segunda-feira, 9 de junho de 2014

Após 42 demissões, greve no Metrô é suspensa

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Governador Geraldo Alckmin vence queda de braço que tumultuou São Paulo nos últimos cinco dias; assembléia de metroviários vota recuo temporário e encerra movimento; readmissão de 42 demitidos é senha para que trabalhadores não voltem a parar no dia da abertura da Copa, nesta quinta-feira (12); todas as centrais sindicais vão nesta terça (10) com presidente do sindicato dos metroviários, Altino Prazeres, tentar agendar renegociação com o governo; "Se os 42 voltarem a trabalhar, não tem greve no dia 12", diz Altino
9 de Junho de 2014 às 21:25


247 - Após 42 demissões, os metroviários decidiram suspender temporariamente a greve iniciada na última quinta-feira. No entanto, a categoria pleiteia agora readmissões e volta a se reunir na quarta-feira (11), na véspera da Copa, para decidir se voltam a paralisar o Metrô de São Paulo. O movimento, porém, perde força. Neste quinto dia de greve, a maioria das estações já está funcionando. 


Apesar de a Justiça considerar a greve abusiva, os metroviários de SP decidiram em assembleia no domingo (8) manter a paralisação. Pela decisão judicial, o reajuste salarial dos trabalhadores ficou em 8,7%, índice oferecido pelo Metrô, ante inflação de 5,81%. Os metroviários pediam 12,2%. O TRT determinou ainda uma multa de R$ 500 mil para cada novo dia parado, e de R$ 100 mil para os quatro dias anteriores ao julgamento.


Todas as centrais sindicais vão nesta terça-feira com Altino Prazeres, presidente do sindicato dos metroviários, tentar agendar uma renegociação com o governo. "Se os 42 voltarem a trabalhar, não tem greve no dia 12", diz grevista.


"A categoria entendeu que era hora de voltar ao trabalho para mostrar a disposição da categoria em negociar. Espero que o governo negocie. Hoje ficou decidido greve no dia 12 e assembleia no dia 11. A prioridade agora é a reintegração dos companheiros demitidos. Se tiver que ter o reajuste como está não gostaríamos, mas a prioridade são os companheiros demitidos", diz Altino.


 Confira matéria anterior do 247:
"Alckmin terá de demitir a todos", diz sindicalista
Terminou sem acordo a reunião entre grevistas do Metrô de São Paulo e representantes do governo estadual na tarde desta segunda-feira 9. "Não houve acordo", disse o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, ao deixar a reunião, porém, sem dar mais detalhes. Ele corrigiu o número de demissões por justa causa, antes anunciado como 61, para 42. Segundo ele, 13 demissões ainda estão em análise pelo Metrô.
Mais cedo, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), havia aumentado a pressão sobre os metroviários ao comentar a greve durante evento no Palácio dos Bandeirantes. Segundo ele, a proposta de reajuste de 8,7% oferecida pelo governo será mantida. Alckmin sinalizou também que as demissões serão mantidas, ao contrário do que reivindicavam os manifestantes.

 
"O reajuste já foi definido. É aquele que o governo ofereceu. Não tem mais o que discutir. Já houve o dissídio e é um reajuste bem acima da inflação, ganho real de 3,5%", afirmou o governador. "Nós queremos que resolva hoje. A população não pode mais ficar subjugada a interesses menores. Isso não será tolerado e nem descumprimento de ordem judicial", acrescentou.


Questionado se as demissões poderiam ser revertidas, Alckmin não respondeu que sim nem que não. "Aqueles que voltarem ao trabalho não serão demitidos. Os que foram demitidos não o foram em razão só da greve. Foram em razão de outros fatos, mas isso o Metrô falará oportunamente". Questionado se poderia haver novas demissões, respondeu que "o Metrô vai analisar caso a caso".


Segundo o presidente da Federação Nacional dos Metroviários, Paulo Pasin, o sindicato dos metroviários está disposto a aceitar a proposta de 8,7%, mas exige a reintegração dos 42 funcionários demitidos, o que o governo não concorda.


A paralisação chegou no quinto dia nesta segunda-feira. O encontro de hoje foi mediado pelo Ministério do Trabalho. Os líderes do movimento protestaram nesta manhã em frente à Secretaria de Transportes, no centro de São Paulo, onde também havia manifestação do Movimento dos Trabalhadores (MTST), que apoia a greve do Metrô. Às 17h, 51 das 65 estações estavam abertas.


A greve continuou neste domingo mesmo após decisão da Justiça ter considerado a paralisação abusiva e imposto multa de R$ 500 mil por dia. "O Tribunal Regional do Trabalho estabeleceu a abusividade da greve, estabeleceu, inclusive, a penalidade. E ele estabeleceu o dissídio e adotou exatamente a proposta do Metrô. Os metroviários já estão voltando", disse hoje Geraldo Alckmin.



Brasil 247

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