segunda-feira, 31 de março de 2014

O FANTASMA DO COMUNISMO E O GENERAL DE CHUMBO

28/03/2014

(Jornal do Brasil) - Não satisfeitos em mentir descaradamente os golpistas que saíram às ruas, na semana passada - e não conseguiram  reunir  mais do que algumas centenas de pessoas, em suas marchas, em três capitais brasileiras -resolveram agora partir diretamente para o fake, a falsidade ideológica e a mais pura e simples fantasia.


Já há algum tempo circulam, na internet, cartas, textos, e “diretrizes” atribuídas a  um certo General Mário Márcio Von Brenner, com acusações ao governo, movimentos populares e à UNASUL.    


Segundo informações, plantadas aqui e ali na rede, o General Von Brenner - assim mesmo, com um certo “quê” de nostalgia nazista -  seria comandante de um pelotão “especial” de fronteira, e, portanto, da ativa. Nessas condições, fazer declarações políticas, seria crime e levaria à  possibilidade de um quadro de grave crise institucional.


Isso fez com que suas mensagens fossem rapidamente multiplicadas, em vários sites, de direita e de esquerda, até que alguém, em um site frequentado por militares da reserva, começou a questionar o fato de um general de exército estar, supostamente, no comando de um simples pelotão de fronteira; de seu uniforme parecer fantasia de guarda de banco, e de ele  negar-se a identificar a unidade sob seu comando.   


Vejamos a mensagem do general Mário Márcio:


“Temos recebido informações diárias sobre a atuação deste governo a respeito de sua malfadada política externa, sobre a formação de grupos guerrilheiros em nossas fronteiras ao norte do país, sobre o planejamento de grupos espúrios para atuarem (sic) contra as nossas manifestações a partir do dia 22 de março,a aplicação de uma cartilha elaborada pela UNASUL a fim de transformar o exército destes países num único exército na América do Sul.
Diante de toda esta situação, informamos que o Pentágono está acompanhando com preocupação o movimento político de toda a UNASUL [União das Nações Sul Americanas] No (sic) qual somos o país líder. Estamos preparados para enfrentar nos próximos meses a atuação deste governo e não mediremos esforços para colocar as nossas vidas a serviço do Brasil.”


Vejamos as diretrizes do “general” Mário Márcio:
- Destituição da presidente da República Federativa do Brasil;


- Instituição do Tribunal Militar para julgamento de todos os políticos, corruptos, subversivos, MST, Liga Campesina, Ongs comunistas , empresários sonegadores e simpatizantes das esquerdas ( inclusive os Black Blocs );
- Fechamento do Congresso Nacional;
- Extinção de todos os partidos políticos;


- Julgamento de todos os militares envolvidos com a esquerda e que aceitaram cargos deste governo comunista;


- Extinção das redes de TV que foram compradas por este governo, bem como suas estações de rádios;


- Transferência da capital federal, aonde Brasilia ( Sodoma e Gomorra brasiliencie) (sic) será caso do passado, para uma cidade estratégica do sul do Brasil ( não construiremos outra cidade );


- Extinção da FORÇA NACIONAL DE SEGURANÇA;


- Extinção de todos os ministérios criados pelo PT;


- Nomeação de Interventores estaduais que substituirão os atuais governadores;


- Toda a segurança pública ficará a cargo de uma pasta do Ministério da Defesa;


- O Ministério da Defesa terá como responsável da pasta somente um militar com todos os critérios exigidos.


Vejamos a fantasia do “General” Mário Márcio:


" A NOSSA HONRA É A LEALDADE."
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS:


Informamos a todos interessados que não coadunamos com a mudança do nome Batalhão Marechal Zenóbio da Costa para Batalhão Carlos Lamarca. Consideramos uma verdadeira afronta, foge aos princípios militares que norteam este batalhão que serviu de exemplos (sic) para as demais gerações que lá serviram.
Se tais ordens vieram da comissão da verdade, comunicamos que não conhecemos e nem aceitamos esta comissão mesmo instituída por lei, por se tratar de um grupo revanchista que tem um único objetivo – DESMORALIZAR O EXÉRCITO BRASILEIRO. Exigimos que se apurem os verdadeiros responsáveis pela mudança de nome e que todos sejam punidos exemplarmente pela justiça militar servindo de exemplo para todas as gerações seguintes. Que tais desidérios jamais serão praticados dentro da nossa instituição militar.
CONSIDERAMOS COMO OFICIAIS DA RESERVA UM DESRESPEITO AOS NOSSOS PRINCÍPIOS MILITARES, UMA DESONRA A QUEM SERVIU ESTA EGREGE UNIDADE MILITAR E UMA TRAIÇÃO AO EXÉRCITO E A PÁTRIA BRASILEIRA A QUEM SERVIMOS UM DIA.


