dom, 29/12/2013 - 08:47
- Atualizado em 29/12/2013 - 08:47
Sugerido por Webster Franklin
Gurgel é alvo de investigação por desconhecer caixa 2 do DEM
Do Correio do Brasil
Gurgel, o procurador-acusador, optou por avançar primeiro no ‘mensalão’ do PT
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) abriu uma
investigação para saber o que levou o ex-procurador-geral Roberto
Gurgel, acusador na Ação Penal 470, durante o julgamento conhecido como
‘mensalão’, a desconhecer o caixa 2 do Democratas (DEM), no Rio Grande
do Norte, onde se encontram sob suspeita ninguém menos do que a
governadora do Estado, Rosalba Ciarlini, e o presidente da legenda,
senador José Agripino (RN). A denúncia, publicada na edição da revista
semanal IstoÉ da semana passada, revela um esquema no qual, segundo
interceptações telefônicas, o senador Agripino e o marido de Rosalba,
Carlos Augusto Rosado, acertam detalhes de um financiamento de campanha
ilegal. “A partir do telefone do contador da legenda Galbi Saldanha,
hoje secretário-adjunto da Casa Civil da governadora, funcionários
aparecem fornecendo números de contas pessoais para receber
transferências irregulares de recursos”, diz a reportagem.
“As gravações já haviam sido enviadas à Procuradoria-Geral da
República em 2009, mas desde então nada foi feito. O conselheiro do CNMP
Luiz Moreira questiona os motivos que levaram ao arquivamento dos
grampos”, acrescenta.
– Este é um exemplo da controvertida gestão de Roberto Gurgel.
Trata-se de uma falta de clareza de critérios, que faz com que se pense
que ele atuava com parcialidade – diz Moreira.
“Não é a primeira vez que um parlamentar do DEM se beneficia da
vista grossa de Gurgel. O ex-senador Demóstenes Torres, flagrado em
escutas da operação Vegas da Polícia Federal, deixou de ser investigado
pela Procuradoria Geral da República até a deflagração de outra ação da
PF, a Operação Monte Carlo, que confirmou a ligação do parlamentar com o
bicheiro Carlinhos Cachoeira”, continua.
“A retomada das investigações do Ministério Público e da PF no Rio
Grande do Norte também provoca efeitos no quadro político local, mais
especificamente na prefeitura de Mossoró, segunda maior cidade do
Estado. Afastada do cargo por denúncia de abuso de poder econômico, a
prefeita Cláudia Regina, também do Democratas, teve a campanha
financiada pelo empresário Edvaldo Fagundes. A PF identificou manobra de
Fagundes para driblar o bloqueio judicial de seus bens – o empresário
estava usando funcionários de suas companhias para movimentar valores
expressivos, na maioria das vezes fazendo saques em dinheiro vivo.
Afilhada política do senador Agripino, Cláudia tenta conseguir junto ao
Tribunal Superior Eleitoral uma liminar para voltar ao cargo, mas o
Tribunal Regional Eleitoral determinou que eleições suplementares sejam
convocadas em fevereiro ou março para escolher o novo prefeito”, conclui
a reportagem.
Blog do Luis Nassif
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