qui, 20/02/2014 - 16:24
Eduardo Azeredo sempre foi um deserdado pelo grupo que se apossou do
PSDB na era FHC. Era um funcionário de carreira da IBM quando convocado a
entrar na política.
Tornou-se governador mineiro nas eleições de 1994 e seu mandato
praticamente acabou um ano depois devido a três erros imperdoáveis.
O primeiro, foi ter acreditado nos prognósticos econômicos de
consultorias ligadas ao PSDB. Em 1995 previam um crescimento do PIB – e
do ICMS – similar ao ano anterior. A partir de maio era claro que o
quadro se reverteria devido ao choque de juros e ao estrangulamento
externo.
Lembro-me até hoje de numa entrevista ao vivo com Azeredo, pela rádio
Bandeirantes. Ele anunciara aumentos expressivos dos proventos do
funcionalismo. Perguntei-lhe se estava preparado para uma reversão do
quadro econômico. Respondeu que seus consultores haviam garantido um
crescimento de dois dígitos na arrecadação do ICMS, similar ao do ano
anterior.
Em julho ele e Antônio Britto – governador do Rio Grande do Sul – estavam liquidados pela crise.
Não ficou nisso. Em dois episódios dos mais relevantes – enchentes em
Minas e greve da Polícia Militar – comportou-se como, anos depois, José
Serra comportar-se-ia em São Paulo: sumiu.
A insensibilidade, em um caso, a falta de coragem, em outro, cravaram-lhe de forma fulminante a imagem da pusilanimidade.
Nas eleições de 1998, foi vilmente abandonado por FHC – assim como
Mário Covas em São Paulo. Com sua proverbial deslealdade, FHC apareceu
em cartazes de rua apoiando Hélio Costa em Minas e Paulo Maluf em São
Paulo.
Foi o ano da desgraça definitiva de Azeredo, quando se enreda com o
mensalão tucano, perde as eleições e é rebaixado para segundo plano do
partido.
Blog do Luis Nassif
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