No momento em que crescem os rumores sobre o
"Volta, Lula", ex-presidente publica artigo exaltando a economia
brasileira; "Que país atravessou a pior crise de todos os tempos
promovendo o pleno emprego e aumentando a renda da população?", indaga;
"A classe média brasileira, que consumiu R$ 1,17 trilhão em 2013, de
acordo com a Serasa/Data Popular, continuará crescendo. Quantos países
têm mercado consumidor em expansão tão vigorosa?", prossegue; intenção
do ex-presidente parece ser a de injetar ânimo entre os empresários e
garantir a retomada da confiança
247 - O ex-presidente Lula tem uma mensagem para
os empresários: invistam! Ela é o ponto central do artigo "Por que o
Brasil é o país das oportunidades", que acaba de ser disponibilizado
pelo Instituto Lula. "Que país atravessou a pior crise de todos os
tempos promovendo o pleno emprego e aumentando a renda da população?",
indaga. "A classe média brasileira, que consumiu R$ 1,17 trilhão em
2013, de acordo com a Serasa/Data Popular, continuará crescendo. Quantos
países têm mercado consumidor em expansão tão vigorosa?", prossegue.
Leia, abaixo, a íntegra:
Artigo de Lula: Por que o Brasil é o país das oportunidades
Por Luiz Inácio Lula da Silva
Passados cinco anos do início da crise global, o mundo ainda enfrenta
suas consequências, mas já se prepara para um novo ciclo de
crescimento. As atenções estão voltadas para mercados emergentes como o
Brasil. Nosso modelo de desenvolvimento com inclusão social atraiu e
continua atraindo investidores de toda parte. É hora de mostrar as
grandes oportunidades que o país oferece, num quadro de estabilidade que
poucos podem apresentar.
Nos últimos 11 anos, o Brasil deu um grande salto econômico e social.
O PIB em dólares cresceu 4,4 vezes e supera US$ 2,2 trilhões. O
comércio externo passou de US$ 108 bilhões para US$ 480 bilhões ao ano. O
país tornou-se um dos cinco maiores destinos de investimento externo
direto. Hoje somos grandes produtores de automóveis, máquinas agrícolas,
celulose, alumínio, aviões; líderes mundiais em carnes, soja, café,
açúcar, laranja e etanol.
Reduzimos a inflação, de 12,5% em 2002 para 5,9%, e continuamos
trabalhando para trazê-la ao centro da meta. Há dez anos consecutivos a
inflação está controlada nas margens estabelecidas, num ambiente de
crescimento da economia, do consumo e do emprego. Reduzimos a dívida
pública líquida praticamente à metade; de 60,4% do PIB para 33,8%. As
despesas com pessoal, juros da dívida e financiamento da previdência
caíram em relação ao PIB.
Colocamos os mais pobres no centro das políticas econômicas,
dinamizando o mercado e reduzindo a desigualdade. Criamos 21 milhões de
empregos; 36 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza e 42 milhões
alcançaram a classe média.
Quantos países conseguiram tanto, em tão pouco tempo, com democracia plena e instituições estáveis?
A novidade é que o Brasil deixou de ser um país vulnerável e
tornou-se um competidor global. E isso incomoda; contraria interesses.
Não é por outra razão que as contas do país e as ações do governo
tornaram-se objeto de avaliações cada vez mais rigorosas e, em certos
casos, claramente especulativas. Mas um país robusto não se intimida com
as críticas; aprende com elas.
A dívida pública bruta, por exemplo, ganhou relevância nessas
análises. Mas em quantos países a dívida bruta se mantém estável em
relação ao PIB, com perfil adequado de vencimentos, como ocorre no
Brasil? Desde 2008, o país fez superávit primário médio anual de 2,58%, o
melhor desempenho entre as grandes economias. E o governo da presidenta
Dilma Rousseff acaba de anunciar o esforço fiscal necessário para
manter a trajetória de redução da dívida em 2014.
Acumulamos US$ 376 bilhões em reservas: dez vezes mais do que em 2002
e dez vezes maiores que a dívida de curto prazo. Que outro grande país,
além da China, tem reservas superiores a 18 meses de importações?
Diferentemente do passado, hoje o Brasil pode lidar com flutuações
externas, ajustando o câmbio sem artifícios e sem turbulência. Esse
ajuste, que é necessário, contribui para fortalecer nosso setor
produtivo e vai melhorar o desempenho das contas externas.
