Convenção nacional do partido aprovou apoio à
candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição; PSD vinha sendo
assediado para compor coligação chefiada pelo PSDB, com direito a ter
ex-presidente do BC Henrique Meirelles como vice de Aécio Neves;
presidente da legenda, ex-prefeito Gilberto Kassab garantia que não
romperia compromisso com Dilma; cumpriu a palavra; Kassab declarou que
ouvirá o partido sobre ter o ex-presidente Henrique Meirelles como
candidato a governador de São Paulo; no horário político, PSD leva
1min40s para o moinho do PT; Dilma também ganhou hoje apoio do PR
247 -
"Impossível" era a palavra que o presidente do PSD, Gilberto Kassab,
vinha utilizando para falar a respeito das chances de o partido romper
seu compromisso com a presidente Dilma Rousseff e fechar uma coligação
com o PSDB. Não há mais dúvida, agora, de que Kassab falava sério.
Realizada em Brasília, a convenção nacional do PSD aprovou o apoio à
reeleição de Dilma. Com isso, a coligação liderada pelo PT ganha mais
1min40s no horário eleitoral gratuito. O presidenciável Aécio Neves
declarou que tinha todo interesse em contar com o ex-presidente do BC
Henrique Meirelles, filiado ao PSD, para ser seu vice, mas a articulação
não prosperou. Kassab passou todo o processo garantindo que não
romperia o acordo anterior feito com a presidente. Cumpriu a palavra.
Agora, o ex-prefeito passa a cuidar
do seu destino político. A convenção estadual do PSD acontece no sábado
29. Estarão em jogos as possibilidades de candidatura própria ou apoio
ao PSDB do governador Geraldo Alckmin. As conversas entre Kassab e
Alckmin evoluíram muito nos últimos dias. O ex-prefeito está a um passo
de se tornar candidato a senador na chapa liderada por Alckmin à
reeleição, mas depende ainda de uma solução para o ex-governador José
Serra, que teria de contentar-se em concorrer a deputado federal. Kassab
já se comprometeu com Alckmin a não entrar em debates sobre temas
nacionais durante a campanha, muito menos fazer menção ao apoio nacional
de seu partido a Dilma. O discurso da campanha ficaria circunscrito a
temas estaduais.
Além da possibilidade do Senado,
surgiu hoje um novo caminho, com a eventual candidatura de Henrique
Meirelles, ex-presidente do Banco Central, ao governo de São Paulo. "Ele
aceitou submeter seu nome à avaliação do partido", disse Kassab na
convenção que selou o apoio a Dilma.
Abaixo, notícia da agência Reuters sobre a convenção do PSD:
BRASÍLIA (Reuters) -
O PSD aprovou em convenção nacional nesta quarta-feira o apoio à
candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição, levando à
coligação encabeçada pelo PT cerca de um minuto e meio de tempo de
televisão na propaganda eleitoral gratuita.
Criado pelo então prefeito de São
Paulo e atual presidente da legenda, Gilberto Kassab, o PSD aprovou o
apoio a Dilma com 108 votos favoráveis, de um total de 114.
Questionado sobre o empenho efetivo
de correligionário na campanha de Dilma, já que em diversos Estados o
PSD tem fechado alianças com siglas adversárias do PT, Kassab afirmou
que a decisão de apoiar a presidente nacionalmente reflete a vontade do
partido.
"Se não tivesse o empenho ou a
vontade de que o partido apoiasse, o Diretório não se manifestaria a
favor dela", disse o presidente do PSD antes do anúncio oficial do apoio
decidido pela convenção.
O PSD de Kassab --que foi eleito
vice-prefeito de São Paulo numa chapa encabeçada por um dos maiores
adversários do PT, José Serra (PSDB), de quem se tornou próximo-- tem
apoiado o governo Dilma nas votações no Congresso e ocupa a Secretaria
da Micro e Pequena Empresa.
O partido conta com um das maiores
bancadas na Câmara, o que é contabilizado na distribuição dos segundos
da propaganda eleitoral gratuita.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
Brasil 247
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