terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Feliz 2014 para toda a humanidade


 



Blog LT

Padilha exalta Mais Médicos: "em 2013 fizemos história"

Reprodução:
Em mensagem de fim de ano, o ministro da Saúde celebra a implantação do programa que já atende atualmente 23 milhões de brasileiros; segundo Alexandre Padilha, a iniciativa do governo federal "venceu a tolerância à frente da arrogância e preconceito"; assista
31 de Dezembro de 2013 às 15:32

247 – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, exaltou a implantação do programa Mais Médicos em um vídeo de mensagem de fim de ano. "Em 2013 fizemos história", celebra ele em seu discurso. "Fizemos história ao ter coragem de implantar o programa Mais Médicos. Ele provocou um debate que resgata a essência do SUS: o compromisso com os que mais precisam à frente de qualquer outro interesse".

Segundo Padilha, a iniciativa do governo federal, que já atende hoje um total de 23 milhões de brasileiros, também "venceu a tolerância à frente da arrogância e preconceito. Venceu a humanização do atendimento à frente de qualquer máquina. Venceu o fortalecimento da atenção básica, decisivo para mudar a mentalidade que ainda prevalece no SUS: a de que saúde só se faz dentro do hospital".

Assista: 

 

 

Brasil 247

Breno Altman: Carta de Ano Novo a três camaradas

Edição/247 Fotos: Shutterstock | Folhapress:
"Vocês pagam o preço mais alto pela reação da oligarquia contra os que lutam pela emancipação de nosso povo. Derrotadas nas urnas desde a ascensão do presidente Lula, as forças conservadoras buscam incessantemente um atalho para deslegitimar a esquerda e recuperar o terreno perdido", diz o jornalista Breno Altman, em carta de Ano Novo, endereçada a José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares
31 de Dezembro de 2013 às 07:20


Carta de Ano Novo a três camaradas

A José Dirceu, José Genoino e Delubio Soares

Nasci em uma família na qual a palavra camarada sempre representou o valor supremo das relações humanas. Seu significado vai além de qualquer trato protocolar ou laço de sangue. Camarada é irmão de trincheira, parceiro de sonho, companheiro por quem se põe incondicionalmente a mão no fogo.
Tenho orgulho, como milhares de outros brasileiros, em podê-los chamar de meus camaradas. Nestas últimas horas do ano que se encerra, apropriadas para se pensar nas batalhas travadas e nas que ainda virão, esse sentimento de fraternidade e solidariedade é uma resposta ao partido do ódio e da covardia.
Vocês pagam o preço mais alto pela reação da oligarquia contra os que lutam pela emancipação de nosso povo. Derrotadas nas urnas desde a ascensão do presidente Lula, as forças conservadoras buscam incessantemente um atalho para deslegitimar a esquerda e recuperar o terreno perdido. Não é outra a razão de seu empenho para forjar a Ação Penal 470.
A partir de erros reais cometidos pelo Partido dos Trabalhadores, originários de um sistema político-eleitoral financiado pelo capital privado, fabricou-se uma das maiores farsas jurídicas da história de nosso país. Os setores mais retrógados da velha mídia e da corte suprema, de forma arbitrária e contra provas, deram curso a um processo de exceção.
Não há novidade neste estratagema. Da cabeça enferma do capitão integralista Olímpio Mourão Filho, depois general golpista em 1964, nasceu o Plano Cohen, nos idos de 1937, para justificar o Estado Novo e o banimento dos comunistas. O conservadorismo não esconde sua frustração pelo truque, dessa vez, não ter funcionado a contento. O chamado “mensalão”, afinal, não foi capaz de contaminar a vontade popular, apesar de ter golpeado duramente o PT.
Não tenho dúvidas que, mais cedo ou mais tarde, esta farsa terá o mesmo destino que outras fantasias reacionárias do mesmo naipe, como o Caso Dreyfus ou o Incêndio do Reichstag. A verdade acabará por prevalecer, desde que se lute incessantemente por seu restabelecimento. Foi dessa maneira que o tenente Alfred Dreyfus terminou inocentado da acusação de ter traído seu país. Também foi o bom combate que desmanchou a mentira sobre o papel do líder comunista Georgi Dimitrov nas chamas que consumiram o parlamento alemão, durante os primórdios da ditadura nazista.
O espírito de vingança e perseguição, que nutre o comportamento dos principais autores da AP 470, talvez seja um sinal que não está tão longe o dia no qual esta fraude estará definitivamente desmascarada. A raiva dos tiranetes, togados ou midiáticos, engravatados ou fardados, costuma ser a expressão reversa do medo de se verem nus, flagrados em suas manobras e intenções.
Esta gente gostaria de tê-los dobrados e cabisbaixos, apequenados como quem aceita a culpa e renega a identidade. Os punhos erguidos diante da Polícia Federal foram o símbolo maior de que a estatura histórica e moral dos camaradas presos é infinitamente superior a de seus algozes.
Aquela cena será a mais cálida lembrança do ano para inúmeros homens e mulheres que formam nas fileiras progressistas. O gesto de quem responde à dor e ao sacrifício com vontade inquebrável de resistir. De quem jamais se entrega.
Vou ficando por aqui. A vocês três, um grande abraço. Com votos de um bom ano novo para todos nós, queridos camaradas, cheio de saúde e esperança.

Breno Altman
31 de dezembro de 2013 



Brasil 247

Doyle: show de Barbosa custou caro ao País

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Jornalista Hélio Doyle contesta versão da assessoria do Supremo Tribunal Federal, que defendeu a transferência dos presos da Ação Penal 470 para Brasília (o que já começa a ser desfeito); "O pretenso formalismo jurídico alegado pela assessoria é um argumento furado e que custou muito caro aos cofres públicos. Aliás, ficaria mais barato se Barbosa viajasse para São Paulo e Belo Horizonte e fizesse os presos se apresentaram a ele lá. Mas aí Barbosa não teria promovido o show para a imprensa no feriado da proclamação da República", diz ele
31 de Dezembro de 2013 às 13:29


A assessoria de imprensa do Supremo Tribunal Federal, ou que nome tenha, respondeu assim aos que criticaram a transferência dos presos da AP 470, o chamado “mensalão”, para Brasília: “Os presos têm de se apresentar ao juiz que os prendeu”.

A assessoria, em nome da credibilidade profissional dos que a integram, deveria ter ficado calada. Os presos transportados para Brasília no voo midiático planejado pelo ministro Joaquim Barbosa não se apresentaram a ele, o “juiz que os prendeu”. Barbosa, aliás, estava de folga no Rio.

O pretenso formalismo jurídico alegado pela assessoria é um argumento furado e que custou muito caro aos cofres públicos. Aliás, ficaria mais barato se Barbosa viajasse para São Paulo e Belo Horizonte e fizesse os presos se apresentaram a ele lá.
Mas aí Barbosa não teria promovido o show para a imprensa no feriado da proclamação da República.



Brasil 247

Sem tempo para Jefferson, Barbosa cai no samba

Edição/247 Fotos: André Mourão/Ag. ODia | Daniel Marrenco/Folhapress:
Presidente do STF termina o ano sem prender o réu confesso Roberto Jefferson que administrou R$ 4 milhões do caixa dois do PTB; o motivo: "falta de tempo"; ontem, no entanto, ele encontrou tempo para cair no samba no Rio de Janeiro, onde agiu como candidato à presidência da República; na foto, ele aparece ao lado da atriz Taís Araújo, no Clube Renascença, no Andaraí; era um dos últimos dias úteis do ano para determinar a prisão de Jefferson, mas ele preferiu sambar e distribuir apertos de mão
31 de Dezembro de 2013 às 10:49

247 - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que prendeu os petistas condenados na Ação Penal 470, durante o feriado de 15 de novembro, numa clara ação midiática, mas que até o último dia do ano não determinou a prisão do réu confesso Roberto Jefferson, responsável por administrar R$ 4 milhões do caixa dois do PTB, por, segundo ele, "falta de tempo", está no Rio de Janeiro, onde aproveitou a segunda-feira para cair no samba, no Clube Renascença, no Andaraí. Agindo como candidato a presidente, ele foi ao evento com traje informal, tirou fotos, sorriu para o público, foi aplaudido, mas também vaiado, e ouviu apelos para que entre na disputa eleitoral.