O Brasil tem um sistema financeiro sólido e expandiu a oferta de
crédito com medidas prudenciais para ampliar a segurança dos empréstimos
e o universo de tomadores. Em 11 anos o crédito passou de R$ 380
bilhões para R$ 2,7 trilhões; ou seja, de 24% para 56,5% do PIB. Quantos
países fizeram expansão dessa ordem reduzindo a inadimplência?
O investimento do setor público passou de 2,6% do PIB para 4,4%. A
taxa de investimento no país cresceu em média 5,7% ao ano. Os depósitos
em poupança crescem há 22 meses. É preciso fazer mais: simplificar e
desburocratizar a estrutura fiscal, aumentar a competitividade da
economia, continuar reduzindo aportes aos bancos públicos, aprofundar a
inclusão social que está na base do crescimento. Mas não se pode duvidar
de um país que fez tanto em apenas 11 anos.
Que país duplicou a safra e tornou-se uma das economias agrícolas
mais modernas e dinâmicas do mundo? Que país duplicou sua produção de
veículos? Que país reergueu do zero uma indústria naval que emprega 78
mil pessoas e já é a terceira maior do mundo?
Que país ampliou a capacidade instalada de eletricidade de 80 mil
para 126 mil MW, e constrói três das maiores hidrelétricas do mundo?
Levou eletricidade a 15 milhões de pessoas no campo? Contratou a
construção de 3 milhões de moradias populares e já entregou a metade?
Qual o país no mundo, segundo a OCDE, que mais aumentou o
investimento em educação? Que triplicou o orçamento federal do setor;
ampliou e financiou o acesso ao ensino superior, com o Prouni, o FIES e
as cotas, e duplicou para 7 milhões as matrículas nas universidades? Que
levou 60 mil jovens a estudar nas melhores universidades do mundo?
Abrimos mais escolas técnicas em 11 anos do que se fez em todo o Século
XX. O Pronatec qualificou mais de 5 milhões de trabalhadores. Destinamos
75% dos royalties do petróleo para a educação.
E que país é apontado pela ONU e outros organismos internacionais como exemplo de combate à desigualdade?
O Brasil e outros países poderiam ter alcançado mais, não fossem os
impactos da crise sobre o crédito, o câmbio e o comércio global, que se
mantém estagnado. A recuperação dos Estados Unidos é uma excelente
notícia, mas neste momento a economia mundial reflete a retirada dos
estímulos do Fed. E, mesmo nessa conjuntura adversa, o Brasil está entre
os oito países do G-20 que tiveram crescimento do PIB maior que 2% em
2013.
O mais notável é que, desde 2008, enquanto o mundo destruía 62
milhões de empregos, segundo a Organização Internacional do Trabalho, o
Brasil criava 10,5 milhões de empregos. O desemprego é o menor da nossa
história. Não vejo indicador mais robusto da saúde de uma economia.
Que país atravessou a pior crise de todos os tempos promovendo o pleno emprego e aumentando a renda da população?
Cometemos erros, naturalmente, mas a boa notícia é que os
reconhecemos e trabalhamos para corrigi-los. O governo ouviu, por
exemplo, as críticas ao modelo de concessões e o tornou mais
equilibrado. Resultado: concedemos 4,2 mil quilômetros de rodovias com
deságio muito acima do esperado. Houve sucesso nos leilões de petróleo,
de seis aeroportos e de 2.100 quilômetros de linhas de transmissão de
energia.
O Brasil tem um programa de logística de R$ 305 bilhões. A Petrobras
investe US$ 236 bilhões para dobrar a produção até 2020, o que vai nos
colocar entre os seis maiores produtores mundiais de petróleo. Quantos
países oferecem oportunidades como estas?
A classe média brasileira, que consumiu R$ 1,17 trilhão em 2013, de
acordo com a Serasa/Data Popular, continuará crescendo. Quantos países
têm mercado consumidor em expansão tão vigorosa?
Recentemente estive com investidores globais no Conselho das
Américas, em Nova Iorque, para mostrar como o Brasil se prepara para dar
saltos ainda maiores na nova etapa da economia global. Voltei
convencido de que eles têm uma visão objetiva do país e do nosso
potencial, diferente de versões pessimistas. O povo brasileiro está
construindo uma nova era – uma era de oportunidades. Quem continuar
acreditando e investindo no Brasil vai ganhar ainda mais e vai crescer
junto com o nosso país.
Brasil 247
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