2 de abril de 2014 | 12:03 Autor: Fernando Brito
Escrevi ontem que o jornalismo econômico do Brasil, em lugar de
informar, forma uma grande torcida por um desastre na economia que leve a
um abalo na tendência de que a reeleição de Dilma mantenha o país num
modelo que desagrada o mercado – embora ele continue ganhando, e muito.
Hoje o IBGE confirmou os dados de ontem, apontando um crescimento de
0,4% na produção industrial de fevereiro, em relação a janeiro de 0,4%, o
que significa uma alta de 5% em relação a fevereiro de 2013, um ótimo
resultado, sobretudo se for levado em conta que 19 dos 27 setores
industriais pesquisados.
É mais um dos indicadores positivos, embora – repito – moderados –
que a economia apresenta, embora o noticiário induza a uma percepção
francamente negativa da atividade econômica.
E fazem isso de forma sistemática, inclusive quando registram estes
números favoráveis.Os jornais divulgam que o crescimento de 0,4% ”ficou
abaixo da média de 0,8% prevista por 19 consultorias e instituições
financeiras”, consultadas pelo Valor. Ontem, a Reuters dizia que a previsão era de 0,5%.
Curiosas previsões, porque no mesmo documento divulgado hoje, o IBGE
retifica os números da atividade em janeiro, de 2,9% de crescimento para
3,8%. Logo, este 0,4% de crescimento sobre o índice revisto é o mesmo
que se tinha previsto de crescimento com o número que se tinha até
ontem.
É só olhar o caderninho que o IBGE distribuiu em janeiro e o de hoje.
É claro que “o mercado” sabe disso, embora nossos jornalistas, embriagados pelo discurso do caos, não consigam perceber.
Quando, nos tempos de faculdade, eu dava aulas de matemática para o
supletivo da Cooperativa dos Ferroviários, lá em Campo Grande, dizia aos
que tinham dificuldades: façam a conta com dinheiro, que assim vocês
não erram.
Nas editorias de economia, nem assim.
Tijolaço
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