20 de dezembro de 2013 | 00:23 Autor: Fernando Brito
A Petrobras enviou na noite desta quarta-feira à Agência Nacional de
Petróleo a declaração de comercialidade do campo de Franco, que será
rebatizado de Búzios.
A nota divulgada pela companhia não contém o volume total das
reservas estimadas na área, limitando-se a dizer que ela atende ao
volume estimado no contrato de cessão onerosa pelo qual a União concedeu
à empresa o direito de explorá-lo, em troca de ações da companhia
emitidas no processo de capitalização de 2010, que é de 3 bilhões de
barris.
Mas é possível estima-las, grosso modo, pelo número de sistemas de
produção que a empresa propõe-se a instalar, na previsão de operações
que remete à ANP.
Serão cinco, cada um deles com capacidade de extrair e processar 180
mil barris de óleo por dia, que entram progressivamente em operação de
produção entre o segundo semestre de 2016 e o final de 2019.
Isso, uma previsão inicial, que pode e será revista ao longo da
exploração da área e à medida em que se completar a extensão do contrato
de exploração firmado com a União.
Um sistema de produção, em geral, concentra uma dúzia de poços ou pouco mais.
Somados, portanto, os cinco sistemas representam uma produção diária
de perto de 900 mil barris /dia. E perto de 70 poços extratores, além de
uma quantidade semelhante de poços injetores, que bombeiam gás ou água
para forçar a saída do petróleo. Cada poço custando na ordem de grandeza
de cerca de US$ 5o milhões, isso porque o conhecimento geológico os
barateia.
900 mil barris são 40% de tudo o que hoje extrai a Petrobras, em todos os seus poços.
Nos 35 anos de contrato, descontados os declínios de produção com a
continuidade da exploração e as paradas operacionais programadas das
plataformas, 900 mil barris diários representam algo entre 9 e 10
bilhões de barris, considerarmos que novos sistemas compensem as perdas
pelo amadurecimento das primeiras áreas exploradas.
Um volume semelhante ao campo de Libra, onde as estimativas variam entre 8 e 12 bilhões de barris.
Búzios, ex-Franco, é um campo gigantesco, equivalente ou até maior que Libra, como se previu aqui.
E todo da Petrobras, que começa agora a negociar com a União como se
fará a extensão dos 3 bilhões contratados para o triplo do volume.
Será que agora é possível compreender – para os que não entenderam o leilão de Libra, o tamanho do desafio que isso representa?
Será que agora é possível compreender porque atacam tanto a Petrobras?
Tijolaço
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