
resultados e expectativas inflados, com foco no bônus que receberiam.
Segundo o jornalista, pelo menos dez executivos saíram das empresas de
Eike com mais de R$ 100 milhões nos bolsos e alguns com mais de R$ 200
milhões. Gaspari lembrou, na ocasião, de empresários e banqueiros que
quebraram como Angelo Calmon de Sá, do Banco Econômico, que tenta
recuperar sua fortuna com ações na Justiça contra o Banco Central.
Em nota publicada anteriormente, Gaspari ressaltava a viagem do
filho de Eike, Thor, a Miami, com sua mãe, a ex-modelo Luma de Oliveira.
"Eike Batista não pagou os US$ 45 milhões que devia aos seus credores,
mas ninguém deve temer que seus dependentes entrem para o cadastro do
Bolsa Família. Seu filho Thor, que estava em Miami com a mãe, a atriz
Luma de Oliveira, veio para o Rio. Mesmo tendo prestado serviços
despiciendos ao grupo OGX, recolheu aquilo a que julgava ter direito",
diz a nota do jornalista.
Escândalo do Dnit e as movimentações na Justiça
Outro escândalo que segue sem definição é o relacionado ao
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), de fraude
na concorrência da ferrovia Norte-Sul. Investigação da Polícia Federal
mostra que, em apenas dois anos (2009 e 2010) houve superfaturamento de
R$ 720 milhões em obras. A Controladoria Geral da União, do governo
federal, também encontrou irregularidades em 12 trechos da ferrovia
Norte-Sul, administrada pela estatal Valec. Entre os problemas
encontrados estão licitação direcionada, pagamento indevido,
superfaturamento nos preços e falhas nas obras executadas.
Acusado de enriquecimento ilícito, José Francisco das Neves, o
Juquinha, foi solto após a Justiça avaliar que ele não oferece risco
para a investigação. Segundo o Ministério Público Federal em Goiás,
Juquinha, sua mulher e os três filhos adquiriram fazendas, casas
luxuosas e apartamentos e chegaram a abrir empresas para administrar o
patrimônio.
Blog do Luis Nassif
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