Promotoria abre inquérito para apurar se
ex-governador foi omisso na compra de trens superfaturados; denúncia foi
apresentada por deputados estaduais do PT
23 de Fevereiro de 2014 às 07:36
247 - O
Ministério Público de São Paulo abriu inquérito para apurar se José
Serra, ex-governador de São Paulo, foi omisso no caso relacionado à
compra de trens superfaturados pelo metrô e pela CPTM. A investigação
está a cargo do promotor Silvio Marques e foi aberta a pedido de quatro
deputados estaduais do PT: João Paulo Rillo, Adriano Diogo, Carlos Neder
e Francisco Campos.
Serra diz que a denúncia está apenas
ancorada numa reportagem da revista Istoé e afirma que tomou
providências judiciais a respeito. Leia, abaixo, um resumo da reportagem
que deu origem ao caso:
CARTEL AGIU DE FORMA MAIS INTENSA NO GOVERNO SERRA
Documentação em poder do
Ministério Público e obtida pela revista IstoÉ mostra que a maior parte
dos contratos irregulares no setor metroferroviário em São Paulo foi
assinada na gestão do ex-governador tucano; superfaturamento em um
controverso projeto de modernização de 98 trens do Metrô ocorreu entre
os anos de 2008 e 2011; reforma das composições com superfaturamento
pode ter causado prejuízo de quase R$ 1 bilhão aos cofres paulistas;
veículos tinham quatro décadas de operação e foram considerados “sucata”
pelos investigadores; José Serra nega qualquer participação ou
conhecimento do esquema
7 DE DEZEMBRO DE 2013
247 - Reportagem da
revista Istoé desta semana revela que a máfia que superfaturou
contratos com o Metrô de São Paulo e a Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos (CPTM) agiu de forma muito intensa durante o governo de
José Serra (PSDB), embora o ex-governador negue. Conforme a documentação
em poder do Ministério Público, as irregularidades ocorreram entre 2008
e 2011. No período em que a maior parte dos contratos irregulares foi
assinada, Serra era governador (entre 2007 e 2010).
Os superfaturamentos estão
relacionados a um controverso projeto de modernização de 98 trens das
Linhas 1-Azul e 3-Vermelha do Metrô. A reforma dos veículos, com cerca
de quatro décadas de operação e considerados “sucata” pelas autoridades
que investigam o caso, custam ao erário paulista R$ 2,87 bilhões em
valores não corrigidos, um prejuízo de quase R$ 1 bilhão.
O promotor Marcelo Milani, do
Patrimônio Público, já confirma a prática de cartel. O conluio, segundo
ele, foi incentivado por agentes públicos em pelo menos um dos dez
contratos relacionados à modernização. Trata-se do contrato do sistema
de sinalização, o CBTC. Em depoimento ao MP, o engenheiro Nelson Branco
Marchetti, ex-diretor técnico da divisão de transportes da Siemens,
relatou que representantes da multinacional alemã Siemens e da
concorrente Alstom foram chamados para uma reunião por dirigentes do
Metrô e da Secretaria de Transportes Metropolitanos. Na época, o órgão
era comandado por José Luiz Portella, conhecido como Portelinha, braço
direito de Serra.
Brasil 247
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