Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil
Edição: Graça Adjuto
O número de pedidos de refúgio no Brasil aumentou
dez vezes nos últimos três anos, segundo o relatório do Alto
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), divulgado hoje
(20). O consultor jurídico da agência da ONU, José Fischel, informou que
apenas no ano passado, mais de 5,2 mil pessoas pediram refúgio em
território nacional, enquanto, até 2010, o número de registros girava em
torno de 500 por ano.
Pelo levantamento que identificou a
situação de refugiados em todo o mundo, 51,2 milhões de pessoas foram
deslocadas à força no mundo em 2013, vítimas de perseguição, violência,
conflito ou violação dos direitos humanos. O número é 15% maior do que o
registrado em 2012. Desse total, 33,7 milhões de pessoas estão entre
deslocados internos, 16,7 milhões entre refugiados e 1,2 milhão entre
pessoas em busca de asilo.
De acordo com autoridades do Acnur, responsáveis pelo relatório Tendências Globais,
o aumento do número de refugiados é resultado, principalmente, da
guerra na Síria, “que até o fim do ano passado forçou a fuga de 2,5
milhões de pessoas para países vizinhos e deixou mais de 6,5 milhões de
deslocados internos”.
O relatório revela que mais de 53% dos
refugiados no mundo são do Afeganistão, da Síria e Somália. É a primeira
vez, desde a Segunda Guerra Mundial, que o número de pessoas deslocadas
dentro de um país e de pessoas em busca de asilo em outros territórios
supera 50 milhões.
O alto comissário da ONU para refugiados,
António Guterres, lembrou que a tendência é que os números continuem
aumentando caso as autoridades não consigam um acordo de paz e adotem
soluções políticas efetivas. Para ele, a ajuda humanitária “serve como
paliativo”.
Os países que mais acolhem refugiados no mundo são o Paquistão, Irã, Líbano, a Jordânia e Turquia.
Uma
das soluções defendidas pelo Acnur para a situação global é o retorno
voluntário das pessoas ao país de origem. Mas, na contramão da proposta,
o relatório mostrou que 2013 foi um dos anos com pior nível de retorno.
“Este é o pior resultado em quase 25 anos”, avaliaram autoridades da
agência.
Agência Brasil
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