sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Dilma e Lula, mas podem chamar de emprego e renda

Ricardo Stuckert/ Instituto Lula:
"Renda sobe e país tem menor desemprego desde 2002"; publicada na página A4 do jornal Valor Econômico, essa notícia perdeu em importância editorial para a manchete "Cresce risco de IPCA ser superior ao de 2012"; mais esse flagrante da má vontade da mídia familiar com os resultados da economia conduzida pela presidente Dilma Rousseff em continuidade à gestão de Lula é compreensível; para muito além de questões sofisticadas da economia, como o déficit público, ou fatores externos como notas de agências de classificação de risco, o que vai governar o humor dos eleitores em 2014 é mesmo o binômio ao qual a dupla de vermelho está associada; será mesmo possível, no ano que está para começar, conter a força eleitoral de Dilma e Lula com o pleno emprego em curso e a renda em crescimento?
20 de Dezembro de 2013 às 11:17

Marco Damiani, 247 – A renda dos trabalhadores cresceu 3% nos últimos doze meses sobre uma inflação calculada em 5,77%, segundo dados do IBGE. Significa que, na média, os salários tiveram uma alta de quase 9% no período. A própria inflação, apontada em todas as análises publicadas pela mídia familiar nos últimos meses como o dragão que ressuscitara, foi domesticada após uma série de manobras da área econômica do governo. Já há um consenso de que a taxa de 2013 ficará dentro da meta estabelecida pelo Banco Central.

Na indústria, um título de pé de página publicado na edição desta sexta-feira do jornal Valor Econômico conta muito sobre o que se passa: "Redução do nível de estoques eleva otimismo da indústria em dezembro".

Quanto às pessoas físicas, aquelas que os arautos do caos apontavam como irremediavelmente endividadas, outro título do mesmo Valor, na página C12, noticia: "Cai peso da dívida das famílias".

Emprego, renda e inflação são temas da economia que atingem diretamente o público. Como se vê pelos números, todos os indicadores sobre essas resultantes da política econômica são favoráveis ao público, especialmente a quebra do recorde de emprego que vigorava desde 2002.
Politicamente, apenas duas pessoas no Brasil podem botar a cara nos palanques virtuais e reais da eleição de 2014 e chamarem para si a responsabilidade pelos resultados que vão sendo alcançados. Isso mesmo. A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. Não é por outra razão, em encontro pessoal na quinta-feira 19, em São Paulo, eles mais uma vez apareceram sorrindo e unidos, ambos de vermelho – a cor representativa da esquerda que, se antes ouriçava a classe média, agora já é aceita com naturalidade.

Dilma e Lula, com uma estratégia de atuação conjunta que resiste inquebrantável, a esta altura, a três anos completos de articulações contrárias, intrigas e fofocas são, goste-se ou não, a encarnação do emprego e da renda em alta e da inflação controlada. Qual discurso poderá ser mais forte do que esse para conquistar corações e mentes nas eleições presidenciais de 2014?
Enquanto os indicadores permanecerem favoráveis, não parece haver golpe de marketing possível capaz de abalar a dupla. Especialista no assunto, o publicitário Nizan Guanaes, que faturou para si todos os louros das campanhas vitoriosas do ex-presidente Fernando Henrique, já entregou os pontos. "Meu negócio é a iniciativa privada", diz agora Nizan, desinteressado em fazer grandes campanhas.

Com a já anunciada recuperação da economia dos EUA, o mundo ganhará no próximo ano, em pleno funcionamento, um potente motor que estava falhando. As chances de haver um relance da economia mundial, ao menos acima do marasmo dos últimos anos, começam a fazer mais sentido. Não há, no horizonte próximo, sinal de catástrofes econômicas anunciadas. Nesse quadro, Dilma e Lula, ou emprego e renda, tendem a ampliar seu favoritismo, retirando da oposição qualquer possibilidade de um discurso econômico compreensível à maioria dos cidadãos. Afinal, o que importa para um trabalhador é ter emprego e salário – e isso há.



Brasil 247

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