22 de dezembro de 2013 | 12:41 Autor: Miguel do Rosário
Hoje em dia é melhor não arriscar. Então eu aviso logo. O título é ironia.
A nova investida
da mídia contra José Dirceu, que descobriu que o ex-ministro, já como
advogado privado e tentando ganhar a vida longe do governo, abriu uma
empresa no Panamá, é simplesmente cansativa. Depois que foi revelado que
o Saint Peter, o hotel onde Dirceu iria trabalhar, tinha uma empresa no
Panamá, descobriu-se que a Globo também tinha, o grupo Abril também tinha, e a família do prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes também tinha. Todos esses, com exceção da Globo, que usou outra firma, operaram com a mesma empresa do hotel Saint Peter, a Truston.
A Morgan & Morgan,
que todo mundo usa, é a maior firma do Panamá. A maioria dos
brasileiros que abre uma firma nesse paraíso fiscal utiliza os serviços
dela.
Ontem eu descobri, e publiquei aqui
no Tijolaço, que Jorge Fagali Neto, amigo de Aloysio Nunes, importante
quadro do PSDB-SP, e um dos homens do “trensalão”, era representante de
uma empresa no Panamá que também usou os serviços da Truston; mais
ainda, usou o mesmo funcionário, o famigerado José Eugenio Silva Ritter,
usado pelo hotel St Peter.
Ou seja, o problema não é ter empresa no Panamá, que não é ilegal. O
problema é a imprensa brasileira se concentrar apenas no que pode
atingir José Dirceu. Custava informar aos leitores que Globo, Abril,
família Paes e tucanos também tem empresas no Panamá, a maioria usando o
mesmo endereço da Truston? E que Dirceu não é dono disso tudo?
Tijolaço
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