quarta-feira, 11 de junho de 2014

Polícia volta a prender Costa, que tinha US$ 23 mi

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Ex-diretor da Petrobras foi preso  nesta quarta-feira pela segunda vez, em sua casa, no Rio de Janeiro; prisão foi baseada em acusação de que havia risco de fuga; Paulo Roberto Cota, que já ficou 59 dias preso no âmbito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, escondeu da polícia que tinha passaporte português e US$ 23 milhões em contas na Suíça; autoridades daquele país já bloquearam o dinheiro, por suspeita de que vinha de desvios da Petrobras durante a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco
11 de Junho de 2014 às 16:34


247 – A polícia voltou a prender nesta quarta-feira 11 o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que estava em sua casa na Barra, no Rio de Janeiro. A prisão foi baseada em denúncia de que havia risco de fuga. Costa, que foi detido em março no âmbito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e ficou 59 dias preso, não disse à polícia que tinha passaporte português e US$ 23 milhões (R$ 51,3 milhões) em contas na Suíça. Ele foi solto após decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.


Autoridades daquele país bloquearam as contas bancárias atribuídas ao ex-diretor da Petrobras. A suspeita do Ministério Público da Confederação Suíça, que pediu o bloqueio, é de que elas tenham sido abastecidas com dinheiro desviado da estatal brasileira durante a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, informa reportagem da Folha de S. Paulo.


Outros US$ 5 milhões bloqueados (no total foram US$ 28 milhões) pertenciam aos familiares de Costa e do doleiro Alberto Youssef. O ex-diretor da estatal é acusado de favorecer Youssef em contratos firmados com a Petrobras e de ter se beneficiado com um suposto superfaturamento da refinaria.


Costa era um dos responsáveis pela construção da Abreu e Lima, uma vez que foi diretor de Abastecimento da empresa entre 2004 e 2012. Ontem, em depoimento à CPI da Petrobras no Senado, ele afirmou que o custo da obra não foi superfaturado, mas que a companhia errou ao divulgar um número preliminar. "Não houve má-fé. Houve o erro de divulgar um dadoextremamente preliminar. Um dado divulgado na hora errada e de forma errada", disse. O custo inicial da Abreu e Lima era de US$ 2,5 bilhões, mas a obra deve passar de US$ 18 bilhões. 


Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre a prisão de hoje:

Ex-diretor da Petrobras volta a ser preso

André Richter – O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, determinou hoje (11) a prisão do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele foi solto no dia 19 de maio, mas retornou hoje à prisão após o Supremo Tribunal Federal (STF) validar as provas da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), e determinar que as ações penais oriundas da investigação fossem devolvidas à Justiça Federal. Costa foi preso pela PF no Rio de Janeiro, onde mantém residência, e será transferido para Curitiba.


Na decisão, Moro diz que o Ministério Público da Suíça informou que foram descobertas naquele país contas bancárias no valor de US$ 29 milhões. Segundo o órgão, foram identificadas 12 contas em bancos suíços sob o controle de Costa, suas duas filhas, genros e de um funcionário do doleiro Alberto Yousseff. Deste total, De acordo com o Ministério Público suíço, US$ 23 milhões pertenceriam a Costa.


"O fato das contas terem sido descobertas pelas autoridades suíças – e eventualmente bloqueadas – não previne a fuga, pois não há nenhuma garantia de que, mesmo tendo sido bloqueadas, assim permanecerão, pois dependem da persistência do sequestro e do futuro confisco e de uma série de circunstâncias ainda incertas, bem como de um usualmente longo procedimento de cooperação jurídica internacional. Além disso, as contas secretas na Suíça podem apenas revelar um padrão de conduta, não se excluindo de antemão a possibilidade da existência de outras contas em outros países, eventualmente de difícil acesso pelas autoridades brasileiras", ressaltou o juiz.


Costa é suspeito de ter ligação com uma organização criminosa que lavava dinheiro em seis estados e no Distrito Federal, desarticulada na Operação Lava Jato. Em um dos processos, Costa e o doleiro Alberto Youssef e outros acusados de desvio de recursos públicos na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Segundo o Ministério Público, a obra foi orçada em R$ 2,5 bilhões e alcançou gastos de R$ 20 bilhões.


Na segunda ação penal, Costa é acusado de obstruir as investigações. No processo, também são réus as duas filhas dele, Arianna e Shanni Costa, e os dois genros.
De acordo com o Ministério Público Federal, os desvios na construção da refinaria ocorreram por meio de contratos superfaturados feitos com empresas que prestaram serviços à Petrobras entre 2009 e 2014. Conforme a investigação, os desvios tiveram a participação de Paulo Roberto Costa, então diretor de Abastecimento da companhia, e de Youssef, dono de empresas de fachada.


Na defesa prévia apresentada à Justiça, os advogados do ex-diretor da Petrobras informaram que os pagamentos recebidos das empresas do doleiro, identificados como repasses ou comissões, foram decorrentes de serviços de consultoria prestados. No entanto, o juiz destacou que a Polícia Federal e o Ministério Público não encontraram provas de que os serviços foram prestados.


Brasil 247

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