Azul vai operar somente no Aeroporto Presidente Itamar Franco; justificativa é "situação geográfica" de JF
Por Bárbara Riolino
O Aeroporto Francisco Álvares de Assis
(Serrinha) ficará sem voos comerciais, por tempo indeterminado, a partir
desta quinta-feira (3). Em menos de um ano, esta será a segunda
paralisação das atividades comerciais no terminal - entre maio e junho
de 2013, a Azul interrompeu seus voos por 20 dias. As viagens com
destino ao Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), serão
transferidas para o Aeroporto Presidente Itamar Franco, localizado
entre Goianá e Rio Novo, onde recentemente, a companhia voltou a operar
voos comerciais para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins),
em Belo Horizonte. Sobre a decisão, a Azul Linhas Aéreas Brasileiras
informou que os motivos estão relacionados às condições climáticas e ao
relevo presente na região do terminal juiz-forano, que ocasionaram
constantes transtornos durante pousos e decolagens das aeronaves.
"O relevo de montanhas forma os chamados ventos orográficos, que se cruzam, dificultando os voos. A situação geográfica da região é suscetível a estes fatores, que não foram pontuais", destaca o diretor de marketing da Azul, Gianfranco Beting. Em nota, a companhia disse que o Aeroporto Itamar Franco oferece melhor infraestrutura aeroportuária contribuindo para deixar as operações mais seguras, tanto para clientes como para a tripulação. A Azul ainda informou que, para amenizar os possíveis transtornos, a partir desta quarta-feira, nos próximos 15 dias, serão disponibilizados, de forma gratuita, ônibus entre os dois aeroportos para clientes que já adquiriram a passagem. A companhia pede que eles cheguem ao aeroporto da Serrinha com duas horas e meia de antecedência e procurem os agentes de aeroportos da Azul.
Serão ofertados voos diários originados do Itamar Franco, com destino a Campinas, nos seguintes horários: 11h10 (exceto domingo), 14h20 (no domingo), 14h35 (exceto sábado e domingo) e 18h15 (exceto sábado); e partindo de Viracopos: 9h09 (exceto domingo), 12h34 (exceto sábado e domingo), 12h35 e 16h08 (no domingo), e 16h18 (exceto sábado e domingo). A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou à Tribuna que a Azul solicitou ao órgão apenas a operação de voos não regulares na rota nos dias 3, 4 e 6 deste mês. Até esta terça-feira, o órgão não havia recebido nenhum pedido de alteração ou cancelamento de voos partindo do aeroporto de Juiz de Fora, e a empresa continua autorizada a operar no aeroporto.
O gerente da Sinart, empresa responsável pela administração do Serrinha, Cipriano Magno de Oliveira, disse que até esta terça, a empresa ainda não havia sido informada sobre a suspensão dos voos. "O aeroporto oferece a estrutura e instrumentos para atender a Azul, assim como qualquer outra companhia aérea que tenha interesse. Ainda não sabemos como será o impacto para o aeroporto, mas de fato, será um grande fator negativo para a cidade. A retirada dos voos para Belo Horizonte impactaram em 25% o fluxo de pessoas no terminal", adiantou. Procurado pela Tribuna, o diretor da Multiterminais, empresa que administra o Aeroporto Presidente Itamar Franco, Denilson Duarte, preferiu não comentar a mudança das rotas.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Geração de Emprego e Renda da PJF, André Zuchi, destaca que a notícia pegou todos de surpresa. "A mudança é uma decisão que partiu da Azul e não da Prefeitura, lembrando que o Serrinha está plenamente capacitado para receber voos. A curto prazo, iremos lidar com dificuldades, mas de médio a longo prazo, será preciso equacioná-las. Assim como acontece em grande centros, pode ser que no futuro o Serrinha opere apenas com aviões de pequeno porte, e o Itamar Franco se consolide como um aeroporto de carga e aeronaves maiores. O importante agora é analisar, buscar alternativas e firmar os destinos já estabelecidos (Campinas e Belo Horizonte)".
