sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

'EUA não vão mais espionar aliados', promete Obama

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Em uma vitória da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e da chanceler alemã Angela Merkel, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, garantiu hoje em Washington que o governo norte-americano não irá mais monitorar comunicações de chefes de Estado e governo de amigos sem "objetivos convincentes relacionados à segurança nacional"; declarou que os esforços, porém, "só serão eficazes se os cidadãos confiarem que os EUA respeitam sua privacidade"; o único objetivo da NSA, segundo ele, é de "segurança nacional"; "Não usamos para dar vantagem competitiva a empresas", afirmou; em outubro, Dilma chegou a apontar "razões econômicas e estratégicas por trás de tais atos"
17 de Janeiro de 2014 às 15:08

247 – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu nesta sexta-feira 17 não mais espionar os sistemas de comunicações de chefes de Estado e governo de amigos e aliados próximos na ausência de objetivos convincentes relacionados à segurança nacional. A garantia foi dada em discurso na Casa Branca, pelo qual ele anunciou as novas regras de espionagem a serem adotadas pelo governo norte-americano.

O presidente dos EUA falou principalmente do terrorismo como justificativa para a intensificação do trabalho de espionagem na NSA (Agência de Espionagem Norte-Americana). "O horror do 11 de setembro levou ao fortalecimento dos serviços de informações, que passaram a fazer muito mais coisas (...). Na pressa de responder a um conjunto de ameaças reais, a chance de perdermos nossas liberdades ficou mais evidente", declarou Barack Obama".
Em parte, Obama colocou a culpa na tecnologia para as denúncias de espionagem de presidentes de países aliados. "O risco de excesso se tornou mais agudo porque a tecnologia avançou mais rapidamente do que a regulamentação de seu uso", disse. O presidente americano acrescentou que a capacidade dos EUA é única e há cada vez menos limites no que o país pode fazer. "Mas temos que discutir o que devemos fazer", afirmou. "Esse debate nos tornará mais fortes".

Ele justificou ainda que os Estados Unidos têm "ameaças e inimigos reais", e que por isso não podem "desarmar de maneira unilateral nossas capacidades de espionagem". Segundo ele, a comunidade de inteligência reconhece potencial de abuso na medida em que cada vez mais informações são captadas. Mas por fim, anunciou ter aprovado "novas diretrizes para coletas de dados dentro e fora dos EUA". "O trabalho começou", disse ele.

Em relação à divulgação de documentos de espionagem pelo ex-colaborador da NSA Edward Snowden, Obama criticou a maneira sensacionalista com que foram feitas as revelações. Mas afirmou: "não vou discutir motivações do sr. Snowden". A revisão das regras de espionagem pelo governo dos EUA é uma vitória da presidente Dilma Rousseff e da chanceler Angela Merkel, que tiveram suas comunicações monitoradas e apresentaram, na ONU, uma resolução que exigia o fim da espionagem excessiva e da invasão de privacidade. O documento foi aprovado.

Novas regras

Obama explicou que a coleta em massa de dados não engloba conteúdo de chamadas telefônicas, mas sim metadados (o número e a duração da chamada). Este programa, ele afirma que deve continuar. Segundo o presidente, a inexistência de um programa de metadado evitou que a NSA identificasse, por exemplo, a origem da chamada de um dos terrorista do 11 de setembro feita dentro dos Estados Unidos. Mas ressaltou: "só iremos pedir telefonemas até dois passos do suspeito, em vez dos atuais três, e será necessária autorização da corte secreta para isso".

"Nossos esforços", disse ele, no entanto, "só serão eficazes se cidadãos de outros países confiarem que os EUA respeitam sua privacidade. Se eu quiser saber o que outros líderes pensam, vou pegar o telefone e chamá-los, em vez de usar serviços de inteligência", afirmou. Obama garantiu, em seguida, que o governo norte-americano "só usa inteligência para objetivos legítimos de segurança nacional. Não usamos para dar vantagem competitiva a empresas". No início de outubro, a presidente Dilma Rousseff apontou "razões econômicas e estratégicas por trás de tais atos".



Brasil 247

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