Do Estadão
Moeda também deu prosseguimento ao
movimento de queda ante o real com a receptividade ao anúncio da meta
fiscal do governo e à entrada de investimento estrangeiro no País
Márcio Rodrigues
SÃO PAULO - O dólar deu prosseguimento
ao movimento de queda ante o real visto nesta quinta-feira, 20, e
terminou na casa de R$ 2,35, ainda na esteira da boa recepção do anúncio
da meta fiscal do governo e influenciado também pelos números do setor
externo de janeiro, sobretudo no que diz respeito à entrada de
Investimento Estrangeiro Direto (IED) no País. Além disso, a alta de
outras moedas emergentes em relação ao dólar acabou favorecendo o
comportamento.
O dólar à vista ante o real no mercado
de balcão terminou com desvalorização de 0,76%, cotado a R$ 2,3560. Este
é o menor valor de fechamento desde 20 de janeiro deste ano. O giro
financeiro às 16h30 somava US$ 1,074 bilhão na clearing de câmbio da
BM&FBovespa. O dólar para março de 2014 recuava 0,65% no horário
acima, a R$ 2,3610 e com giro de aproximadamente US$ 15,6 bilhões.
De acordo com um operador, após a meta
fiscal um pouco mais realista anunciada pelo governo, de 1,9% do PIB e
com um corte de R$ 44 bilhões no Orçamento, houve um desmonte importante
de posições compradas em dólar, o que tem favorecido o recuo da moeda.
Somou-se a isso os dados do setor externo. Apesar de o déficit em
transações correntes do País ter atingido US$ 11,591 bilhões em janeiro,
o maior em 34 anos, o número ficou abaixo da mediana encontrada em
levantamento do AE Projeções (US$ 11,75 bilhões). Além disso, o IED
surpreendeu positivamente e somou US$ 5,098 bilhões em janeiro, acima da
mediana (US$ 4,0 bilhões).
Nesta sexta-feira, 21, o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, em teleconferência com analistas internacionais
para detalhar o corte no Orçamento e a meta fiscal de 2014, rebateu a
avaliação de que o Brasil está no grupo das economias mais frágeis.
"Tenho visto várias análises equivocadas que colocam o Brasil como uma
das economias mais frágeis. Os critérios utilizados para chegar a essas
conclusões não foram os melhores possíveis. Há uma ênfase na
volatilidade da desvalorização do real e, mesmo nesse item, há um
equívoco", afirmou. Segundo ele, nos últimos seis meses, o real se
valorizou 1%, enquanto várias outras moedas se desvalorizaram.
Blog do Luis Nassif
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