ter, 10/06/2014 - 14:24
Do Valor
Por Bruno Peres e Raphael Di Cunto
A presidente Dilma Rousseff atacou os
adversários na corrida presidencial e afirmou que não foi eleita “para
tirar direito de trabalhador” ou “adotar medida ‘antipopular’”.
“O PDT conviveu e lutou ao longo de
toda sua história contra o udenismo e o golpismo. Conhece suas
artimanhas. Trabalhismo só nós temos. Só tem um grupo político, uma
corrente no Brasil, que é capaz de combater o retrocesso, a volta atrás,
o arrocho salarial, o desemprego, a recessão, que é o nosso lado”,
afirmou Dilma, em discurso na convenção do PDT em Brasília para selar o
apoio à sua reeleição.
“Nós somos capazes de avançar, somos
capazes de aprofundar a distribuição de renda, garantir crescimento com
estabilidade”, afirmou.
Dilma rebateu as críticas à política
econômica e afirmou que o país manteve o nível de emprego mesmo com a
segunda maior crise economia internacional desde 1929.
“Mantivemos o emprego crescendo. Só no
meu período chegamos, até agora, a 4,9 milhões [de empregos criados], e
certamente vamos chegar a mais de 5 milhões. É uma conquista inegável.
Quando todos os países aumentaram o desemprego para estimular o
crescimento, nós não combatemos a crise assim”, disse.
A presidente também afirmou que a
inflação em seu governo e no do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) foi menor que nos dois mandatos do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso (PSDB), que governou de 1995 a 2002.
“Hoje tem uma campanha que diz
sistematicamente que a inflação está sem controle no Brasil. Todo mundo
sabe que a inflação é cíclica. Em junho, julho, agosto, ela sobe. Até
fevereiro estaciona, depois dá uma caída. É o fluxo da inflação, há 15
anos acontece assim”, disse. “A inflação está sob controle e o país tem
todas as condições de manter crescimento constante e contínuo a partir
de agora.”
Oportunismo “do mais deslavado nível”
Em seu discurso, Dilma afirmou ainda
que os adversários mostram um oportunismo “do mais deslavado nível” ao
afirmarem agora que programas do governo, que antes eles criticaram, não
são monopólio da atual gestão.
“O povo do 'não vai dar certo',
geralmente faz o seguinte: quando a gente lança o programa, eles falam
'não vai dar certo'. Aí fazemos o programa, e eles malham, dizem que não
está dando certo. E agora sabe o que eles estão fazendo? Estão dizendo
que o programa não é exclusivo de ninguém, que eles vão fazer também”,
afirmou.
A presidente fez uma referência ao
discurso dos presidenciáveis Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Campos
(PSB), que têm prometido em suas declarações manter programas dos
governos do PT, como o Minha Casa, Minha Vida, o Mais Médicos e o Bolsa
Família.
“Mostra oportunismo do mais deslavado
nível. Fizeram isso com o Mais Médicos. Falaram mal, mas agora que
trouxemos para o Brasil 14 mil médicos, beneficiando 49 milhões de
brasileiros que não tinham cobertura [...], agora dizem que o Mais
Médicos não é monopólio de ninguém”, disse.
A presidente reafirmou que o Bolsa
Família está “seguro” com o atual governo e que o programa foi feito por
aqueles que têm vontade política. Exaltou ainda a redução da pobreza
nos últimos 12 anos, mas disse que o fim da miséria é só o começo e
prometeu reforçar programas como o Minha Casa Minha Vida para dar
qualidade à população.
Dilma agradeceu o apoio do PDT – que
deve ser confirmado em votação nesta tarde – e disse que o partido, ao
qual foi filiada, vai participar do núcleo de sua aliança. “Juntos,
somos invencíveis”, disse.
Jornal GGN - Blog do Luis Nassif
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