20 de dezembro de 2013 | 16:17 Autor: Fernando Brito
A imprensa destaca, com horror, quando, depois de uma enchente, grupos de gente pobre saqueiam um caminhão de comida.
Claro que ninguém deve saquear, mas o curioso é que ninguém se
horroriza quando uma elite perdulária esbanja sua riqueza no exterior.
Dos 23 bilhões de dólares deixados por brasileiros lá fora de janeiro
a novembro deste anos, grande parte é de gastos normais: hotéis,
passeios, compras de objetos ou presentes que todo mundo gosta de trazer
quando vai a outros países, ou num bom vinho e mesmo uma caixa de
uísque.
Nada contra, e que bom que tanta gente possa estar realizando o sonho de conhecer outros países.
Mas um parte significativa é de puro esbanjamento, mesmo.
O blog “Direto de Miami”, do Estadão, traz hoje um destes exemplos de busca de status.
É a loja Marky’s Gourmet, na Flórida, onde se vende caviar e vinhos caros.
30% dos clientes são brasileiros, segundo o dono, e 80% destes, paulistas.
Cada um gasta, em média, US$ 60 mil em cada “passeio de compras”.
Ou R$ 140 mil, o preço de um apartamento de classe média modesta ou de quatro carros populares.
O dinheiro é deles, argumentar-se-ia. E é, embora um dia, para chegar
nessa fartura a seus bolsos, tenha sido de alguém com muito, muito
menos.
Mas essa é a gente que se diz “vítima” de uma pesada carga
tributária, que alega estar sufocada por impostos, que diz que o governo
gasta muito e mal para dar subsídios a quem está passando fome.
É a massa cheirosa, que tem nojo das pessoas “diferenciadas”.
Comam seu caviar, senhores, mas permitam que os pobres possam ter ao menos arroz com feijão.
Tijolaço
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