20 de junho de 2014 | 18:03 Autor: Fernando Brito
O Valor publica hoje uma matéria de Cristiano Romero
que, em qualquer país civilizado, seria motivo para que os órgãos de
regulação de mercado abrissem uma investigação sobre os movimentos de
capital.
É sobre como “analistas de mercado” como Armínio Fraga, pré-ex-futuro-quase
Ministro da Fazenda participa de um grupo de investidores que espete –
ou tenciona – um pesado abalo financeiro sobre o Brasil como forma de
influenciar no resultado das eleições.
O que, afinal, já acontece com as pesquisas “de mercado” eleitorais,
que estão fazendo muita gente (nem tão boa) ganhar fortunas com a
especulação.
Leia só:
“O governo da presidente Dilma Rousseff acredita que o país está
preparado para enfrentar um terceiro trimestre “sensível”, marcado por
uma disputa eleitoral acirrada e por uma transição “não sincronizada”
das políticas monetárias das economias avançadas. A expectativa em
Brasília é que não haverá um rali nos mercados, como vêm prevendo
analistas como o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.
Em entrevista ao Valor, Fraga disse acreditar na possibilidade
de especulação com a taxa de câmbio e o mercado de juros durante a
campanha que se aproxima. A crença nisso parte da probabilidade, maior
neste momento, de reeleição da presidente Dilma. Investidores ficariam
nervosos com essa possibilidade e retirariam recursos do país,
provocando uma forte desvalorização do real, como ocorreu em 2002,
quando o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, venceu a eleição.”
A reportagem de Romero diz que assessores econômicos do Governo –
certamente com o padrão de ingenuidade do Ministro Guido Mantega –
preveem que isso não vai acontecer.
“ ”O ataque não se dá por ideologia, não ‘é nós contra eles’. Por
isso, não acredito nessa história de pesquisa, de que a Dilma caiu e a
bolsa se animou. Isso dura uma tarde. O que dura mesmo é fluxo, é
fundamento, é política econômica.”
Gosto de ver como, depois de tudo o que passou este Governo,
merece ainda a boa-fé de alguns “crentes no mercado” que acham que são
mesmo apenas as regras do livre mercado, das taxas de juros, de um
“apoliticismo” que os orienta.
Ninguém, é obvio, quer fazer o mercado se portar “na marra” de tal
ou qual maneira. Mas que a sabotagem é latente e perigosa, nem mesmo os
mais ingênuos duvidam.
Tijolaço
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