Rio de Janeiro, 29 de setembro de 2.013


Mário Márcio Von Brenner - Integrante da Organização ORDEM NEGRA NO BRASIL.


Quais são as mensagens do “General” Márcio Mário ?


Que a UNASUL está organizando um exército único, e comunista,  na América do Sul.


Que grupos de guerrilheiros tinham sido treinados para atacar as “marchas” convocadas pelos golpistas para o sábado passado.


Que há campos de treinamento das FARCS em território brasileiro.


Que é preciso julgar todos os militares que aceitaram cargos neste governo “comunista”, ou seja, todos os oficiais das Forças Armadas, e a tropa a eles subordinada.


Que estão querendo trocar o nome do Batalhão Zenóbio da Costa por Batalhão Carlos Lamarca, o que é pura fantasia.


Que é que se pode perceber sobre do “General” Márcio Mário?


Que ele não é general e nem sequer serviu nas Forças Armadas, porque saberia que general não comanda pelotão de fronteira.


Que ele é mal informado, caso contrário saberia que não se cogita, nem nunca se cogitou, trocar o nome do Batalhão Zenóbio da Costa.


Que ele está muito enganado, quando acha que vive em um país comunista.


O Brasil não é um país comunista, mas, na verdade, poderíamos dizer, um dos mais fortes sustentáculos do capitalismo no mundo de hoje.


Mandamos mais de 25 bilhões de dólares, no último ano, em remessa de lucro para a  Europa e os Estados Unidos, ajudando esses países a sair de suas sucessivas crises. Demos, para a Europa e os EUA, um lucro de mais de 10 bilhões de dólares, na balança comercial, em 2013. 


Brasileiros gastaram, no ano passado, 19 bilhões de dólares no exterior e mais de 3 bilhões de dólares somente nos dois primeiros meses deste ano.


O governo do PT emprestou, na última década, quase 250 bilhões de dólares para o tesouro norte-americano, transformando o Brasil no quarto maior credor individual externo dos EUA, o que contribui para financiar o déficit e a gigantesca dívida pública de seu teórico “arqui-inimigo” - o país mais capitalista do mundo.


A não ser que o “general” Mário Márcio acredite que o governo que aí está seja comunista por ter adiado uma visita de Estado ao EUA, porque, como ficou comprovado, nossas mais altas autoridades estavam sendo espionadas pelos norte-americanos, assim como milhares de empresas e cidadãos brasileiros.


Ou porque fez acordos com a França – um país ocidental, democrático, capitalista – para comprar e construir, no Brasil, submarinos convencionais e de propulsão atômica. Ou porque comprou fragatas na Inglaterra. Ou, talvez, porque tenha desenvolvido novos radares para o exército, ou, quem sabe, porque encomendou 2.000 blindados leves desenvolvidos pela Força Terrestre, para serem construídos no Brasil.


Ou porque tenha autorizado o  desenvolvimento da nova família de fuzis IA-2, 100% nacional, fabricada, pela IMBEL, em Itajubá, ou, porque, finalmente, comprovando seu esquerdismo, tenha comprado da Suécia, um país reconhecidamente “radical” e “marxista”, a tecnologia para desenvolver, em parceria, os 36 caças Grippen NG-BR que equiparão a FAB.


O que ocorre, hoje, no Brasil, é que se está confundindo, mais uma vez, pregar a quebra do Estado de Direito com fazer política. Todos temos – e tem havido momentos que beiram a agressão por parte tanto do governo como da oposição – o direito de abusar, eventualmente, da emoção, no calor do embate político - desde que respeitadas as regras, começando pelo Artigo Primeiro, que reza:  “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”


Não se pode, portanto, flertar, nem compactuar, com aqueles que defendem, sem qualquer pudor, como ocorre hoje, na internet, a volta da tortura, dos assassinatos, o fim da prerrogativa dos cidadãos brasileiros de escolher seu futuro pelo voto e dos direitos e liberdades individuais.


Até porque, como vimos antes, há 50 anos, muita gente – civis e militares – que apoiaram no início a ditadura, acabou sendo devorada por ela como fez Cronos com seus filhos.


Não existe alternativa à democracia a não ser a barbárie, o caos, o pega pra capar, a guerra civil, o caos social e econômico, com a paralisia do Estado e da economia e o isolamento do Brasil do resto do mundo.


Como fake, o General Mário Márcio, no comando de um inexistente pelotão de fronteira, é tão inofensivo quanto um soldadinho de chumbo.