Ouvidos pela Tribuna, passageiros presentes no terminal reprovaram a mudança. "Acho mais cômodo descer em Juiz de Fora, uma vez que moro no São Pedro e o deslocamento para a casa fica bem mais fácil. Com a mudança, terei de gastar um pouco mais para chegar até ele. Será menos confortável", comenta a professora Eleuza Barboza, 61 anos. O cabeleireiro Leonardo Souza, 33, espera que a mudança dos voos não seja permanente. "É um transtorno muito grande se deslocar até o outro aeroporto. Se a mudança puder ser evitada, será ótimo."
O gerente geral de relações institucionais da MRS, Sérgio Henrique Carrato, foi surpreendido na tarde de desta terça com um e-mail de sua agência de viagens comunicando sobre a alteração na rota dos voos. "A MRS é um dos maiores usuários da Azul no município, e a mudança representa uns transtorno enorme. Em Juiz de Fora, diante de qualquer problema com o voo, temos fácil acesso a rodovias, e podemos fazer a viagem por outros meios. Em Goianá, o trajeto é muito mais caro, além de inseguro, e ficaremos completamente à mercê da companhia aérea", diz ele. "Essa situação (de transferência) é extremamente crítica, uma falta de consideração com a cidade. Para uma cidade do porte de Juiz de Fora, ficar sem voos comerciais é um prejuízo muito grande, é revoltante."
Pelo menos duas vezes por mês, a trabalho, o engenheiro Robson de Oliveira Assis faz uso dos voos oferecidos pela Azul na cidade. A mudança o fará considerar o deslocamento até o Rio de Janeiro. "Quando o Serrinha ficou sem funcionar em 2013, preferi embarcar no Rio, uma vez que existem mais opções de voos".
Bombeiros civis
Oito bombeiros civis devem ser contratados pela Sinart, até o próximo dia 30, para atuar no Serrinha. Os novos profissionais devem se unir aos quatro já efetivados, formando uma equipe de 12 pessoas. Segundo a Settra, eles irão substituir o bombeiros militares que hoje estão no local. No entanto, a pasta reiterou que o fato não tem relação com a mudança nos voos. Nesta terça, a secretaria informou que a liberação formal para a contratação seria encaminhada à Sinart até o fim do dia.
Tribuna de Minas
"O relevo de montanhas forma os chamados ventos orográficos, que se cruzam, dificultando os voos. A situação geográfica da região é suscetível a estes fatores, que não foram pontuais", destaca o diretor de marketing da Azul, Gianfranco Beting. Em nota, a companhia disse que o Aeroporto Itamar Franco oferece melhor infraestrutura aeroportuária contribuindo para deixar as operações mais seguras, tanto para clientes como para a tripulação. A Azul ainda informou que, para amenizar os possíveis transtornos, a partir desta quarta-feira, nos próximos 15 dias, serão disponibilizados, de forma gratuita, ônibus entre os dois aeroportos para clientes que já adquiriram a passagem. A companhia pede que eles cheguem ao aeroporto da Serrinha com duas horas e meia de antecedência e procurem os agentes de aeroportos da Azul.
Serão ofertados voos diários originados do Itamar Franco, com destino a Campinas, nos seguintes horários: 11h10 (exceto domingo), 14h20 (no domingo), 14h35 (exceto sábado e domingo) e 18h15 (exceto sábado); e partindo de Viracopos: 9h09 (exceto domingo), 12h34 (exceto sábado e domingo), 12h35 e 16h08 (no domingo), e 16h18 (exceto sábado e domingo). A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou à Tribuna que a Azul solicitou ao órgão apenas a operação de voos não regulares na rota nos dias 3, 4 e 6 deste mês. Até esta terça-feira, o órgão não havia recebido nenhum pedido de alteração ou cancelamento de voos partindo do aeroporto de Juiz de Fora, e a empresa continua autorizada a operar no aeroporto.
