sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Barbosa nega recurso de Haddad para aumentar IPTU

Edição/247 Fotos: STF:
Presidente do Supremo Tribunal Federal rejeitou nesta sexta-feira recurso do prefeito Fernando Haddad para reverter uma liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo que impedia o reajuste do imposto na capital paulista; com a decisão, Haddad continua impedido de colocar em prática a proposta de aumento progressivo do IPTU, como queria e já cantava vitória na tevê o presidente da Fiesp, Paulo Skaf; tanto Haddad quanto Skaf foram recebidos ontem por Joaquim Barbosa, que ouviu defesas e ataques sobre a proposta; hoje o prefeito atacou a ação: "é muita demagogia ficar entrando com uma ação contra a cidade, já que a Fiesp não entrou com nenhuma ação contra nenhum outro prefeito"
20 de Dezembro de 2013 às 14:57

SP247 – O prefeito Fernando Haddad (PT) acaba de sofrer mais uma derrota na Justiça, desta vez na mais alta corte do País, que o impede de reajustar o IPTU na cidade de São Paulo. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, negou nesta sexta-feira 20 o recurso de Haddad para derrubar a liminar emitida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo que impedia o aumento. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) também já havia negado o recurso, o que levou o caso ao STF.

O prefeito foi recebido ontem em Brasília por Joaquim Barbosa, para quem expôs os argumentos sobre a necessidade de se reajustar o imposto e, portanto, de se derrubar a decisão do TJ-SP. No mesmo dia, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, também foi até o ministro, mas com o objetivo contrário: apresentar seu ponto de vista contra a proposta de Haddad. A ação que impede o aumento do IPTU foi movida pela Fiesp e pelo PSDB.

Barbosa considerou, em sua decisão, que a solicitação de liminar feita pela prefeitura de São Paulo é "invasiva ao devido processo judicial". Nesta sexta-feira, Haddad se mostrou bastante irritado com a situação e chamou de "demagógica" a ação contra o reajuste do imposto. De acordo com sua proposta, que prevê um aumento progressivo, o IPTU seria elevado em até 20% para imóveis residenciais e até 35% para comerciais. A ideia é cobrar valores maiores de quem mora em bairros mais valorizadas da capital.

"É muita demagogia ficar entrando com uma ação contra a cidade, já que a Fiesp não entrou com nenhuma ação contra nenhum outro prefeito", criticou Haddad. O prefeito de São Paulo vê um claro interesse eleitoral na atitude. "Não vale a pena fazer demagogia para ganhar [nas eleições] alguns pontinhos. Não é porque você é candidato a qualquer coisa que você pode fazer demagogia", disse. Paulo Skaf é pré-candidato ao governo paulista pelo PMDB e tem usado a verba da Federação para explorar sua imagem.

Em seus argumentos, Skaf defende que "a sociedade não aceita mais pagar impostos". Segundo o presidente da Fiesp, "é preciso melhorar a qualidade dos serviços públicos, pois o que está aí é um desrespeito ao cidadão. Esta é uma vitória dos paulistanos e não apenas deles, porque serve de exemplo para outras prefeituras que estejam pensando em fazer aumentos abusivos de impostos".

Leia abaixo reportagem da Agência Brasil:

Supremo rejeita pedido da prefeitura de São Paulo para liberar aumento do IPTU

André Richter
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, negou hoje (20) pedido da prefeitura de São Paulo para liberar o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) na capital paulista. Barbosa entendeu que a questão deve ser analisada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que suspendeu o aumento no dia 11 de dezembro.

Segundo a prefeitura, o reajuste representa aumento médio do IPTU de 14,1%, em 2014. Considerando apenas os imóveis residenciais, a média ficará em torno de 10,7%. Dos cerca de 3 milhões de contribuintes, o número de isentos ficará estável em cerca de 1 milhão.

Na decisão, Barbosa afirmou que a solicitação de liminar feita pela prefeitura de São Paulo é "invasiva ao devido processo judicial", por atravessar o caminho natural dos recursos nas instâncias do Judiciário. "Sem o registro documental de que inexistem despesas opcionais, eventual suspensão significaria o reconhecimento de que o Poder Público poderia deixar de cumprir obrigações constitucionais e legais segundo simples juízos de conveniência e de oportunidade. Uma vez recolhido o valor do tributo, sua restituição é demorada e custosa.", disse Barbosa.

Em nota à imprensa, a prefeitura de São Paulo disse que lamenta a decisão de Barbosa, que manteve o aumento suspenso conforme decisão do TJSP, e vai enviar os boletos do IPTU 2014 com reajuste de cerca de 5,6% para todos os contribuintes. "Caso a lei não tivesse sido suspensa pela liminar, o reajuste do IPTU seria diferenciado por tipo de imóvel [residencial, em média, de 10,7% e comercial, em média, de 31,4%) e por localização (por exemplo, os distritos do Parque do Carmo e do Campo Limpo teriam reduções médias de 12,1% e 2,7%, respectivamente), o que beneficiaria a população mais pobre da cidade", diz o comunicado da prefeitura.



Brasil 247

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