Como manobra de contrainformação, trata-se de desrespeito - para não dizer deboche - aos oficiais de verdade, que estão no comando da instituição; e de uma tentativa, infeliz, diga-se de passagem, de denegrir as nossas Forças Armadas – com o intuito de subverter a ordem e de promover o ódio e a desunião no seio da sociedade brasileira.


Cabe agora, ao Ministério Público, com a ajuda da Polícia Federal, identificar e punir o autor da “brincadeira”.



O dia de hoje exige que nos lembremos e contemos o que aconteceu, afirma Dilma




A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (31), ao referir-se ao golpe militar de 1964, que o dia de hoje exige que nos lembremos e contemos o que aconteceu. Dilma lembrou que 50 anos atrás o Brasil deixou de ser um país de instituições ativas, independentes e democráticas e que por 21 anos nossa liberdade e nossos sonhos foram calados, mas que graças ao esforço de todas as lideranças do passado, dos que vivem e dos que morreram, foi possível ultrapassar os 21 anos de ditadura.
“O dia de hoje exige que lembremos e contemos o que aconteceu. Devemos isso a todos que morreram e desapareceram, aos torturados e perseguidos, a suas famílias, a todos os brasileiros. Lembrar e contar faz parte de um processo muito humano, desse processo que iniciamos com as lutas do povo brasileiro, pela anistia, Constituinte, eleições diretas, crescimento com inclusão social, Comissão Nacional da Verdade, todos os processos de manifestação e democracia que temos vivido ao longo das últimas décadas. Um processo que foi construído passo a passo, durante cada um dos governos eleitos depois da ditadura”.
Dilma afirmou que o Brasil aprendeu o valor da liberdade, de Legislativo e Judiciário independentes e ativos, da liberdade de imprensa, do voto secreto, de eleger governadores, prefeitos, um exilado, um líder sindical, que foi preso várias vezes, e uma mulher também que foi prisioneira.
“A grande Hanna Arendt escreveu um dia que toda dor humana pode ser suportada se sobre ela puder ser contada uma história. A dor que nós sofremos, as cicatrizes visíveis e invisíveis que ficaram nesses anos, elas podem ser suportadas e superadas porque hoje temos uma democracia sólida e podemos contar nossa história. Como eu disse, nesse Palácio, repito, há quase dois anos atrás, quando instalamos a Comissão da Verdade, eu disse: se existem filhos sem pais, se existem pais sem túmulos, se existem túmulos sem corpos, nunca, nunca, mas nunca mesmo, pode existir uma história sem voz. E quem da voz à história são os homens e as mulheres livres que não têm medo de escrevê-la. E acrescento: quem dá voz à história somos cada um de nós”.





Blog do Planalto

Aécio diz em público o que Serra cochichava: quer o fim do modelo Lula no petróleo

31 de março de 2014 | 19:26 Autor: Fernando Brito
prometi

Uma pessoa presente à palestra de Aécio Neves hoje, numa associação de empresários, relata que, ao prometer “reestatizar” a Petrobras, Aécio Neves admitiu rever o modelo de partilha do petróleo da camada pré-sal, instituído por Lula e que garante não apenas que o Estado brasileiro fica com parte da produção como assegura que a Petrobras seja a operadora única, com pelo menos 30% de qualquer consórcio privado que receba o direito de explorar o óleo.


Não é, a rigor, novidade.


O tucano já havia defendido a volta ao modelo de concessão de Fernando Henrique Cardoso em outubro do ano passado.


É o mesmo que José Serra havia prometido a Patrícia Pradal, executiva da Chevron, numa reunião privada, que vazou com os telegramas do Wikileaks.


Não seria de esperar outra coisa de um candidato que, pela primeira vez desde 2002, resolveu se assumir como “fernandista”.


À medida em que os dias forem se passando, a mistificação em torno da CPI da Petrobras vai deixar claro o pano de fundo de toda essa história.


Enquanto isso, a campanha de desgaste da Petrobras, além de prejudicar a empresa e o país, vai servindo para todo tipo de esperteza no mercado de capitais contra os pequenos investidores.


Aliás, Aécio estava atacado e disse que “tanto faria” enfrentar Dilma ou Lula nas eleições.
São provocações pueris de Aécio, contra-atacando a ânsia dos últimos dias de Eduardo Campos, que tentou se mostrar mais anti-Lula do que ele.