Reportagem do jornal O Globo, que tem dado sinais de que é favorável a uma candidatura de Barbosa, acompanhou a visita do ministro à festa. Segundo a matéria, Barbosa não quis falar de política e, perguntado se cairia no samba, foi categórico: "Não vou sambar". E brincou: "Já viu mineiro sambar?". 

O Globo, com um texto claramente favorável ao ministro, reproduziu declaração de José Barbosa, comandante da Marinha, que conversou com o presidente do STF: "Eu apertei a mão do maior homem do Brasil, não vou nem dormir hoje. Eu disse pra ele: concorre à Presidência, não abre mão não. Ele acenou com a cabeça". Atenderá ele ao pedido?



Brasil 247

Salário mínimo de R$ 724 entra em vigor amanhã




Mariana Branco  
Repórter da Agência Brasil 

Brasília - O novo salário mínimo de R$ 724 passa a vigorar amanhã (1°). O valor é 6,78% superior aos R$ 678 atuais. O percentual está acima da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo que, segundo a projeção mais recente do boletim Focus, divulgada no início da semana passada pelo Banco Central, deve fechar o ano em 5,72%.

O aumento do salário mínimo está previsto na Lei Orçamentária Anual de 2014, e foi aprovado pelo Congresso na semana anterior à do Natal. No dia 23 de dezembro, a presidenta Dilma Rousseff assinou o decreto com o reajuste e confirmou o novo valor em sua conta no Twitter.

Segundo informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o mínimo injetará R$ 28,4 bilhões na economia em 2014. De acordo com cálculos da entidade, o novo valor permite a compra de 2,23 cestas básicas. Trata-se da maior relação de poder de compra desde 1979.

O salário mínimo passou a vigorar no Brasil em 1º de maio de 1940, durante o governo Getúlio Vargas. A Constituição Federal estabelece que o valor deveria ser suficiente para suprir as necessidades básicas do trabalhador e de sua família: alimentação, moradia, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência Social.



Agência Brasil

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Luiz Carlos Barreto a Dirceu: "vamos sair engrandecidos"

Edição/247 Fotos: ABr | Folhapress:
Em mensagem ao ex-ministro, cineasta e fotógrafo brasileiro diz que imagem de José Dirceu de punhos erguidos, junto com Genoino, "vai ficar para a HISTÓRIA"; "temos certeza de que vamos vivenciar esta etapa de episódios sórdidos e sairmos todos engrandecidos", escreve
30 de Dezembro de 2013 às 17:00

247 - O consagrado cineasta e fotógrafo brasileiro Luiz Carlos Barreto assina, com sua família, uma mensagem de solidariedade ao ex-ministro José Dirceu, condenado na Ação Penal 470 e preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília. O texto foi publicado no blog de Zé Dirceu

Barreto diz que a imagem do ex-ministro da Casa Civil de punhos erguidos, junto com o também condenado José Genoino, "vai ficar para a HISTÓRIA". E afirma, otimista, que "vamos vivenciar esta etapa de episódios sórdidos e sairmos todos engrandecidos".

Leia abaixo:

Prezado e muito querido Dirceu,
Tivemos muita dificuldade em encontrar as palavras que expressem nossas emoções e sentimentos.
Talvez estejamos querendo negar a realidade dos acontecimentos absurdos, inaceitáveis. Mas, como dizia nosso saudoso Hélio Pelegrino, não podemos perder a capacidade de nos indignarmos e transformar nossa IRA em combustível para agirmos e reagirmos.
Temos certeza de que vamos vivenciar esta etapa de episódios sórdidos e sairmos todos engrandecidos.
Sua imagem, junto com o Genoino, de punhos erguidos vai ficar para a HISTÓRIA.
Um forte e afetuoso abraço,
Lucy, Luiz Carlos Barreto e toda família Barreto (filhos, netos e bisnetos).



Brasil 247

Renan devolve R$ 27 mil aos cofres públicos depois de usar avião da FAB para viagem particular

 FOLHAPRESS: BRASÍLIA, DF, 07.03.2013: SENADO/SESSÃO - O presidente do Senado, senador Renan Calheiros, no plenário durante sessão. (Foto: André Borges/Folhapress)

Mariana Jungmann Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), devolveu aos cofres públicos quantia no valor de R$ 27.390,25 referente ao uso de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para fins particulares. A quantia foi paga hoje (30).

Segundo nota divulgada pelo gabinete da presidência do Senado, o valor dos gastos com a viagem foi calculado pela própria FAB e o pagamento feito por meio de uma Guia de Recolhimento da União (GRU). Renan utilizou a aeronave para fazer uma viagem de Brasília a Recife no último dia 18.

Após a divulgação na imprensa de que Renan Calheiros viajou para a capital pernambucana para se submeter a duas intervenções estéticas – implantes de cabelo e cirurgia de pálpebra –, o presidente do Senado disse que consultaria a FAB para saber se o uso do avião tinha sido indevido. Agora, após a resposta da Força Aérea, ele decidiu recolher o valor aos cofres públicos.

Renan adotou a mesma postura em episódio anterior, quando utilizou aviões públicos para ir ao casamento da filha do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), na Bahia, em junho. As viagens de autoridades e chefes de poderes em aeronaves da FAB são autorizadas quando ocorrem a serviço e para levá-los para suas residências em outros estados.



Agência Brasil

Ibovespa perde 15,5% no ano enquanto dólar valoriza 15,3%





Stênio Ribeiro  
Repórter da Agência Brasil


Brasília – O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), fechou o último pregão do ano, nesta segunda-feira (30), com valorização de 0,47%, aos 51.507 pontos. A alta foi impulsionada pelas ações preferenciais da Petrobras (+0,89%) e da Vale (+0,99%), principalmente. Mas o bom desempenho do dia apenas diminuiu as perdas de 2013, que somaram 15,5%, de acordo com a consultoria Economática.

Foi a pior performance do mercado brasileiro de ações desde a queda de 18,11% em 2011, recuperada em parte no ano passado, com valorização de 7,4%. Com o dólar em alta, registrando recuperação de 15,3% no ano, cotado a R$ 2,357 para venda no pregão de hoje, o Ibovespa acumulou perdas de 26% em 2013. 

No ano passado, o Ibovespa teve ganhos de 7,4%.

Pelas contas da Economática, a Bovespa teve o segundo pior desempenho entre nove bolsas acompanhadas pela consultoria. Ganha apenas do mercado de ações do Peru, que perdeu 24,4% no ano, sem considerar o câmbio, enquanto o índice Dow Jones, dos Estados Unidos, ganhou 26%, e o principal índice da União Europeia, o FTSE 300, recuperou 16%. Cita também ganhos expressivos das bolsas venezuelana e argentina e registra pequenas quedas das bolsas do México e do Chile.



Agência Brasil

Relatório informa que Genoino está com boa aparência e saúde estável

30/12/2013 - 18h35
André Richter  
Repórter da Agência Brasil


Brasília - Um relatório feito pela Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal e obtido pela Agência Brasil afirma que o ex-deputado José Genoino, condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão, "apresenta boa aparência e quadro geral de saúde estável". No dia 26 de dezembro, Genoino recebeu a visita de uma assistente social e de uma psicóloga, responsáveis pela avaliação periódica de detentos que cumprem prisão domiciliar provisória. O documento foi enviado ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, pelo juiz Bruno André Silva Ribeiro, da VEP.

Em um breve relatório, as duas profissionais informam que Genoino declarou não ser necessário passar por consultas periódicas, com exceção das reavaliações de recuperação da cirurgia cardíaca, prevista para o dia 7 de janeiro, em São Paulo. O ex-parlamentar também relatou que faz uso diário de medicamentos e que, esporadicamente, faz exames para verificar a coagulação do sangue, cuja coleta têm sido feita em casa para evitar deslocamentos.

Genoino está na casa dos sogros de sua filha, em Brasília. De acordo com a Seção Psicossocial da VEP, responsável pelo acompanhamento de presos, os comprovantes médicos devem ser apresentados a cada dois meses para garantir o benefício domiciliar.

Na sexta-feira (27), o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, decidiu prorrogar a prisão domiciliar de Genoino até 19 de fevereiro de 2014. No entanto, Barbosa rejeitou o pedido de transferência para São Paulo, e Genoino deverá ficar em Brasília até nova avaliação médica.

"Considerada a provisoriedade da prisão domiciliar na qual o condenado vem atualmente cumprindo sua pena e a forte probabilidade do seu retorno ao regime semiaberto ao fim do prazo solicitado pela Procuradoria-Geral da República, considero que a transferência ora requerida fere o interesse público", sentenciou Barbosa.



