Presidente ocupa rede nacional de rádio e tevê, na
noite desta segunda-feira 23; otimismo será a tônica do pronunciamento
na véspera do Natal; acentos do discurso estarão na implantação do
programa Mais Médicos, na menor taxa de desemprego desde 2002, no avanço
da renda dos trabalhadores sobre a inflação e no sucesso dos programas
de concessões do pré-sal, estradas e aeroportos; grito da oposição já é
esperado
247 –
A presidente Dilma Rousseff ocupa na noite desta segunda-feira 23 rede
nacional de rádio e televisão para um pronunciamento à Nação. A oposição
já pode ir preparando as críticas, porque Dilma vai adotar um tom
bastante otimista sobre as realizações do governo. E ela tem o que dizer
e, na prática, com suas notícias positivas, vai fazer as vezes de uma
típica Mamãe Noel.
Na semana passada, dados
oficiais do IBGE apontaram para a elevação, acima da inflação, em 3% na
renda dos trabalhadores. Por outro lado, começam a cair os volumes de
endividamento das famílias. As previsões apontam para uma taxa de
inflação inferior a 6% em 2013, dentro da meta estabelecida pelo Banco
Central. Será o décimo ano consecutivo em que isso acontece. Ao mesmo
tempo, a taxa de desemprego em novembro chegou a 4,6%, a menor desde
2002. Se quiser dizer que o Brasil vive em regime de pleno emprego,
tecnicamente Dilma poderá fazer essa afirmação.
Além da economia, a
presidente deverá centrar seu discurso eletrônico também no programa
Mais Médicos. Atacado pelas entidades médicas e lembrado, negativamente,
nas retrospectivas de veículos de destaque da mídia tradicional, como a
revista Veja, o programa, na avaliação do governo, é um sucesso de
público. Com efeito, as manifestações de comunidades dos municípios
beneficiados pelo programa mostram que a aceitação supera até mesmo os
índices favoráveis apontados pelas pesquisas de opinião.
Dilma terá como conteúdo,
ainda, o sucesso do programa de concessões do governo federal no setor
de infraestrutura. Contra o ceticismo dos críticos, o governo conseguiu
transferir a construção e administração de estradas e aeroportos para a
iniciativa privada por dezenas de bilhões de reais.
O caso mais especial, sem
dúvida, não será deixado de lado: a concessão da exploração do campo de
Libra, do pré-sal, que proporcionou ao governo um bônus de R$ 15
bilhões já pagos pelo consórcio vencedor composto pela holandesa Shell, a
francesa Total, a brasileira Petrobras e as chinesas CNPC e CNOOC.
No campo
político-pessoal, Dilma tem motivos para comemorar. Se sua popularidade
ainda não voltou aos patamares de antes das manifestações populares de
junho, quando chegou a 65% de aprovação para o seu governo, ela já se
recuperou a ponto de voltar a ser favorita para as eleições
presidenciais de 2014. Com mais de 40% de intenções de voto, ela soma
mais pontos que todos os candidatos da oposição neste momento.
Os últimos
pronunciamentos da presidente têm despertado duras críticas dos partidos
de oposição, que já viram na ocupação das redes de rádio e televisão um
gesto de pré-campanha eleitoral. Não deve ser diferente agora. A
posição de Dilma, porém, é bastante defensável. Afinal, falar à Nação
nas vésperas do Natal e da virada de ano pode ser visto quase que como
uma obrigação do cargo de presidente da República, no sentido de prestar
contas. E ninguém esperaria de um presidente a distribuição de más
notícias, não é mesmo?
Brasil 247
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