Documentos apresentados pelo programa Fantástico,
neste domingo 8, mostram que a rede privada de computadores da
petrolífera brasileira e cooperativa de mais de 10 mil bancos foram
alvos da NSA
por Redação
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publicado em 09/09/2013
Reportagem veiculada neste domingo 8 pelo programa Fantástico,
da TV Globo, diz que documentos vazados pelo ex-consultor de
informática Edward Snowden indicam que a rede privada de computadores da
Petrobras foi monitorada pela Agência Nacional de
Segurança dos Estados Unidos (NSA). Além da petrolífera brasileira, os
documentos apontam espionagem no Google (no provedor de emails e
serviços de internet), na diplomacia francesa e a rede do Swift, cooperativa
que reúne mais de dez mil bancos de 212 países e regula as transações
financeiras internacionais por telecomunicações.
Para cada um dos alvos existe uma pasta que reúne todas
as comunicações interceptadas e os endereços de IP, a identificação de
computadores ligados à rede privada, que deveriam estar imunes a esses
ataques.
A classificação de segurança do documento é
"ultrassecreto", liberado apenas para quem os norte-americanos chamam de
"five eyes" (cinco olhos), os cinco países aliados na espionagem:
Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Canadá e Nova Zelândia.
A reportagem foi co-elaborada por Glenn Greenwald, o jornalista do The Guardian
que teve acesso ao material liberado por Snowden em junho deste ano. A
extensão do monitoramento não pode ser dimensionada, segundo o programa,
que também diz não poder afirmar se os conteúdos da estatal foram
acessados.
Em resposta ao programa, a NSA disse: "Nós não usamos nossa
capacidade de espionagem internacional para roubar segredos comerciais
de companhias estrangeiras para dar vantagens competitivas a empresas
americanas." A Agência não quis comentar os trechos onde a Petrobras é
citada.
A Petrobras informou, por meio da assessoria de imprensa, que não irá comentar suposta espionagem pelos Estados Unidos.
Espionagem à Dilma
Na semana passada, o programa Fantástico havia denunciado que os norte-americanos monitoraram conversas da presidenta Dilma Rousseff com assessores diretos. O governo brasileiro cobrou explicações formais e por escrito dos Estados Unidos.
Na semana passada, o programa Fantástico havia denunciado que os norte-americanos monitoraram conversas da presidenta Dilma Rousseff com assessores diretos. O governo brasileiro cobrou explicações formais e por escrito dos Estados Unidos.
O material contradiz as afirmações da NSA de que não faz espionagem
por motivos econômicos - e reafirmado em nota divulgada essa semana no
jornal The Washington Post, onde o Departamento de Defesa, ao
qual a NSA está ligada, afirma que nenhum tipo de espionagem econômica é
realizado, incluindo o cibernético.
Entretanto, nos documentos é possível observar um treinamento
de novos agentes no passo a passo para acessar e espionar redes privadas
de computador, redes internas de empresas, governos e instituições
financeiras.
Em São Petersburgo, na Rússia, a presidenta Dilma Rousseff
disse que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se comprometeu
assumir a responsabilidade direta pela investigação das denúncias de
espionagem a dados pessoais dela, de assessores e de cidadãos do Brasil.
Os dois tiveram um encontro, paralelo às atividades da 8ª Cúpula do
G20.
"Obama assumiu responsabilidade direta e pessoal pela
investigação das denúncias de espionagem”, disse Dilma antes de embarcar
de volta para o Brasil. "O presidente Obama se comprometeu a responder
ao governo brasileiro até quarta-feira 11 o que ocorreu".
Carta Capital
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