Agência Brasil

STF pede parecer da PGR sobre investigação de cartel em licitações do Metrô de SP

 
André Richter  
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, pediu à Procuradoria Geral da República (PGR) parecer sobre o inquérito do suposto esquema de formação de cartel em licitações do sistema de trens e metrô de São Paulo.

Ele determinou que o nome completo dos investigados conste da lista de consulta processual do STF. Antes da decisão do ministro, o processo era identificado pelas iniciais dos envolvidos. A decisão foi assinada no dia 20 de dezembro.

Após parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ministro poderá determinar que a parte da investigação que envolve pessoas sem foro privilegiado retorne à Justiça Federal em São Paulo. Se isso ocorrer, somente parlamentares citados no processo responderão ao processo no Supremo.

No dia 12 de dezembro, a investigação foi enviada pela Justiça Federal ao STF, e a relatoria ficou com a ministra Rosa Weber. A ministra rejeitou o processo, que foi enviado a Marco Aurélio devido a um pedido de acesso à investigação encaminhado anteriormente ao ministro.

O inquérito chegou ao Supremo por causa da inclusão do nome do deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP). Como o parlamentar tem foro privilegiado, as acusações só podem ser analisadas pelo STF. Além de Jardim, pelo menos nove envolvidos são investigados, entre eles três secretários do estado de São Paulo.

No processo, são apurados os crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. As investigações indicam que as empresas que concorriam nas licitações do transporte público paulista combinavam os preços, formando um cartel para elevar os valores cobrados, com a anuência de agentes públicos.



Agência Brasil

Segurança em penitenciárias do Maranhão terá reforço da PM por tempo indeterminado

Thais Araujo  
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Diante da crise prisional no Maranhão, os 60 policiais militares destacados para reforçar a segurança nas oito unidades penitenciárias do Complexo de Pedrinhas, em São Luís, devem permanecer no local por tempo indeterminado. De acordo com a assessoria de imprensa do governo maranhense, o efetivo está atuando, desde o fim de semana, principalmente na intensificação das vistorias das celas do complexo, que é o maior do estado. Além disso, para reforçar a segurança noturna, a Cavalaria da Polícia Militar fará rondas constantes nos presídios. A ação é coordenada pela Diretoria de Segurança dos Presídios do Maranhão, criada pelo governo para aumentar a segurança interna nos estabelecimentos penitenciários.

A atuação dos policiais nos presídios também está sendo acompanhada pela Comissão de Investigação, criada pelo governo maranhense após denúncias feitas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo a assessoria de imprensa do governo, o organismo está apurando as situações descritas no relatório divulgado pelo CNJ no fim de semana, segundo o qual, somente em 2013, foram registradas 60 mortes nos presídios maranhenses, incluindo três decapitações. O documento, produzido com base em inspeções feitas por integrantes do CNJ e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), também indica que as unidades estão "superlotadas e já não há mais condições para manter a integridade física dos presos, seus familiares e de quem mais frequente os presídios de Pedrinhas". De acordo com a Secretaria Estadual de Justiça e Administração Penitenciária do Maranhão, atualmente há 2.196 detentos no local, que tem capacidade para 1.770 pessoas.

O relatório, assinado pelo juiz auxiliar da presidência do CNJ, Douglas de Melo Martins, foi encaminhado ao presidente do conselho, ministro Joaquim Barbosa. O documento ressalta que o acesso a alguns pavilhões depende de negociação com os líderes de facções criminosas e que os "chefes de plantão e diretores das unidades não eram capazes de garantir a segurança da equipe que inspecionava a unidade, sob o fundamento de que as facções poderiam considerar a inspeção em dia de visita íntima como um ato de desrespeito". O texto também aponta que em algumas unidades, em dias de visita íntima, as mulheres dos presos são levadas para os pavilhões e as celas são abertas. "Os encontros íntimos ocorrem em ambiente coletivo. Com isso, os presos e suas companheiras podem circular livremente em todas as celas do pavilhão, e essa circunstância facilita o abuso sexual praticado contra companheiras dos presos sem posto de comando nos pavilhões".

O documento do CNJ enfatiza, ainda, que "a extrema violência é a marca principal das facções que dominam o sistema prisional maranhense", e cita um vídeo enviado pelo sindicato dos agentes penitenciários em que aparece um preso com a pele de uma das pernas dissecada, expondo músculo, tendões, vasos e ossos, antes de ele ser morto nas dependências do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

A crise prisional no Maranhão veio à tona em outubro, quando houve uma rebelião no Complexo de Pedrinhas, deixando nove mortos e 20 feridos. O episódio assustou parte dos moradores de São Luís em razão da suspeita de que a rebelião tivesse sido provocada por uma disputa entre facções criminosas e que o conflito pudesse ganhar as ruas da capital maranhense. Após a rebelião, a governadora Roseana Sarney decretou estado de emergência no sistema prisional e pediu ao Ministério da Justiça que enviasse efetivos da Força Nacional de Segurança para garantir a segurança no presídio. Ainda em outubro, o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) encaminharam representação ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedindo a intervenção federal na administração penitenciária do Maranhão.

Há duas semanas, Janot solicitou à governadora informações sobre o sistema carcerário no Maranhão para subsidiar um eventual pedido de intervenção federal no estado devido à situação dos presídios. Na mesma época, também em razão das mortes provocadas este ano por brigas entre facções rivais no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA), pediu ao governo brasileiro a redução imediata da superlotação das penitenciárias maranhenses e a investigação dos homicídios ocorridos.

Em nota, divulgada em seu site, o governo do Maranhão reafirma que "sempre agiu em conjunto com todos os setores que atuam na defesa dos direitos humanos e daqueles que promovem a garantia da justiça e segurança" e enfatiza que, por meio do Programa Viva Maranhão, o governo está investindo R$ 131 milhões na construção e no reaparelhamento do sistema penitenciário do estado. Os recursos servirão para equipar as unidades com armamentos, portais detectores de metal, esteiras de raio X, estações de rádio, coletes, algemas e veículos. O comunicado ressalta também que o sistema prisional do estado terá o reforço de sete novos presídios e que mais dois, construídos com recursos do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça, estão com aproximadamente 80% dos serviços concluídos.



Agência Brasil

Por que as pessoas querem ouvir Francisco e não querem ouvir Aécio

Postado em 27 Dec 2013
 
 
 
 
 
Aécio Boladão
O símbolo da campanha de Aécio

Duas pessoas que querem conversar. Uma se chama Francisco. A outra se chama Aécio.

Francisco fala da desigualdade que aflige o mundo. Critica a ganância que leva tão poucos a terem tanto. Defende os pobres incondicionalmente. Fica claramente feliz quando está no meio deles.

A defesa entusiasmada e intransigente dos pobres fez de Francisco, para muitos, a personalidade mais fascinante do mundo, no pouco tempo que a humanidade teve para conhecê-lo.

Levou também a ataques por parte dos que defendem a iniquidade. A direita americana chamou Francisco de marxista.

Francisco disse que não é marxista, e de fato seria curioso um papa adotar o marxismo, uma doutrina que diz que a religião é o ópio do povo.

Mas disse com amor, como sempre: Francisco afirmou que tem amigos marxistas, e que são em geral boas pessoas.

Por tudo isso, todo mundo quer ouvir a voz de Francisco por um mundo novo.

E então vamos a Aécio.

Ele quer conversar com os brasileiros, como disse este ano. Vamos ver o que ele tem a dizer.

Numa entrevista a uma rádio de Pernambuco publicada ontem pelo site do PSDB, Aécio falou de sua visão de futuro.

Ele estava numa região que é o símbolo da iniquidade brasileira. O Nordeste foi tratado, ao longo dos séculos, a pontapés pela elite sulista brasileira.

Mas ele não falou de desigualdade. Não falou dos pobres. Não falou da ganância. Não falou que é triste o mundo tão iníquo.

Em vez disso, Aécio prometeu um governo mais enxuto e mais eficiente.

A agenda mundial é a iniquidade. Não é só o papa que retrata isso. Em Nova York, o candidato que se elegeu prefeito com uma vitória esmagadora centrou sua campanha nisso.

Falou que não pode haver tantos pobres em Nova York. Abraçou-os. Tomou o lado deles contra Wall Street e sua plutocracia predadora. E teve uma das vitórias mais acachapantes da história de Nova York.

