Em uma vitória da presidente do Brasil, Dilma
Rousseff, e da chanceler alemã Angela Merkel, o presidente dos Estados
Unidos, Barack Obama, garantiu hoje em Washington que o governo
norte-americano não irá mais monitorar comunicações de chefes de Estado e
governo de amigos sem "objetivos convincentes relacionados à segurança
nacional"; declarou que os esforços, porém, "só serão eficazes se os
cidadãos confiarem que os EUA respeitam sua privacidade"; o único
objetivo da NSA, segundo ele, é de "segurança nacional"; "Não usamos
para dar vantagem competitiva a empresas", afirmou; em outubro, Dilma
chegou a apontar "razões econômicas e estratégicas por trás de tais
atos"
247 – O presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama, prometeu nesta sexta-feira 17 não mais espionar os sistemas de
comunicações de chefes de Estado e governo de amigos e aliados próximos
na ausência de objetivos convincentes relacionados à segurança nacional.
A garantia foi dada em discurso na Casa Branca, pelo qual ele anunciou
as novas regras de espionagem a serem adotadas pelo governo
norte-americano.
O presidente dos EUA falou principalmente do terrorismo como
justificativa para a intensificação do trabalho de espionagem na NSA
(Agência de Espionagem Norte-Americana). "O horror do 11 de setembro
levou ao fortalecimento dos serviços de informações, que passaram a
fazer muito mais coisas (...). Na pressa de responder a um conjunto de
ameaças reais, a chance de perdermos nossas liberdades ficou mais
evidente", declarou Barack Obama".
Em parte, Obama colocou a culpa na tecnologia para as denúncias de
espionagem de presidentes de países aliados. "O risco de excesso se
tornou mais agudo porque a tecnologia avançou mais rapidamente do que a
regulamentação de seu uso", disse. O presidente americano acrescentou
que a capacidade dos EUA é única e há cada vez menos limites no que o
país pode fazer. "Mas temos que discutir o que devemos fazer", afirmou.
"Esse debate nos tornará mais fortes".
Ele justificou ainda que os Estados Unidos têm "ameaças e inimigos
reais", e que por isso não podem "desarmar de maneira unilateral nossas
capacidades de espionagem". Segundo ele, a comunidade de inteligência
reconhece potencial de abuso na medida em que cada vez mais informações
são captadas. Mas por fim, anunciou ter aprovado "novas diretrizes para
coletas de dados dentro e fora dos EUA". "O trabalho começou", disse
ele.
Em relação à divulgação de documentos de espionagem pelo
ex-colaborador da NSA Edward Snowden, Obama criticou a maneira
sensacionalista com que foram feitas as revelações. Mas afirmou: "não
vou discutir motivações do sr. Snowden". A revisão das regras de
espionagem pelo governo dos EUA é uma vitória da presidente Dilma
Rousseff e da chanceler Angela Merkel, que tiveram suas comunicações
monitoradas e apresentaram, na ONU, uma resolução que exigia o fim da
espionagem excessiva e da invasão de privacidade. O documento foi
aprovado.
Novas regras
Obama explicou que a coleta em massa de dados não engloba conteúdo de
chamadas telefônicas, mas sim metadados (o número e a duração da
chamada). Este programa, ele afirma que deve continuar. Segundo o
presidente, a inexistência de um programa de metadado evitou que a NSA
identificasse, por exemplo, a origem da chamada de um dos terrorista do
11 de setembro feita dentro dos Estados Unidos. Mas ressaltou: "só
iremos pedir telefonemas até dois passos do suspeito, em vez dos atuais
três, e será necessária autorização da corte secreta para isso".
"Nossos esforços", disse ele, no entanto, "só serão eficazes se
cidadãos de outros países confiarem que os EUA respeitam sua
privacidade. Se eu quiser saber o que outros líderes pensam, vou pegar o
telefone e chamá-los, em vez de usar serviços de inteligência",
afirmou. Obama garantiu, em seguida, que o governo norte-americano "só
usa inteligência para objetivos legítimos de segurança nacional. Não
usamos para dar vantagem competitiva a empresas". No início de outubro, a
presidente Dilma Rousseff apontou "razões econômicas e estratégicas por trás de tais atos".
Brasil 247
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