O gerente da Sinart, empresa responsável pela administração do Serrinha, Cipriano Magno de Oliveira, disse que até esta terça, a empresa ainda não havia sido informada sobre a suspensão dos voos. "O aeroporto oferece a estrutura e instrumentos para atender a Azul, assim como qualquer outra companhia aérea que tenha interesse. Ainda não sabemos como será o impacto para o aeroporto, mas de fato, será um grande fator negativo para a cidade. A retirada dos voos para Belo Horizonte impactaram em 25% o fluxo de pessoas no terminal", adiantou. Procurado pela Tribuna, o diretor da Multiterminais, empresa que administra o Aeroporto Presidente Itamar Franco, Denilson Duarte, preferiu não comentar a mudança das rotas.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Geração de Emprego e Renda da PJF, André Zuchi, destaca que a notícia pegou todos de surpresa. "A mudança é uma decisão que partiu da Azul e não da Prefeitura, lembrando que o Serrinha está plenamente capacitado para receber voos. A curto prazo, iremos lidar com dificuldades, mas de médio a longo prazo, será preciso equacioná-las. Assim como acontece em grande centros, pode ser que no futuro o Serrinha opere apenas com aviões de pequeno porte, e o Itamar Franco se consolide como um aeroporto de carga e aeronaves maiores. O importante agora é analisar, buscar alternativas e firmar os destinos já estabelecidos (Campinas e Belo Horizonte)".
População não aprova mudança
Na tarde desta terça-feira, a movimentação no Serrinha era pequena. "Já estamos acostumados com esse vaivém. É frustrante ter um aeroporto como esse e não poder se utilizado de forma contínua", disse uma das funcionárias da lanchonete, que preferiu não se identificar. "Para nós, o serviço continua, pois mesmo sem voos comerciais, temos pousos particulares e outras demandas", relatou outro trabalhador do aeroporto.Ouvidos pela Tribuna, passageiros presentes no terminal reprovaram a mudança. "Acho mais cômodo descer em Juiz de Fora, uma vez que moro no São Pedro e o deslocamento para a casa fica bem mais fácil. Com a mudança, terei de gastar um pouco mais para chegar até ele. Será menos confortável", comenta a professora Eleuza Barboza, 61 anos. O cabeleireiro Leonardo Souza, 33, espera que a mudança dos voos não seja permanente. "É um transtorno muito grande se deslocar até o outro aeroporto. Se a mudança puder ser evitada, será ótimo."
O gerente geral de relações institucionais da MRS, Sérgio Henrique Carrato, foi surpreendido na tarde de desta terça com um e-mail de sua agência de viagens comunicando sobre a alteração na rota dos voos. "A MRS é um dos maiores usuários da Azul no município, e a mudança representa uns transtorno enorme. Em Juiz de Fora, diante de qualquer problema com o voo, temos fácil acesso a rodovias, e podemos fazer a viagem por outros meios. Em Goianá, o trajeto é muito mais caro, além de inseguro, e ficaremos completamente à mercê da companhia aérea", diz ele. "Essa situação (de transferência) é extremamente crítica, uma falta de consideração com a cidade. Para uma cidade do porte de Juiz de Fora, ficar sem voos comerciais é um prejuízo muito grande, é revoltante."
Pelo menos duas vezes por mês, a trabalho, o engenheiro Robson de Oliveira Assis faz uso dos voos oferecidos pela Azul na cidade. A mudança o fará considerar o deslocamento até o Rio de Janeiro. "Quando o Serrinha ficou sem funcionar em 2013, preferi embarcar no Rio, uma vez que existem mais opções de voos".
Bombeiros civis
Oito bombeiros civis devem ser contratados pela Sinart, até o próximo dia 30, para atuar no Serrinha. Os novos profissionais devem se unir aos quatro já efetivados, formando uma equipe de 12 pessoas. Segundo a Settra, eles irão substituir o bombeiros militares que hoje estão no local. No entanto, a pasta reiterou que o fato não tem relação com a mudança nos voos. Nesta terça, a secretaria informou que a liberação formal para a contratação seria encaminhada à Sinart até o fim do dia.
Tribuna de Minas
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