Isso em Nova York. Ao povo sofrido do Nordeste brasileiro, Aécio fala de um governo mais enxuto. E quer ser ouvido.

Fala também de um ética. Como se 2013 não tivesse terminando sem que os brasileiros nada soubessem sobre a meia tonelada de cocaína apanhada num helicóptero de uma família amiga dele, os Perrellas.

Como se seu partido não estivesse no meio de um formidável escândalo ligado a propinas no Metrô de São Paulo.

Tudo isso posto, todo mundo quer ouvir Francisco. Tudo mundo quer falar com ele.

E ninguém parece muito interessado na conversa que Aécio propôs.

Entendamos. Se Francisco tivesse proposto um Vaticano “mais enxuto e mais eficiente” ele estaria falando sozinho, como tantos papas antes dele.

Estaria numa solidão patética, como Aécio no Brasil com uma conversa que mostra uma desconexão total com a realidade.


Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
 
 
 
Diário do Centro do Mundo

Skaf simboliza a confusão que reina na política brasileira

Postado em 22 Dec 2013
 
 
 
 
 
O socialista Skaf em 2010
O socialista Skaf em 2010

Paulo Skaf é um retrato da confusão política nacional.

Veja o seguinte.

Presidente da Fiesp, a outrora expressiva mas hoje irrelevante federação de empresas paulistas, ele foi candidato a governador de São Paulo em 2010 pelo Partido Socialista Brasileiro, o PSB.

Skaf, conservador da cabeça aos pés, se vestiu de socialista, portanto, para tentar o governo de São Paulo.

Verdade que em seu verbete na Wikipedia – apresentado pelos editores, numa curiosa advertência, como semelhante a “peça de propaganda” – está dito que, mesmo num partido “socialista”, a plataforma de Skaf em 2010 era “neoliberal”.

Numa foto de campanha de então, ele apareceu com uma zebra. Pedia votos para a zebra, ele próprio. Poucos deram, e ele terminou em quarto lugar.

Bem, Skaf esteve nas manchetes nesta semana graças ao IPTU de Haddad. Ele aparece no noticiário como o homem anti-IPTU, depois que a Fiesp recorreu à Justiça contra o imposto, sob a alegação de que é “inconstitucional”.

Joaquim Barbosa acabou promovendo também Skaf ao recebê-lo em Brasília esta semana para que ele falasse contra o IPTU e, mais ainda, ao tomar seu lado contra o de Haddad na questão.
Skaf é outra vez candidato, agora pelo PMDB, o maior, o mais patético e o mais atrasado conglomerado que existe no Brasil de políticos sem causa a não ser a própria.

O típico peemedebista se perpetua no poder, em geral nas regiões mais vulneráveis a predadores políticos, e só deixa as mamatas no caixão, depois de transferi-las aos descendentes. É o espírito das capitanias hereditárias ainda em vigor, séculos depois.

O Brasil terá avançado na política quando o PMDB não mais existir, ou quando for uma fração do que é.

Paulo Skaf é a cara do PMDB.

Ele tem aparecido bem nas pesquisas. Em geral está na segunda colocação, atrás de Alckmin. Muita gente progressista se assusta com a possibilidade de São Paulo ser governada por Skaf.
Eu diria aos paulistas assustados.

Primeiro, tomem um Frontal para se acalmar.

Depois, tenham certeza: as chances de Skaf, em 2014, são as mesmas de 2010. Nulas.

Com sua cruzada anti-IPTU, Skaf se tornou um candidato interessante para eleitores que já têm um candidato: Alckmin.

Os dois falam para o mesmo público, uma classe média que detesta pagar impostos e que tem raiva de pobres, nordestinos, ciclistas, faixas de ônibus – tudo, enfim, que seja de interesse popular.

Este tipo de eleitor tenderá a optar pelo próprio Alckmin.

O voto “diferente” será canalizado para Padilha, do PT.

Ele chegará à campanha empurrado não pela negação ao IPTU – mas pelo Mais Médicos.

É uma bandeira muito mais forte quando se trata de votos: o Mais Médicos fala para os pobres, e estes são em quantidade muito maior que os opositores privilegiados de um IPTU que beneficiava a periferia.

Se Padilha vai repetir a trajetória federal de Dilma e municipal de Haddad – sair lá de baixo nas intenções de votos para afinal vencer – é, ainda, uma incógnita.

Mas que as ilusões do “socialista” Skaf de 2010 naufragarão novamente em 2014, agora no bote valetudo do PMDB,  isto é certo.

Ou batata, como gostava de dizer Nelson Rodrigues.


Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
 
 
 
Diário do Centro do Mundo

Mutirões carcerários vivem retrocesso com Barbosa à frente do CNJ

Comparado à gestão de Peluso, período de Barbosa tem queda de 78% na análise de processos que revisam condenações injustas ou arbitrárias. Pastoral Carcerária diz que detentos são ignorados
 
 
por Helena Sthephanowitz publicado 20/12/2013 12:49 
 
 
Antônio Cruz/Agência Brasil
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Os mutirões têm sido importantes para remover do limbo pessoas que não deveriam estar detidas


Uma das boas medidas determinadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foram os mutirões carcerários. Trata-se de esforço concentrado para analisar processos de presos que já cumpriram a pena e continuam esquecidos na cadeia por falta de uma ordem judicial para soltá-los.

Desde 2008, quando se iniciaram os mutirões, até agora, 451.828 processos foram analisados, encontrando mais de 47 mil detentos que estavam presos indevidamente e foram postos em liberdade. O problema é que esse esforço sofreu um grande retrocesso, desde quando o ministro Joaquim Barbosa assumiu a presidência do CNJ, em novembro de 2012.

De agosto de 2008 a abril de 2010, durante a gestão do ministro Gilmar Mendes no CNJ, 20 estados foram visitados, o CNJ analisou 108.048 processos e 33.925 benefícios foram concedidos, seja colocando em liberdade, seja progressão de regime (para aberto ou semiaberto), seja autorizando o trabalho externo, seja extinguindo penas.

A produção do CNJ aumentou na gestão do ex-ministro Cezar Peluso, de fevereiro de 2010 a dezembro de 2011. Foram analisados 310.079 processos, com a concessão de 48.308 benefícios, entre eles 24.884 casos de penas que já haviam sido cumpridas.

Na gestão do atual presidente, Joaquim Barbosa, apesar de ainda estar na metade, já se registra um retrocesso na produção do CNJ de espantosos 78% se comparada proporcionalmente à metade do período da gestão Peluso. Apenas 33.703 casos foram analisados, com apenas 5.415 benefícios concedidos.

Em entrevista ao portal iG, O coordenador da Pastoral Carcerária Nacional, padre Valdir João Silveira, afirma que esses presos são pessoas jogadas no sistema penitenciário e ignoradas pela justiça e pela sociedade. Faltou ao padre acrescentar que são pessoas também invisíveis aos holofotes da mídia, o que não desperta o interesse de alguns magistrados neste trabalho.

Valdir lembra que, embora louvável e importante, os mutirões estão longe do ideal, que seria fazer um pente fino em todo o sistema. Hoje os processos são analisados por amostragem, o que ainda deixa muitos casos no limbo do Judiciário.

O  juiz Douglas Martins, Coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do CNJ, acrescenta outros problemas aos já citados. Vê um erro na ação policial determinada por governadores de encarcerar em massa, fazendo uma “opção preferencial pelos pobres", onde 90% dos detentos são envolvidos em crimes contra patrimônio e tráfico de drogas. Segundo Martins, a tendência mundial é o contrário, onde a maioria dos detentos são os envolvidos em crimes contra a vida, e crimes de menor potencial ofensivo tem penas alternativas. Para ele esta política está equivocada, com o Brasil tendo a quarta população carcerária do mundo, em muitos casos "governada" paralelamente por facções criminosas.




Rede Brasil Atual

O melhor de Tchaikovsky

Horizontes da integração latino-americana, por Luiz Inácio Lula da Silva

A volta de Michelle Bachelet à presidência do Chile é um fato muito auspicioso para a América do Sul e toda a América Latina. As notáveis qualidades humanas e políticas que ela demonstrou em seu primeiro governo e, posteriormente, no comando da ONU Mulheres, a entidade das Nações Unidas para igualdade de gênero, conferiram-lhe um merecido prestígio nacional e internacional. Sua liderança – ao mesmo tempo firme e agregadora – e o seu compromisso de vida com a liberdade e a justiça social, fazem de Bachelet uma referência importante em nosso continente.
 
