Depois de recusar todos os convites anteriores,
presidente aceita participar do Fórum Econômico Mundial – a maior
concentração de ricos por metro quadrado do planeta, em Davos, Suíça;
palestra para executivos globais, na próxima sexta-feira, tem inscrições
esgotadas; resultados de concessões em infraestrutura credenciam Dilma
Rousseff junto a empresários e banqueiros; comitiva inclui ministro da
Fazenda e presidentes do BC e do BNDES; em grande estilo, Brasil ainda
vai faturar autocrítica dos EUA sobre espionagem; revista The Economist
afirma que ano de 2014 não começou bem para Dilma, mas presidente do
Fórum de Davos vai na contramão de mais esse pessimismo: "Brasil tem
todos os ingredientes para a superar a crise de meia-idade que afeta os
emergentes", disse Klaus Schwab
247 – Depois de recusar todos os convites que
lhe foram feitos para participar do Fórum Econômico Mundial – o chamado
encontro dos ricos, em Davos, nos alpes suíços --, a presidente Dilma
Rousseff finalmente decidiu subir a montanha.
Com uma extensa comitiva formada por seu primeiro escalão econômico,
ela terá plateia completa para sua exposição na sexta-feira 24, no
Business Interaction Group on Brazil. Para o auditório com capacidade
para 70 cadeiras já se foram feitas 90 inscrições.
A presidente chegará a Davos com o moral alto sobre o capital
internacional. Vista, inicialmente, como adversária do grande capital
internacional, Dilma conseguiu uma virada de jogo com seu programa de
concessões em infraestrutura. Dos setores de petróleo ao de aeroportos,
as concessões atraíram ao País alguns dos mais poderosos grupos
internacionais de cada setor, garantindo investimentos bilionários nos
próximos anos. O receio sempre disseminado da falta de respeito aos
contratos foi, na prática, ultrapassado.
A presidente, é claro, ainda terá muitas resistências a enfrentar.
Sua prática de governo à esquerda dos países ricos deixa dúvidas entre
investidores, mas esse panorama pode estar mudando rapidamente. Dilma
levará para Davos a preocupação de se comprometer com o combate à
inflação e a responsabilidade fiscal. Neste sentido, ela deverá lembrar
que 2013 foi o ano em que, pelo décimo período consecutivo, a inflação
ficou dentro da meta.
Outra parte importante de seu pronunciamento, que será seguido de
perguntas da plateia, vai bater na tecla do potencial de crescimento da
economia brasileira. Dilma quer revisar pessoalmente o discurso que fará
em Davos, de modo a dar peso específica a cada palavra.
PESSIMISMO MIDIÁTICO - A revista The Economist
afirmou, em sua edição desta semana, que o ano de 2014 não começou bem
para Dilma. A publicação se refere à alta de preços verificada em
dezembro, o que projeta uma taxa de inflação de 6% para estourar no
período da eleição.
A torcida contra, porém, parece precipitada. Vale considerar, nas
perspectivas deste ano, que Dilma já obteve uma importante vitória no
plano internacional. Ao cancelar sua visita aos Estados Unidos, no ano
passado, após a descoberta da espionagem americana sobre cidadãos e o
governo brasileiro, inclusive a própria presidente, Dilma agiu como uma
verdadeira estadista. Não se dobrou ao poderio americano.
Depois dela, diante de nova revelação, a chanceler alemã Angela
Merkel tomou atitude semelhante de oposição aos métodos americanos. O
resultado é que, nesta sexta-feira 17, o presidente Barack Obama estará
anunciando ao mundo uma profunda mudança nos métodos de ação da Agência
Nacional de Segurança. Sem dúvida, um ponto importante para Dilma que
não deixará de ser considerado na recepção que ela terá em Davos. Chega
com o respeito pessoal em alta.
A delegação brasileira terá os presidentes do BC Alexandre Tombini, e
do BNDES, Luciano Coutinho, além dos ministros Guido Mantega, da
Fazenda, Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, e o chanceler Luiz
Alberto Figueiredo Machado.
Presidente do Fórum, Klaus Schwab elogiou a estreia em grande estilo
da presidente em Davos. "A presença da presidente é um grande sinal da
confiança que ela tem na comunidade empresarial. O Brasil tem todos os
ingredientes para superar essa crise de meia-idade".
Brasil 247
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