Protagonista nesta quinta-feira 11 de cena inédita
da história de 124 anos do Supremo Tribunal Federal, ao chamar
seguranças para retirar da tribuna, à força, o advogado Luiz Fernando
Pacheco, Joaquim Barbosa poderá ser visto, nesta quinta-feira 12, no
estádio do Itaquerão; ele é convidado da presidente Dilma Rousseff para o
jogo de abertura da Copa do Mundo, em São Paulo; antes, na Copa das
Confederações, juiz foi recebido por Luciano Huck, de quem seu filho é
empregado, no Maracanã (acima); ponto fora da curva na democracia
brasileira, ministro em vias de se aposentar fez de tudo no cargo:
refutou direito de condenados, agrediu jornalistas, ofendeu a carreira, a
corte e defenestrou um advogado; agora, quer gritar gol; melhor que
saia de campo
247 – Após patrocinar a maior baixaria da
história de 124 anos do Supremo Tribunal Federal, ao determinar nesta
quarta-feira 11 a retirada da tribuna, por seguranças, à força, do
advogado Luiz Fernando Pacheco, que defendia o ex-presidente do PT José
Genoino, o ministro Joaquim Barbosa já sabe o que vai fazer em seu 'day
after'. Barbosa quer gritar, como milhões de brasileiros, e como se nada
tivesse ocorrido, gol da Seleção Brasileira.
O presidente do STF é convidado da presidente Dilma Rousseff para
assistir a abertura da Copa do Mundo, no estádio do Itaquerão, em São
Paulo, às 17 horas. O convite foi feito antes de Barbosa protagonizar um
verdadeiro escândalo jurídico, ao cassar a palavra de um militante do
Direito. O ministro Marco Aurélio Mello, aliado em diferentes ocasiões
das posições de Barbosa durante o julgamento da Ação Penal 470, não
deixou de ser um dos primeiros a criticar o colega. "Foi péssimo",
resumiu ele. "A atitude chegou ao extremo".
Pronto para se aposentar, Barbosa parece não ter se aguentado como
coadjuvante e, em breve, ir para o ostracismo. Na sessão desta
quarta-feira do Supremo, ele foi abrupto ao cassar a palavra do defensor
de José Genoino, que pedia ao presidente do STF para levar à apreciação
de seus pares, em plenário, o pedido de prisão domiciliar ao seu
cliente. Barbosa não gostou de ser questionado e tocou a segurança para
cima do causídico.
Não foi a primeira truculência de Barbosa, que está deixando, seis
meses antes do final do seu mandato, por absoluta falta de ambiente no
meio jurídico. Ele atacou a criação de novos tribunais federais,
posicionou-se contra as relações normais entre advogados e magistrados,
acusou um jornalista de chafurdar no lixo e burlou a decisão plenária de
prisão semiaberta para os condenados no chamado mensalão.
Em relação ao futebol, Barbosa foi ao camarote do apresentador
Luciano Huck, da Rede Globo, durante a Copa das Confederações, no ano
passado. Soube-se naquele momento que o filho de Barbosa é empregado da
produção do programa de Huck na emissora. Mais promiscuidade, é difícil.
Agora, sem saber que Barbosa aprontaria das suas outra vez, a
presidente Dilma chamou o juiz para estar ao seu lado na abertura da
Copa, para o jogo Brasil e Croácia. Do jeito que gosta de aparecer, e
sem vergonha de suas atitudes arbitrárias e autoritárias, Barbosa deve
estar lá em busca de, outra vez, brilhar na mídia tradicional. Outra vez
numa posição indefensável.
Brasil 247
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