A consagradora vitória que acaba de obter revela também que o povo chileno, tal como os outros povos da região, anseia por um verdadeiro desenvolvimento, capaz de combinar o econômico e o social, a expansão das riquezas com a sua equitativa distribuição, a modernização tecnológica com a redução das desigualdades e a universalização de direitos. E reivindica, além disso, uma democracia cada vez mais participativa.
 
Por outro lado, a eleição de Bachelet inegavelmente reforça o processo de integração sul-americana e latino-americana, na medida em que sempre apoiou com entusiasmo as iniciativas voltadas para o desenvolvimento compartilhado e a unidade política da região. Basta lembrar a sua contribuição decisiva para a criação e consolidação da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), da qual foi a primeira presidente, e para a constituição da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). Aliás, nunca houve na América Latina tantos governantes comprometidos com esse processo.
 
Estive no Chile durante o segundo turno das eleições justamente para debater as perspectivas da integração, participando de um seminário internacional promovido pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e o Instituto Lula.
 
Durante dois dias, 120 lideranças politicas, sociais e intelectuais dos nossos países fizeram um diagnóstico atualizado e debateram uma agenda concreta para o desenvolvimento e a integração regional.
 
Discutiu-se francamente a inserção da América Latina na economia mundial; a arquitetura político-institucional da integração; o papel das políticas sociais, especialmente no combate à pobreza; as cadeias produtivas supra-nacionais; as empresas translatinas; as conexões físicas e energéticas; a cooperação financeira e os mecanismos de investimento; os direitos humanos e laborais; a defesa do patrimônio ambiental e da diversidade cultural.
 
Há um grande consenso sobre a necessidade da integração, que interessa na prática a todos os nossos povos e países, independentemente da coloração ideológica dos respectivos governos. As diversas regiões do mundo estão se integrando e constituindo blocos econômicos e políticos, e não faria sentido que apenas a América Latina e o Caribe deixassem de unir-se. Nossos países viveram secularmente de costas uns para os outros e todos sabemos o quanto isso foi nefasto em termos de fragilidade geopolítica e de atraso socioeconômico. Não se trata de um movimento contra os países desenvolvidos, com os quais queremos incrementar nosso intercâmbio em todos os níveis, mas de legítima afirmação da nossa própria região. O aprofundamento da integração latino-americana – política, cultural, social, de infraestrutura, de mercados – é um caminho natural e lógico, destinado a aproveitar a nossa proximidade territorial e cultural e as nossas vantagens comparativas. Sem falar que, juntos, seguramente teremos mais força para garantir nossos direitos no âmbito global.
 
É opinião geral que, na última década, tivemos conquistas extraordinárias em matéria de parcerias e cooperação. Aumentou a confiança e o diálogo substantivo entre os nossos países, sem o que não se conseguiria criar a UNASUL e a CELAC. Mas as relações econômicas também se expandiram consideravelmente. O comércio, por exemplo, cresceu de modo impressionante. Em 2002, segundo a CEPAL, o fluxo total do comércio intra-regional na América do Sul era de U$33 bilhões; em 2011, já havia atingido os U$ 135 bilhões. No mesmo período, o fluxo no conjunto da América Latina passou de U$ 49 bilhões para U$ 189 bilhões. E o seu horizonte de crescimento é enorme, pois somos um mercado de 400 milhões de pessoas e até agora só exploramos uma pequena parte do nosso potencial de trocas.
 
O mesmo acontece com os investimentos produtivos. As empresas da região estão se internacionalizando e investindo nos países vizinhos. No caso brasileiro, tínhamos poucos investimentos industriais na América Latina. Hoje, são centenas de plantas, em mais de 20 países. E a recíproca, felizmente, é verdadeira: existe um número crescente de empresas argentinas, mexicanas, chilenas, colombianas e peruanas, entre outras, produzindo no Brasil para o mercado brasileiro.
 
É evidente, no entanto, que precisamos avançar muito mais. Devemos acelerar a integração, que pode ser mais profunda e abrangente. Para isso, com certeza, não bastam as visões de curto prazo. Tenho dito que necessitamos de um pensamento realmente estratégico, capaz de encarar os desafios da integração na perspectiva do futuro, dando-lhes respostas corajosas e inovadoras. Temos que ir, igualmente, além dos governos, por fundamentais que eles sejam. A integração é uma bela empreitada histórica que só se concretizará plenamente se lograrmos comprometer toda a sociedade civil dos nossos países, os sindicatos, os empresários, as universidades, as igrejas, a juventude.
 
É imprescindível construir uma vontade popular de integração. O principal é que todos compreendam o quanto podemos ganhar coletivamente na economia, na soberania política, na igualdade social, no desenvolvimento cultural e científico com a associação dos nossos destinos.
 
 
 
Blog do Luis Nassif
 

A transmissão de lutas de MMA deve ser proibida?

Edição/247 Fotos: Reprodução | Saulo Cruz:
O deputado José Mentor (PT/SP) argumenta que sim; "A luta de MMA não é esporte porque não protege o atleta que a pratica; não é luta marcial porque prega o ataque e a agressão ao contrário das artes marciais que pregam a autodefesa, autocontrole e não agressão. MMA é só violência", diz o parlamentar, que apresentou de lei projeto para que as transmissões – hoje um negócio milionário promovido pela Globo – sejam suspensas; ele lembra que França e o estado de Nova York, nos Estados Unidos, proibiram não apenas as transmissões, como a própria prática do "esporte", que, no fim de semana, colocou em destaque a fratura de Anderson Silva
30 de Dezembro de 2013 às 07:19

247 - O deputado José Mentor (PT-SP) apresentou um projeto de lei para que as lutas de MMA não sejam mais transmitidas no Brasil. Segundo ele, não se trata de esporte, mas de selvageria pura e simples, que não deveria ser estimulada. Ele lembra ainda que França e Nova York proibiram não só as transmissões como a própria luta. Quem sairia perdendo em caso de eventual proibição seria a Globo, que explora comercialmente essas transmissões.

(sobre o assunto, leia ainda artigo de Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo, e artigo de Ricardo Melo, na Folha de S. Paulo) 
Leia, abaixo, a tese de Mentor:

A fratura de Anderson Silva
por José Mentor*

Todos nós lamentamos, profundamente, a situação de Anderson Silva na luta da madrugada deste domingo (29/12) e somos solidários no seu sofrimento e na sua dor. Desejamos pronta recuperação.

Destacamos, porém, que situações como essas em outras modalidades podem ocorrer embora raras e, em primeiro lugar, porque tidas como fatalidades, já que não fazem parte dos objetivos dessas modalidades ou são proibidas pelas regras e não foram deliberadamente provocadas. Ou, em segundo lugar, podem ser intencionais e seus autores são punidos.

Em lutas de MMA, no entanto, golpes como esses pontapés são legais, fazem parte das normas da luta. Aliás, fazem parte do objetivo da luta que é atingir o adversário, golpeá-lo, acumular pontos ou finalizá-lo. Quanto mais forte, mais rápido, mais ferino e mais contundente for o golpe, mais cedo o lutador comemora sua vitória!

Um pontapé como o desferido por Anderson nesta madrugada contra seu opositor foi legal, dentro da regra do MMA, para acertar seu oponente, causar-lhe dano físico, com força, rapidez, contundência. E foi desferido de forma deliberada e intencional pelo seu autor. Esse golpe ou fere quem o desferiu ou fere quem o recebeu ou ambos. E, como todos os outros golpes do MMA (sucessivos socos e cotoveladas na cabeça, rosto, como os desferidos na luta dessa madrugada) são brutais, buscam agredir, deliberadamente, 'dolosamente', o adversário.

No 'combate' desta madrugada, são vários os casos de chutes como o que Anderson Silva desferiu para atingir seu adversário que acabaram em fraturas de tíbia e fíbula.

No 1º round os sucessivos socos e cotoveladas já mostravam a violência da luta de MMA. No 2º, o chute que culminou com a fratura de tíbia e fíbula de Anderson Silva que acabou fazendo da perna do atleta, da coxa ao tornozelo, um verdadeiro 'S', mostra a contundência dos golpes da luta. Cena chocante! Inesquecível!  Mostra a necessidade da proibição de exibição dessas lutas pela TV como propomos na Câmara dos Deputados (Projeto de Lei nº 5.534/2009).

