Jornalista Kennedy Alencar comenta a forma
agressiva com que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, reagiu à
derrubada da condenação de formação de quadrilha para parte dos
condenados na Ação Penal 470; "Barbosa usou palavras que demandariam de
Dilma e de colegas do Supremo alguma manifestação. Eles não ficaram bem
na foto. Pelo contrário, foram acusados, para usar um termo educado, de
comportamento pouco republicano", afirma o jornalista
247 - O jornalista Kennedy Alencar comenta a
forma agressiva com que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
ministro Joaquim Barbosa, reagiu à derrubada da condenação de formação
de quadrilha para parte dos condenados na Ação Penal 470.
"Barbosa disse que a absolvição por formação de quadrilha de réus do
mensalão decorreu de "uma maioria de circunstância, formada sob medida
para lançar por terra todo o trabalho primoroso levado a cabo por esta
corte no segundo semestre de 2012″.
Afirmou que se tratava de "uma tarde
triste" para o Supremo e que colegas usaram argumentos "pífios". A
frase mais dura foi a seguinte: "Sinto-me autorizado a alertar a nação
brasileira de que este é apenas o primeiro passo.
Esta maioria de
circunstância tem todo tempo a seu favor para continuar nessa sua sanha
reformadora". São palavras que demandariam de Dilma e de colegas do
Supremo alguma manifestação. Eles não ficaram bem na foto. Pelo
contrário, foram acusados, para usar um termo educado, de comportamento
pouco republicano", afirma o jornalista em seu blog.
Abaixo o texto na íntegra:
Barbosa desrespeita Dilma e colegas
Desabafo deveria esfriar e não esquentar rumor sobre candidatura
Joaquim Barbosa é uma pessoa séria, empenhada de fato no combate à corrupção. No entanto, isso não lhe dá o direito de fazer o que fez hoje. Desrespeitou colegas do Supremo Tribunal Federal e a presidente da República, Dilma Rousseff _autoridade que recebeu nas urnas o direito constitucional de indicar, condicionados à aprovação do Senado, ministros para a mais alta corte de Justiça do Brasil.
Numa democracia, o direito de livre expressão é assegurado a todos.
Mas um presidente de Poder precisa medir com mais cuidado o efeito das
suas palavras.
Barbosa disse que a absolvição por formação de quadrilha de réus do
mensalão decorreu de "uma maioria de circunstância, formada sob medida
para lançar por terra todo o trabalho primoroso levado a cabo por esta
corte no segundo semestre de 2012″.
Afirmou que se tratava de "uma tarde triste" para o Supremo e que colegas usaram argumentos "pífios".
A frase mais dura foi a seguinte: "Sinto-me autorizado a alertar a
nação brasileira de que este é apenas o primeiro passo. Esta maioria de
circunstância tem todo tempo a seu favor para continuar nessa sua sanha
reformadora".
São palavras que demandariam de Dilma e de colegas do Supremo alguma
manifestação. Eles não ficaram bem na foto. Pelo contrário, foram
acusados, para usar um termo educado, de comportamento pouco
republicano.
É natural que, com a mudança de composição, colegiados tenham
entendimentos diferentes a respeito de decisões do passado. O Supremo de
hoje não é melhor nem pior do que o de ontem. Suas decisões devem ser
respeitadas.
Ou só podem valer as decisões com as quais Barbosa concorda? O
Supremo do bem é o que condenou? O tribunal de hoje é do mal? Barbosa
tem conhecimento de alguma articulação da presidente para beneficiar os
réus do mensalão? Sabe de alguma troca de favor de colegas para chegar
ao STF?
A levar em conta as suas próprias palavras, parece que sim é a resposta a todas essas indagações.
Hoje, o presidente do Supremo avançou o sinal mais do que em outras ocasiões, quando trocou ataques com colegas do STF.
A decisão favorável aos réus petistas esquentou a especulação de que
Barbosa poderia deixar o tribunal e abraçar uma candidatura nas eleições
deste ano.
Mas o desabafo deveria servir para esfriar esse tipo de rumor. É de
arrepiar imaginar Barbosa reagindo a uma decisão do Congresso que o
contrarie, caso se eleja um dia presidente da República.
Barbosa tem razão num ponto. Foi realmente uma tarde triste para o Supremo.
Brasil 247
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