27 de junho de 2014 | 10:46 Autor: Fernando Brito
Saiu com quase nenhum destaque e com o texto frio de um press-release copiado no Estadão.
Mas é uma notícia ótima, destas de encher de alegria os brasileiros.
Porque se trata de centenas de milhares de vidas de crianças que foram poupadas.
Um site de saúde da Índia, o The Health Site, se entusiasmou muito mais e publicou esta imagem e um texto muito mais esclarecedor.
Já “tascou” no título: ” O Brasil já ganhou a Copa do Mundo”.
E, bem-humorado, esclarece:
“Bem, nós não estamos dizendo Neymar e o destino de seus
companheiros na Copa do Mundo está decidido, estamos apenas dizendo
que, quando a mortalidade infantil está em causa, o Brasil teve o
melhor desempenho entre os seus rivais, vencendo a taça que realmente
importa. Desde 1990, os brasileiros reduziram a sua taxa de mortalidade
infantil em 77 por cento.“
O site publica a imagem que nenhum jornal aqui publicou e que a gente reproduz em parte aí em cima e está aqui, na íntegra.
É o ranking “ Mortalidade Infantil: Qual é o placar? ” está
sendo lançado neste final de semana da reunião do Fórum Mundial de
Parceiros para a Saúde Materna, Neonatal e Infantil , em Joanesburgo,
na África do Sul.
Os indianos reproduzem o que diz Paulo Vicente Bonilha de Almeida,
coordenador de saúde da criança do Ministério da Saúde do Brasil.
- Há duas razões principais para a redução da mortalidade
infantil no Brasil: a ampliação do acesso aos cuidados de saúde
primários e Bolsa Família, o maior programa de transferência de renda do
mundo”.O Programa Nacional de Imunizações aumentou as taxas de
vacinação entre as crianças brasileiras e da Política Nacional de
Aleitamento Materno mais do que quadruplicou a amamentação.
E o site diz mais:
“Desde 1988, a Constituição do Brasil tem garantido a sua
cobertura de saúde universal dos cidadãos, para que eles possam acessar
os serviços de saúde para salvar vidas, independentemente da capacidade
de pagamento. Bolsa Família fornece transferências em dinheiro para
famílias pobres em troca de garantir que as crianças recebam as vacinas e
frequentar a escola. Hoje, para cada 1.000 nascimentos no Brasil,
apenas 14 crianças morrerão antes do seu quinto aniversário – muito
menos que as 62 em 1990.
Tragicamente, nem todos os países estão fazendo, assim como o
Brasil em salvar vidas de crianças. Por exemplo, embora a Nigéria tem
reduzido a mortalidade infantil em 42 por cento desde 1990, ele ainda
tem a maior taxa de mortes de crianças de todas as nações do futebol na
Copa do Mundo de 2014. Para cada 1.000 nascimentos na Nigéria, 124
crianças morrerão antes de atingirem 5 anos de idade.”
Claro que nossa taxa ainda é muito alta e precisa chegar perto da que deve ser, quando se trata de vidas de crianças: zero.
Mas é também uma vergonha para um país que sua mídia não dê a estas
vitórias, como dá às do futebol – o destaque que elas merecem, até
porque alerta para o tema, que não é só médico-hospitalar, mas de
educação do nosso povo para hábitos de saúde.
Tijolaço
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