Muitos
dos milhares de colaboradores da campanha Eu Apoio Zé Dirceu nos
mandaram mensagens contando por que decidiram contribuir. Boa parte
nunca conheceu Dirceu pessoalmente – o que só reforça o sentimento de
indignação crescente frente ao julgamento político ao qual ele foi
submetido.
Decidimos compartilhar uma dessas mensagens aqui com você. É de Irani Lima, de Taubaté. Ele postou o texto em seu blog e enviou o link para a campanha, por isso nos sentimos totalmente à vontade de reproduzi-lo.
Ele começa o texto dizendo que
nunca votou em Dirceu e só o viu pela TV. E por que ele decidiu
contribuir com o ex-ministro? A reposta é emblemática. Leia abaixo:
Por Irani Lima
Nunca votei em Zé Dirceu, sequer o
conheço pessoalmente, pois só o vi pela televisão e por fotografias,
antes de ser, injustamente, preso por ordem do presidente do STF,
Joaquim Barbosa, após um processo kafkiano, com viés político, que se
comprova a cada dia que passa.
Dirceu está atrás das grades, na Papuda, em Brasília, desde 15 de
novembro do ano passado, quando sua condenação, injusta, repito, deveria
ser cumprida em regime semiaberto, em São Paulo, onde fica seu
domicílio.
Quando o ministro Gilmar (Dantas) Mendes, do STF, afirmou que as
doações a Zé Genoino e a Delúbio Soares poderiam ser “lavagem de
dinheiro”, ou seja, o dinheiro supostamente desviado pelos petistas
estava retornando aos cofres públicos por meio de doações, ofendi-me com
tamanha arrogância.
A truculência do presidente da mais alta Corte de Justiça brasileira
me incomoda sobremaneira, como incomodou o jurista Celso Bandeira de
Mello, seguramente um dos mais importantes deste país, que criticou a
forma açodada do julgamento da AP 470, o mensalão petista.
Não se provou, de fato, que houve desvio de recursos públicos. Provas
de outros inquéritos, aos quais os réus não tiveram acesso, foram
escondidas até recentemente, quando o ministro Ricardo Lewandowski, após
sete longos anos, abriu o inquérito 2474 para a defesa de um dos réus
do “mensalão”, que agora terão como provar que existiu, sim, caixa dois,
mas não desvio de dinheiro público.
A campanha para arrecadar os R$ 971.128,92 da multa, injusta, volto a
repetir, imposta a Zé Dirceu, foi lançada dia 12 de fevereiro. Nove
dias depois (20/02/14), os 2.783 “lavadores” de dinheiro, entre os quais
me incluo, doaram exatos R$ 826.529,40 para a “vaquinha”, ou seja,
85,1% da multa.
Minha modesta contribuição (R$ 100,00) equivale a apenas 0,01% do
montante. Até o final da tarde desta sexta-feira (21/02/14), e bem
provável que as doações ultrapassem a casa do R$ 1 milhão.
É a resposta de petistas e não petistas, como eu, a um julgamento
surreal, que já rendeu um livro (A Outra História do Mensalão, de Paulo
\Moreira Leite) e foi fulminado por juristas do porte de Celso Bandeira
de Mello e do insuspeito Yves Gandra Martins, numerário da Opus Dei no
Brasil.
Estou cada dia mais convencido que acertei ao contribuir com a
“vaquinha” do Zé Dirceu. Foi a maneira que encontrei de “gritar” contra a
injustiça perpetrada pela Suprema Corte Brasileira, que julgou sem dar
chance aos réus de se defenderem adequadamente, como é de direito.
As ações de Roberto Freire, presidente nacional do PPS, de criar um
factoide para sequestrar o dinheiro arrecadado pela “vaquinha” do Zé
Dirceu só demonstram a capacidade que tem o ser humano de se agachar na
frente dos poderosos para garantir suas benesses. Ex-comunista é pior
que direitista.
O trânsfuga mineiro, deputado Eduardo Azeredo (PSDB), tratou de
abandonar sua trincheira na Câmara dos Deputados, renunciando ao cargo,
para escapar do julgamento do mensalão tucano pelo STF. A fuga de
Azeredo desmoraliza de vez o julgamento kafkiano da ação penal 470, que
condenou Zé Dirceu e demais petistas.
Blog do Zé Dirceu
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