Talvez esse fato faça nossa sociedade compreender melhor porque Nova York (EUA) e a França, citadas como modelos em tantos casos, proíbem não só a transmissão pela TV, mas a própria luta (a prática) de MMA.

A luta de MMA não é esporte porque não protege o atleta que a pratica; não é luta marcial porque prega o ataque e a agressão ao contrário das artes marciais que pregam a autodefesa, autocontrole e não agressão. MMA é só violência.

*José Mentor, 65 anos, é advogado e deputado feral pelo PT-SP em terceiro mandato



Brasil 247

TV também perde a guerra para a internet

Edição/247 Fotos: Reprodução:
Assim como jornais e revistas, com muitos títulos levados à extinção e com tiragem baixa, as emissoras de TV no Brasil enfrentam queda acentuada de audiência - e não é de um canal para outro, mas sim da TV para a internet; Globo e SBT, por exemplo, encerram 2013 como o pior ano das suas histórias neste quesito; no horário nobre, onde estão concentrados os anunciantes, a queda da emissora dos Marinho foi mais acentuada, devido ao baixo desempenho das suas novelas e do Jornal Nacional; a TV de Silvio Santos não empolga, com excesso de reprises; internet já é a mídia mais consumida no país, com mais de 100 milhões de internautas
30 de Dezembro de 2013 às 10:56

Valter Lima, do Brasil 247 - Ano após ano, a TV aberta vê minguar o número de telespectadores interessados em sua programação. O ano de 2013, por exemplo, que se encerra nesta terça-feira (31), é um daqueles que emissoras como Globo, da família Marinho, e SBT, de Silvio Santos, querem esquecer. Ambas registraram, neste ano, sua piores audiências. De 1º de janeiro a 26 de dezembro, a média diária (das 7h à meia-noite) da Globo na Grande São Paulo (onde está concentrada a maioria dos anunciantes) foi de 14,3 pontos - 0,3 menos do que em 2012. O SBT encerra o ano com 5,3 pontos de média diária, ante 5,6 pontos do ano passado. Record e Rede TV também tiveram ligeira queda. 

O que preocupa as emissoras em relação à diminuição da sua audiência é que ela não está migrando de um canal para outro. O telespectador está optando por desligar a TV, para acessar a internet. Um estudo inédito feito pela IAB Brasil em parceria com a comScore, divulgado no ano passado, atestou isto. A internet já é a mídia mais consumida no país, com mais de 100 milhões de internautas.

Segundo o levantamento "Brasil Conectado – Hábitos de Consumo de Mídia", que investigou a importância crescente da web na rotina dos brasileiros, mostra que a internet já é considerado o meio mais importante para 82% dos 2.075 entrevistados. Mais de 40% dos entrevistados passam, pelo menos, duas horas por dia navegando na internet (por vários dispositivos digitais), enquanto apenas 25% gastam o mesmo tempo assistindo TV. A internet aparece como a atividade preferida por todas as faixas etárias, de renda, gênero e região quando se tem pouco tempo livre, somando 62%.

Até mesmo na faixa nobre (das 18h à meia-noite), onde a Globo sempre apresentou desempenho invejável e onde estão concentradas suas principais atrações - as novelas, o Jornal Nacional e a linha de shows -, a queda da sua audiência foi maior. Caiu de 24,6 pontos (2012) para 23,2 pontos (2013). O SBT passou de 6,7 para 6,5 pontos. A Band foi de 3,7 para 3,5 pontos. A Rede TV! marcou 1,2 ponto neste ano, ante 1,3 em 2012.

Na Globo, as novelas tiveram um ano muito ruim. A novela teen Malhação, que já chegou a dar 30 pontos de audiência, hoje sofre para alcançar os dois dígitos, mantendo-se com dificuldade na casa dos 12 pontos. A atual novela das 18h, Joia Rara, também vai mal, com índices inferiores a 20 pontos. Mas o principal problema hoje da emissora dos Marinho é a novela das 19h, Além do Horizonte, que, em muitas ocasiões, aparece com a mesma audiência da novela das 18h, distante dos 30 pontos desejados pela TV. 

O Jornal Nacional, principal telejornal do país, é um dos produtos da Globo com audiência mais declinante. Vê 2013 também como o pior ano da sua história. Em 2012 e 2013, o principal programa da Rede Globo registrou perda acumulada de audiência de 18,4%; na última década, acúmulo de queda no Ibope soma quase 30%. Neste ano, não passa, na média anual, dos 26 pontos. É o mesmo cenário desolador do Fantástico, principal programa da Globo aos domingos. Dificilmente, o programa chega aos 20 pontos. 

Nas outras emissoras, a situação não é diferente. A Record, que num passado recente, chegou a fazer certo sucesso com suas novelas, hoje tem audiência pífia com a novela "Pecado Mortal", do autor Carlos Lombardi, ex-global. No turno da tarde também sofre com números que dificilmente passam dos 5 pontos. Cada ponto no Ibope equivale a 62 mil telespectadores na Grande São Paulo. No SBT, após o sucesso da novela infantil Carrossel, que colocou a emissora com audiência acima dos dois dígitos, agora já vê declínio do interesse do telespectador no seu novo produto, a também novela teen Chiquititas. Além disso, há excesso de reprises na TV de Silvio Santos

Assim como jornais e revistas, que vêm sendo superados em audiência pela mídia digital, levando alguns títulos à extinção, a televisão enfrenta a queda do interesse do brasileiro, que prefere ver os vídeos do Youtube e se informar pelos sites e redes sociais. Ou ainda adquirir séries e filmes por canais da internet, como Netflix. O último muro que ainda precisa ser derrubado em relação à mudança de hábitos da audiência é o conservadorismo dos anunciantes e das agências de publicidade, ainda muito presos à TV. Com o público migrando para a internet, o produto tem que ser mostrado onde a audiência realmente está.



Brasil 247

domingo, 29 de dezembro de 2013

Petrobras 60 anos | Episódio 5: 2020 é agora





You Tube   -   Rede Brasil Atual

Globo fará série sobre a mãe de Joaquim Barbosa

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Depois da capa da revista Veja com a foto do ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, ainda criança, com a chamada "O menino pobre que mudou o Brasil" e da extensa cobertura da mídia sobre o julgamento da Ação Penal 470, com transmissão em tempo real das sessões pelos sites e pela Globo News, a TV Globo prepara agora uma série para o Fantástico, seu principal produto aos domingos, para contar a história da mãe de Joaquim Barbosa; relações de ministro com Globo são muito boas; ele até emplacou o filho como produtor do programa de Luciano Huck; mais uma parte do projeto político-eleitoral de Barbosa em curso?
29 de Dezembro de 2013 às 13:54

247 - A Globo prepara uma série sobre mães, para exibir no próximo ano, no Fantástico. Uma das histórias que a emissora quer contar é a da mãe do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, que ganhou ampla notoriedade desde o julgamento da Ação Penal 470, o "mensalão". Já existem negociações com a mãe do ministro.

As relações de Barbosa com a Globo são muito amistosas. Além da cobertura extensa sobre o julgamento da AP 470, com exibição em tempo real pela Globo News, o ministro conseguiu emplacar o filho na produção do programa "Caldeirão do Huck", de Luciano Huck (leia mais aqui). 

Projeto da Globo com a mãe de Joaquim Barbosa é levado adiante num momento em que se especula muito sobre a possibilidade de Barbosa disputar eleições em 2014, podendo ser, inclusive, candidato a presidente da República. O presidente do PSB, no Rio, deputado federal Romário, já fez um convite público a Barbosa. Programa da Globo sobre a mãe do ministro pode ser um mecanismo eficiente para dar a ele mais popularidade. E deve ter o mesmo tom emotivo e triunfalista já usado pela revista Veja, que colocou em sua capa uma foto de Barbosa ainda criança, com a chamada "O menino pobre que mudou o Brasil". 

A série, intitulada "Mães coragem", está sendo preparada pela apresentadora Cissa Guimarães com a diretora Patrícia Guimarães. A informação é da jornalista Patrícia Kogut, do jornal "O Globo". Ao que parece, projeto político-eleitoral do ministro envolve toda a emissora - desde o jornalismo até as equipes de entretenimento.



Brasil 247

Pronunciamento de final de ano





Blog do Planalto  -  You Tube

Mídia só expôs e dramatizou as entranhas do monstro Supremo

Por Obelix
O STF: Uma corte de exceção como regra

Amigos,

ninguém mais duvida da influência da mídia nos trejeitos, caras e bocas dos juízes do STF durante o julgamento da ação 470, e o quanto foi conveniente o calendário dos atos ali encenados.

