dom, 29/06/2014 - 14:02 
Os botequins cariocas estão cheios. As filas dos supermercados são 
imensas e lembram corredores da ONU, onde todos os idiomas são falados e
 ouvidos. Gringos em todas as direções, empurrando carrinhos diante dos 
caixas. Porém, do comércio dos shoppings eles passam longe. As lojas dos
 ditos “quadriláteros da moda” estão vazias. Os salões de cabeleireiros,
 às moscas.
Verdade é que a massiva, sistemática e histérica campanha interna 
contra o Brasil, nos meses que antecederam a Copa do Mundo, em nossa 
mídia, nas redes sociais, no boca à boca, num evidente e muito bem 
articulado projeto, coisa de profissional, surtiu o efeito esperado: 
repercutiu, contaminou os sites, o noticiário internacional de 
credibilidade, afugentando o turismo estrangeiro com maior poder 
aquisitivo, receoso da violência, e causando estragos em vários setores 
da economia.
Para o Rio de Janeiro, não vieram os anunciados transatlânticos de 
luxo, que abrigariam os “turistas excedentes”, dos quais a hotelaria 
cinco estrelas carioca, carente em número de leitos, “não daria conta”. 
Alguém viu?
Quem investiu em reformas, pretendendo lucrar com gordos alugueis de 
aparts luxuosos, penthouses, apês com vistão, ficou a ver navios. Não 
houve procura.
Vieram os trailers, utilitários, vans, tendas, mochilas. Veio o 
Turista simpático, jovial e alegre dos kitinetes alugados, do 
dinheirinho contado para o dia à dia, que o carioca criativo logo 
apelidou de Durista.
Nada contra. Faz parte. Eventos esportivos como a Copa do Mundo 
atraem o turismo de massa. E esta Copa das Copas tem o charme especial 
de fazer brilhar os países da América do Sul, com torcedores entrando 
motorizados por todas as nossas fronteiras.
Porém, as agências se queixam de que os pacotes turísticos formatados
 não tiveram a saída pretendida, e agora eles são oferecidos, junto com 
as passagens aéreas, com tarifas reduzidas em até 40%, para a atual e a 
próxima temporadas. É o que dizem os jornais!
O ambicionado retorno com os gastos dos estrangeiros, atraídos pela 
Copa, ficará bem aquém do que outros países lucraram em suas Copas, 
quando viram lojas entupidas, fervilhando com turistas gastadores.
Quem vai ressarcir o nosso comércio, o nosso setor turístico, o nosso
 país? A turma do #nãovaitercopa? Os partidos de oposição? Os celerados,
 que passavam dia e noite em campanha no Facebook e no Twitter contra a 
nossa Copa do Mundo? Os Emissários do Pânico, que faziam “terrorismo” 
anti Copa via email? Os Arautos da Catástrofe, prenunciando que a 
violência ia eclodir, os aeroportos explodir e os estádios ruir? Aqueles
 que atribuíam todas as mazelas crônicas do país à Copa do Mundo, porém 
só se aperceberam disso às vésperas de ela acontecer?
Por que não iniciaram a campanha #nãovaitercopa ao primeiro movimento
 para trazer a Copa? Ou logo após o anúncio do Brasil como país sede ? 
Por que começaram a campanha justo no ano da Copa, isto é, ano da 
Eleição?
Seria o caso de perguntar: os responsáveis e diretamente interessados
 nessa campanha, que causou tamanho prejuízo à economia do país, a seu 
comércio, à sua indústria turística, enfim, a nós, vão nos ressarcir?
Blog do Luis Nassif 
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