Governador Geraldo Alckmin vence queda de braço
que tumultuou São Paulo nos últimos cinco dias; assembléia de
metroviários vota recuo temporário e encerra movimento; readmissão de 42
demitidos é senha para que trabalhadores não voltem a parar no dia da
abertura da Copa, nesta quinta-feira (12); todas as centrais sindicais
vão nesta terça (10) com presidente do sindicato dos metroviários,
Altino Prazeres, tentar agendar renegociação com o governo; "Se os 42
voltarem a trabalhar, não tem greve no dia 12", diz Altino
9 de Junho de 2014 às 21:25
247 - Após 42 demissões, os metroviários
decidiram suspender temporariamente a greve iniciada na última
quinta-feira. No entanto, a categoria pleiteia agora readmissões e volta
a se reunir na quarta-feira (11), na véspera da Copa, para decidir se
voltam a paralisar o Metrô de São Paulo. O movimento, porém, perde
força. Neste quinto dia de greve, a maioria das estações já está
funcionando.
Apesar de a Justiça considerar a greve abusiva, os metroviários de SP
decidiram em assembleia no domingo (8) manter a paralisação. Pela
decisão judicial, o reajuste salarial dos trabalhadores ficou em 8,7%,
índice oferecido pelo Metrô, ante inflação de 5,81%. Os metroviários
pediam 12,2%. O TRT determinou ainda uma multa de R$ 500 mil para cada
novo dia parado, e de R$ 100 mil para os quatro dias anteriores ao
julgamento.
Todas as centrais sindicais vão nesta terça-feira com Altino
Prazeres, presidente do sindicato dos metroviários, tentar agendar uma
renegociação com o governo. "Se os 42 voltarem a trabalhar, não tem
greve no dia 12", diz grevista.
"A categoria entendeu que era hora de voltar ao trabalho para mostrar
a disposição da categoria em negociar. Espero que o governo negocie.
Hoje ficou decidido greve no dia 12 e assembleia no dia 11. A prioridade
agora é a reintegração dos companheiros demitidos. Se tiver que ter o
reajuste como está não gostaríamos, mas a prioridade são os companheiros
demitidos", diz Altino.
Confira matéria anterior do 247:
"Alckmin terá de demitir a todos", diz sindicalista
Terminou sem acordo a reunião entre grevistas do Metrô de São Paulo e
representantes do governo estadual na tarde desta segunda-feira 9. "Não
houve acordo", disse o secretário de Transportes Metropolitanos,
Jurandir Fernandes, ao deixar a reunião, porém, sem dar mais detalhes.
Ele corrigiu o número de demissões por justa causa, antes anunciado como
61, para 42. Segundo ele, 13 demissões ainda estão em análise pelo
Metrô.
Mais cedo, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), havia
aumentado a pressão sobre os metroviários ao comentar a greve durante
evento no Palácio dos Bandeirantes. Segundo ele, a proposta de reajuste
de 8,7% oferecida pelo governo será mantida. Alckmin sinalizou também
que as demissões serão mantidas, ao contrário do que reivindicavam os
manifestantes.
"O reajuste já foi definido. É aquele que o governo ofereceu. Não tem
mais o que discutir. Já houve o dissídio e é um reajuste bem acima da
inflação, ganho real de 3,5%", afirmou o governador. "Nós queremos que
resolva hoje. A população não pode mais ficar subjugada a interesses
menores. Isso não será tolerado e nem descumprimento de ordem judicial",
acrescentou.
Questionado se as demissões poderiam ser revertidas, Alckmin não
respondeu que sim nem que não. "Aqueles que voltarem ao trabalho não
serão demitidos. Os que foram demitidos não o foram em razão só da
greve. Foram em razão de outros fatos, mas isso o Metrô falará
oportunamente". Questionado se poderia haver novas demissões, respondeu
que "o Metrô vai analisar caso a caso".
Segundo o presidente da Federação Nacional dos Metroviários, Paulo
Pasin, o sindicato dos metroviários está disposto a aceitar a proposta
de 8,7%, mas exige a reintegração dos 42 funcionários demitidos, o que o
governo não concorda.
A paralisação chegou no quinto dia nesta segunda-feira. O encontro de
hoje foi mediado pelo Ministério do Trabalho. Os líderes do movimento
protestaram nesta manhã em frente à Secretaria de Transportes, no centro
de São Paulo, onde também havia manifestação do Movimento dos
Trabalhadores (MTST), que apoia a greve do Metrô. Às 17h, 51 das 65
estações estavam abertas.
A greve continuou neste domingo mesmo após decisão da Justiça ter
considerado a paralisação abusiva e imposto multa de R$ 500 mil por dia.
"O Tribunal Regional do Trabalho estabeleceu a abusividade da greve,
estabeleceu, inclusive, a penalidade. E ele estabeleceu o dissídio e
adotou exatamente a proposta do Metrô. Os metroviários já estão
voltando", disse hoje Geraldo Alckmin.
Brasil 247
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