Mas o mais grave não é esta promiscuidade entre judiciário e a pressão de determinados setores com mais capacidade de volcalizarem suas demandas.

Alguém já disse lá embaixo, e em outro post (sobre o livro de Luis Flávio Gomes) algo que também vai nesta direção, isto é: que sempre houve um espaço reservado no senso comum para movimentos de manada (seja da mídia, setores dela, parte da sociedade, ou sua maior parcela) tragicamente correnspondidos por legisladores, e também por juízes.
Não raro, mandatários executivos também tendem a reagir a eventos que alimentam a comoção popular.

Esta é a nossa sociedade do espetáculo.

No entanto, no caso do STF, e do Poder Judiciário, eu venho há dias repetindo a mesma cantiga:

Não se trata de um episódio isolado, ou seja, "um ponto fora da curva"(como dizem alguns), onde o STF e o Poder Judiciário deixaram de ser comportar, excepcionalmente, como uma vanguarda progressista e destinada a significar nossos melhores modos civilizatórios, ao contrário: nosso Poder Judiciário e sua corte mais alta são os esteios permanentes da estrutura conservadora de poder, dos privilégios da elite, do reacionarismo que imobiliza mudanças.

Esta é a natureza do Judiciário e do STF. Sempre foi assim, e sempre será, se nada fizermos, e tanto fez ou fará quem escolhermos para sentar naquelas cadeiras, pois a movimentação do escolhido se faz para ser aceito entre os seus pares, e não para corresponder às expectativas de quem o indicou. Esta é a conformação deste poder tão atípico dentre outros de caráter democrático e eleito: o Poder Judiciário.

Por ser formatado desta maneira, quase como um "poder moderador", ora instrumentalizado pelas elites, ora agindo em nome destas, temos uma corte que sempre tratou os políticos antissistema como párias, e os integrantes das classes mais pobres com absoluta indiferença, enquanto sempre reservou aos mais ricos e seus prepostos todos os direitos e celeridade possíveis, como imaginar que eles se portariam com decoro e senso de justiça com políticos do PT e de sua base?

Favor não confundir senso de justiça e decoro com celebração a impunidade. O que se esperava aos acusados não eram "facilidades", mas apenas o que lhes era devido: um julgamento justo, que deveria começar com o ataque nos juízes a denúncia oferecida pelo MPF, um monte de asneiras, que em nenhuma outra situação, em nenhuma outra corte ao redor do planeta (talvez na Coreia do Norte, como sempre invocam os olavetes e jabouristas) seriam tratadas como peças acusatórias sérias.

Como diz o ditado: o que começa mal, nunca termina bem.

Digo e repito:

Foi o STF que manteve a absurda lei de anistia.
Foi o STF, MP, e o Judiciário que ajudaram os neoliberais a criminalizar cada movimento social deste país, desde sindicatos dos petroleiros, MST, professores, SEM TETO, etc, enquanto de outro lado, silenciaram para cada lance da privataria.
Foi o STF que soltou Daniel Dantas em tempo recorde e aniquilou a Operação Satiagraha.
Foi o STF que liberou o médico estuprador.
Foi o STF que liberou Cacciola, que só foi preso lá fora por um golpe de sorte.
Foi o STF, o MP e o Judiciário que se calaram durante 25 anos de tortura e arbítrio.


É esta estrutrura que permite que 65% dos presos sejam pretos e a quase totalidade de todos eles (pretos e brancos) sejam pobres.

Então, caros amigos e amigas, vamos combinar que o STF na ação 470 seguiu, rigorosamente, o roteiro imposto por sua natureza, é claro, com toda a perfumaria midiática, mas ainda assim, um STF autoritário, covarde, conservador, excludente e tendencioso, como sempre.

Uma boa maneira para refletirmos e mudarmos aquilo que nos incomoda é começarmos a chamar as coisas pelos nome que elas têm.

E o STF é isto. A mídia só dramatizou e ampliou as entranhas do monstro. Mas ele sempre esteve lá.



Blog do Luis Nassif

Os crimes financeiros continuam sem punição

Sugerido por Luiz Eduardo Brandão
 
Do Jornal do Brasil
 
Mensalão prende 17, mas crimes financeiros seguem sem punição
 
Responsáveis por fraudes em bancos, empresas e obras públicas estão livres
 
A Ação Penal 470 levou recentemente 17 políticos e empresários para a prisão, no processo que ficou conhecido como mensalão. Após o anúncio da expedição dos mandados de prisão, os condenados começaram a se apresentar à Polícia Federal e foram transferidos para a Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal. Entre os detentos estão o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, o ex-presidente, do PT José Genoino, e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, ex-deputados e ex-funcionários e ex-dirigentes do Banco Rural.
 
Enquanto isso, escândalos financeiros envolvendo desvio de recursos, fraudes contábeis e outras falcatruas continuam sem solução, e os responsáveis por esses crimes continuam sem punição efetiva. Os bancos brasileiros que sofreram intervenção por conta de rombos nas contas, e entraram em falência, são exemplos da impunidade de figuras que lesaram os cofres públicas e até o bolso de seus clientes e acionários, mas seguem ilesos.
 
O BCSul, o rombo de R$ 3 bi nos cofres públicos e a viagem de férias
 
Luís Otávio e Luiz Felippe Índio da Costa são apontados como os responsáveis por provocar a falência do Banco Cruzeiro do Sul (BCSul), um prejuízo de R$ 3,8 bilhões ao Sistema Financeiro, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, crimes contra o sistema financeiro, gestão fraudulenta, estelionato, apropriação indébita, caixa dois e crimes contra o mercado de capitais. Após ficar preso por mais de três semanas no final de 2012, ter seu passaporte apreendido e todos os bens bloqueados, o executivo conseguiu autorização judicial para viajar ao Chile com o filho Octavio durante as férias de julho. Seu pai, Luis Felippe, ficou recluso no mesmo período do filho em prisão domiciliar, devido à idade avançada. 
 
Os Índio da Costa ficaram conhecidos também pela contribuições para campanhas de políticos. O principal beneficiado teria sido José Serra, que se candidatou à presidência tendo o sobrinho e primo dos ex-controladores como vice, o ex-deputado Índio da Costa e atual secretário de Esportes e Lazer da Cidade do Rio de Janeiro. A Polícia Federal investiga se as verbas fraudulentas eram colocadas em paraísos fiscais, contas de laranjas ou campanhas políticas, como de Serra. De acordo com documentos revelados pela Isto É em maio deste ano, o BCSul contava com a "omissão de grandes empresas de consultoria e até com um aparato de arapongagem que garantia acesso a informações privilegiadas". 
 
Em outubro deste ano, a Justiça Federal de São Paulo suspendeu a ação penal em que os ex-controladores foram acusados de quebrar o banco e deixar o prejuízo. 
 
O Banco Econômico e Ângelo Calmon de Sá
 
O Banco Econômico, de Angelo Calmon de Sá, é outro que protagonizou escândalo. Em 1995, funcionários do Banco Central encontraram na sala de Calmon de Sá uma pasta com documentos que apontavam para doações de dinheiro a campanhas eleitorais. Na lista estavam nomes de 45 políticos, entre eles Luís Eduardo Magalhães (PFL/BA), José Serra (PSDB/SP) e Francisco Dornelles (PPB/RJ). Em 1990, a legislação proibia a doação de dinheiro por empresas a candidatos. 
 
O Banco Econômico foi socorrido numa operação que custou R$ 3 bilhões dos cofres do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), criado pelo governo Fernando Henrique Cardoso quando José Serra era ministro do Planejamento. 
 
Durante as investigações sobre as atividades do Banco Econômico, em 1996, Ângelo foi indiciado por crime de sonegação fiscal e do "colarinho-branco". Em seguida, o Procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, pediu o arquivamento do processo, alegando falta de provas, e o STF acatou. Recentemente, a juíza Daniele Maranhão Costa, da 5ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, acatou denúncia apontando dano ao erário, enriquecimento ilícito e violação aos princípios administrativos no caso Banco Econômico. São réus na ação, além do ex-ministro e banqueiro Ângelo Calmon de Sá, praticamente toda a equipe econômica do governo Fernando Henrique Cardoso, incluindo o ex-ministro Pedro Malan, os ex-presidentes do Banco Central Gustavo Loyola e Gustavo Franco, que, aliás, tornaram-se banqueiros depois que deixaram o governo. 
 
