sab, 22/02/2014 - 09:48 
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Alerta Urgente! 15 balsas com equipamento de prospecção subiram o rio Tapauá, Purus, Amazonas
Por Miguel Aparicio
MORADORES DO RIO PURUS INFORMAM QUE NOS ÚLTIMOS DIAS QUINZE BALSAS 
ENTRARAM NO RIO TAPAUÁ, NO ENTORNO DAS TERRAS INDÍGENAS PAUMARI, BANAWA,
 ZURUAHA, DENI E DOS ISOLADOS HI MERIMÃ.
A notícia da entrada de 15 balsas com equipamentos de prospecção 
mineral na bacia dos rios Tapauá e Cuniuá chegou com contornos confusos,
 uma vez que até o momento nenhum órgão público local ou regional 
confirmou as informações com dados consistentes. Porém, fontes locais 
confirmaram a chegada de balsas com grupos geradores de alta capacidade,
 tubulações e maquinaria de mineração. “O local parece uma cidade 
tamanho movimento”, declararam testemunhas. Indígenas paumari 
presenciaram a movimentação das balsas na foz do rio Tapauá, nas 
proximidades da Terra Indígena Manissuã.
Nenhum dos povos indígenas da região teve acesso a qualquer processo 
de informação ou consulta. Na bacia dos rios Tapauá e Cuniuá há sete 
terras indígenas demarcadas: Paumari do Manissuã, Paumari do Lago 
Paricá, Paumari do Cuniuá, Banawa, Suruwaha, Deni e os isolados Hi 
Merimã, com uma população de mais de 1300 pessoas. O total das terras 
indígenas da bacia alcança os 2.726.000 hectares. Esta região do 
interflúvio Purus-Juruá concentra ainda um dos maiores índices de 
biodiversidade da Amazônia, com elevados indicadores no que diz respeito
 à flora (aqui está a maior concentração de Sapotaceae da bacia 
amazônica) e fauna (mais de 170 espécies de mamíferos e mais de 550 
espécies de aves vivem nela).
Já em 2002 documentos da Coordenação da União das Nações e Indígenas 
de Rondônia, Noroeste de Mato Grosso e Sul do Amazonas (CUNPIR) e da 
Organização dos Povos Indígenas do Alto Madeira (OPIAM) manifestavam 
suas críticas veementes contra o Projeto Avança Brasil, que planejava a 
construção do gasoduto que conectaria Urucu com Porto Velho. O plano 
previa a construção de um gasoduto de 522 km de extensão, transportando 
cerca de 2,3 milhões de metros cúbicos diários de gás natural para 
termelétricas que abasteceriam Porto Velho e outras cidades de Rondônia.
 Os manifestos do movimento indígena apontavam na época diversas 
inconsistências no EIA/RIMA e mostravam uma profunda inquietação em 
relação aos impactos do empreendimento sobre as populações indígenas 
Paumari, Banawa, Suruwaha, Deni e Hi Merimã.
Até a presente data, representantes indígenas e da sociedade civil 
buscam informações mais precisas a respeito da intensa movimentação no 
rio Tapauá nos últimos dias. Não se sabe se a responsável pelo 
empreendimento é a Petrobrás ou alguma outra empresa de extração de 
petróleo e gás natural. Testemunhas da comunidade ribeirinha na foz do 
rio Tapauá disseram que as atividades estão iniciando a pleno ritmo no 
rio do Sol e no igarapé Branco, afluentes do alto rio Tapauá.
O Brasil é signatário da Convenção 169 da OIT, que protege o direito 
dos povos indígenas à consulta livre, prévia e informada, antes de serem
 tomadas decisões que possam afetar seus bens, seus territórios e seus 
direitos originários.
Enviada por Miguel Aparício para Combate Racismo Ambiental .
Blog do Luis Nassif 
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