Há mais de três meses preso, e à espera do
julgamento dos embargos infringentes, que definirão o tamanho real de
sua pena, o ex-ministro José Dirceu mantém uma rotina ativa no presídio
da Papuda; faz a limpeza, mata as baratas e organiza a biblioteca; até
agora, ele já leu 30 livros; "é lendo que se aprende a escrever e
viver", disse ele, numa nota a uma visita; até pedidos de emprego ele
recebe dos que o ainda julgam "poderoso"
247 - "Baratas
tem na Papuda, mas aprendemos a combatê-las", disse José Dirceu, num
bilhete escrito a uma enteada que foi visitá-la e relatou estar vivendo
sozinha e, agora, também enfrentando as baratas de seu apartamento.
Paciente, ativo e disciplinado, José
Dirceu aguarda o julgamento dos embargos infringentes que deverá
ocorrer nesta semana, no Supremo Tribunal Federal. Caso seja condenado
por formação de quadrilha, sua pena total será de dez anos e dez meses
em regime fechado - o que lhe daria direito apenas a duas horas por dia
de banho de sol.
Hoje, Dirceu mantém uma rotina
diferente. Organiza os livros da biblioteca, se exercita e faz a faxina
do presídio. Reclamou uma única vez, quando usou uma vassoura de má
qualidade, que não permite a limpeza do canto das celas.
Segundo relato da jornalista Mônica
Bergamo, da Folha de S. Paulo, ele já leu 30 livros. "É lendo que se
aprende a escrever e a viver", disse ele, em outro bilhete.
Dirceu tem sido também alvo de uma
romaria. Há advogados que tentam ser recebidos por ele, propondo
soluções mágicas para o seu caso, e ainda pessoas que o visitam com
pedidos de emprego, julgando-o "poderoso".
Nesta semana, a tendência é que ele
seja inocentado do crime de formação de quadrilha, caso o STF mantenha a
jurisprudência recente. Assim, a despeito das manobras protelatórias de
Joaquim Barbosa, ele poderá começar a trabalhar fora da Papuda,
seguindo recomendação do próprio Ministério Público Federal.
Ontem, a vaquinha organizada por
seus apoiadores superou a arrecadação de R$ 1 milhão e, assim, ele
poderá também quitar sua multa (leia mais aqui).
Brasil 247
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