Em setembro, Ângelo Calmon de Sá, teve a condenação por gestão fraudulenta de instituição financeira, confirmada pela ministra do Superior Tribunal de Justiça, Laurita Vaz. Ele foi condenado às penas de quatro anos e dois meses de reclusão, em regime semiaberto, e pagamento de 30 dias-multa. Mas ele continua solto após recorrer ao STF.
 
A estratégia de Edemar Cid Ferreira com o Banco Santos
 
O ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, do antigo Banco Santos, que deu calote em mais de dois mil credores e foi descoberto depois que entrou em intervenção judicial, em 2005, vivia em uma espécie de museu, com esculturas caríssimas pelos jardins, no bairro do Morumbi, na zona sul de São Paulo, quando foi despejado, em 2011. As inúmeras e valiosas obras de arte surpreenderam até os pequenos credores do banco Santos. 
 
Quando banco pediu a intervenção, os investidores tentaram resgatar os recursos e descobriram que as aplicações tinham sumido. Clientes descobriram que o banqueiro havia se apropriado de boa parte do seu patrimônio financeiro, de acordo com informações reveladas pela Veja na época. Ele lesou noventa grandes investidores e gastou US$ 250 milhões dos clientes para construir, mobiliar e decorar sua mansão em São Paulo. Edemar alegou que o dinheiro desaparecera porque havia sido emprestado para a Alsace Lorraine, uma empresa que também quebrara. A Alsace Lorraine, todavia, era uma empresa-fantasma aberta por ele nas Ilhas Virgens Britânicas. 
 
Edemar foi condenado acusado de aplicar o dinheiro obtido por lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e desvio de recursos do banco na compra das obras de arte. O banco sofreu intervenção do Banco Central em 2004 e teve a falência decretada em 2005. No ano seguinte, Edemar foi condenado e preso no Centro de Detenção Provisória da cidade, mas conseguiu um Habeas Corpus no Supremo para recorrer em liberdade. Em novembro, o STJ negou um pedido de Edemar de adiar o início dos pagamentos aos que têm recursos a receber da instituição. 
 
Responsáveis por rombo do Panamericano seguem livres
 
O Panamericano, de Silvio Santos, por sua vez, protagonizou escândalo em 2010. O rombo foi resultado de um acúmulo de irregularidades contábeis desde 2006. O banco inflava balanços por meio do registro de carteiras de créditos que haviam sido vendidas a outras instituições como parte de seu patrimônio. Em 2011, em troca de um resgate de quase R$ 4 bilhões feito pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), o BC exigiu que a instituição fosse vendida a algum grande banco brasileiro. A negociação foi fechada com o BTG Pactual, de André Esteves. 
 
No início deste ano, a Justiça Federal decretou o arresto dos bens de 13 ex-executivos do Banco, denunciados pela gestão fraudulenta. Entre os investigados que tiveram bens embargados estão o ex-presidente do Grupo Silvio Santos, Luiz Sebastião Sandoval, o ex-presidente do Panamericano, Rafael Palladino, e o ex-diretor de cartões da Panamericano Administradora de Cartões Ltda, Antônio Carlos Quintas Carletto. Eles e os outros 10 denunciados são réus em ação penal por crimes contra o sistema financeiro.
 
Justiça suspendeu ação contra dirigentes do Boavista, que lesou clientes
 
Maracutaias do Banco Boa Vista também foram flagradas nos anos 1996. O banco tinha rombos em suas carteiras de crédito e problemas no balanço. O caso teve bastante repercussão em janeiro de 1999. A corretora do banco aplicou o dinheiro dos cotistas contra a desvalorização do real, mas o Real foi desvalorizado e três mil investidores foram prejudicados. 
 
Depois do escândalo, o banco propôs pagar aos cotistas metade do dinheiro aplicado. Clientes, no entanto, alegaram que, com medo de não receber nada depois, assinaram acordo dizendo que sabiam dos riscos do investimento. Em 2002, o desembargador do Rio suspendeu ação contra os dirigentes do Boavista, Olavo Egýdio Monteiro de Carvalho, presidente do Conselho de Administração, e José Luiz Silveira Miranda, presidente.
 
As denúncias contra as empresas de Eike
 
As empresas de Eike Batista, que viu seu império ruir nos últimos meses, têm levantado diversas denúncias, que parecem não impedir o empresário de sair beneficiado da história. Na mesma velocidade com que o patrimônio se desintegra, as denúncias e suspeitas vêm à tona, mostrando que há ainda muito a ser desvendado. As revelações levantaram dúvidas sobre como Eike conseguiu na Justiça o direito à recuperação judicial.
 
Um grupo de acionistas minoritários da OGX decidiu entrar com ações contra a empresa, Eike Batista e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Eles acusam a política de divulgação da OGX, que anunciou informações otimistas sobre o campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos. Em julho deste ano, o bloco foi devolvido por não ser viável economicamente. Os acionistas acreditavam ser apenas uma "fase ruim". A situação só ficou clara com o anúncio de desistência do campo de Tubarão Azul, mas, nessa altura, já era tarde. 
 
"Nós (os acionistas) nos reunimos com regularidade para analisar a situação da empresa e por algumas vezes constatamos que os resultados estavam bem abaixo do prometido, mas acreditamos ser uma falha técnica nos testes de engenharia, eles acontecem", explica Eduardo Mascarenhas, engenheiro e acionista minoritário da OGX. "Mas quando anunciaram a desistência do campo de Tubarão Azul, foi um absurdo. Como um poço que prometia ser um dos maiores do mundo passa a ser nulo? É grave demais", completa.
 
Como se não bastasse, há informação no mercado envolvendo empresa de logística, de transporte e a mineradora de Eike Batista. Um contrato teria sido realizado para transporte da produção de minério. Contudo, o montante a ser transportado era, na realidade, muito menor do que o previsto. A intenção era fazer com que o mercado acreditasse que a produção era bem maior do que o que acontecia na realidade. Mesmo pagando cifras milionárias para o transporte que não aconteceria, o prejuízo seria menor do que se o mercado descobrisse que as empresas não estavam produzindo tanto quanto anunciavam. 
 
Coluna dominical do jornalista Elio Gaspari publicada no início de novembro ressalta que vários diretores do grupo foram coniventes com resultados e expectativas inflados, com foco no bônus que receberiam. Segundo o jornalista, pelo menos dez executivos saíram das empresas de Eike com mais de R$ 100 milhões nos bolsos e alguns com mais de R$ 200 milhões. Gaspari lembrou, na ocasião, de empresários e banqueiros que quebraram como Angelo Calmon de Sá, do Banco Econômico, que tenta recuperar sua fortuna com ações na Justiça contra o Banco Central.
 
Em nota publicada anteriormente, Gaspari ressaltava a viagem do filho de Eike, Thor, a Miami, com sua mãe, a ex-modelo Luma de Oliveira. "Eike Batista não pagou os US$ 45 milhões que devia aos seus credores, mas ninguém deve temer que seus dependentes entrem para o cadastro do Bolsa Família. Seu filho Thor, que estava em Miami com a mãe, a atriz Luma de Oliveira, veio para o Rio. Mesmo tendo prestado serviços despiciendos ao grupo OGX, recolheu aquilo a que julgava ter direito", diz a nota do jornalista. 
 
Escândalo do Dnit e as movimentações na Justiça
 
Outro escândalo que segue sem definição é o relacionado ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), de fraude na concorrência da ferrovia Norte-Sul. Investigação da Polícia Federal mostra que, em apenas dois anos (2009 e 2010) houve superfaturamento de R$ 720 milhões em obras. A Controladoria Geral da União, do governo federal, também encontrou irregularidades em 12 trechos da ferrovia Norte-Sul, administrada pela estatal Valec. Entre os problemas encontrados estão licitação direcionada, pagamento indevido, superfaturamento nos preços e falhas nas obras executadas. 
 
Acusado de enriquecimento ilícito, José Francisco das Neves, o Juquinha, foi solto após a Justiça avaliar que ele não oferece risco para a investigação. Segundo o Ministério Público Federal em Goiás, Juquinha, sua mulher e os três filhos adquiriram fazendas, casas luxuosas e apartamentos e chegaram a abrir empresas para administrar o patrimônio.
 
 
 
Blog do Luis Nassif