Tijolaço

sábado, 29 de março de 2014

Dilma: "não nos abalam julgamentos apressados"

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Presidente Dilma Rousseff afirmou neste sábado (29), durante sessão inaugural da Reunião Anual da Assembleia de Governadores do BID, que acontece na Costa do Sauípe, na Bahia, que "a realidade desmentirá julgamentos apressados e conclusões precipitadas sobre a economia brasileira"; numa espécie de resposta ao rebaixamento da nota do Brasil pela agência de risco Standard & Poor's; "Todos sabemos que, em economia, a realidade sempre se impõe. Em alguns momentos, expectativas, especulações, avaliações subjetivas e até mesmo interesses políticos podem obscurecer a visão objetiva dos fatos", afirmou
29 de Março de 2014 às 20:13


247 - A presidente Dilma Rousseff afirmou neste sábado (29), durante sessão inaugural da 55ª Reunião Anual da Assembleia de Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que acontece na Costa do Sauípe, na Bahia, que a realidade desmentirá julgamentos apressados e conclusões precipitadas sobre a economia brasileira.


"Estamos convencidos da absoluta necessidade de preservar a solidez dos fundamentos macroeconômicos. Este compromisso não será alterado. Tampouco nos abalaremos com julgamentos apressados e por conclusões precipitadas, que a realidade desmentirá", afirmou a presidente, no que pode ter sido considerado uma resposta ao rebaixamento da nota do Brasil pela agência de risco Standard & Poor's. "Todos sabemos que, em economia, a realidade sempre se impõe. Em alguns momentos, expectativas, especulações, avaliações subjetivas e até mesmo interesses políticos podem obscurecer a visão objetiva dos fatos", complementou.


A presidente disse também que "o que importa" é continuar agindo para o país no rumo certo. "Sem abdicar do nosso compromisso fundamental com a solidez da economia e com a inclusão e o desenvolvimento social e ambiental do país", frisou. "O Brasil tem ainda inúmeros desafios para enfrentar e superar e haverá sempre novos obstáculos a serem removidos. Nos orgulhamos de ter construído um caminho para o desenvolvimento, o que nos permite dizer que o Brasil vai muito bem e irá ainda melhor", afirmou.


Dilma falou ainda que o país "vive um novo desafio histórico": "o desafio de acolher e atender as reivindicações e os anseios que surgiram na população. Ao promover ascensão social e superar a extrema pobreza, criamos um imenso contingente de cidadãos com melhores condições de vida, maior acesso à informação e mais consciência de seus direitos. Temos consciência que nós fizemos o mais urgente e o mais necessário para o nosso momento histórico, mas agora temos a consciência que devemos e podemos por todas as conquistas fazer ainda mais".


No discurso, a presidenta disse que as reservas internacionais estão em mais de 370 bilhões de dólares, o que proporciona um lastro confortável e seguro para enfrentar qualquer volatilidade, e que nos últimos 12 meses o país recebeu mais de 65,8 bilhões de dólares em investimentos estrangeiros diretos.


“Em 2014, faremos novas concessões, ampliando ainda mais nossa parceria com o setor privado em investimentos em infraestrutura logística e energia e infraestrutura urbana. O Brasil tem ainda inúmeros desafios para enfrentar e superar e haverá sempre novos obstáculos a serem removidos. Podemos, contudo, nos orgulhar de ter construído um caminho para o desenvolvimento, o que nos permite dizer, que o Brasil vai muito bem, e irá ainda melhor”.
A presidenta afirmou que o Brasil se tornou um país menos desigual, mais inclusivo, gerador de empregos e de oportunidades para os cidadãos.


“O Brasil que recebe esta reunião é radicalmente distinto do existente há 11 anos. Retiramos 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza, 22 milhões dos quais nos últimos três anos e meio. Propiciamos a ascensão de 42 milhões de pessoas à classe média, que, hoje, representa no Brasil, só a classe média, 55% da população. A renda per capita familiar subiu 78% em 10 anos. Geramos 4 milhões e 800 mil empregos formais e foram, nos últimos 11 anos, na ultima década, 20 milhões de empregos, fazendo com que alcançássemos hoje o menor índice de desemprego de nossa história”.



Brasil 247

Morre operário. Itaquerão pode mesmo abrir a Copa?

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Obra tocada por Andres Sanchez, ex-presidente do Corinthians, e a empreiteira Odebrecht, de Marcelo Odebrecht, tem sua terceira morte em quatro meses; desta vez, a do operário Fabio Hamilton da Cruz; estádio é o símbolo maior do improviso nas obras da Copa do Mundo; palco da abertura do torneio, estádio ainda está longe de ficar pronto e poderá até ser interditado, caso o Ministério Público do Trabalho avalie que operários estão submetidos a riscos excessivos; será que Jerome Valcke, da Fifa, vai mesmo manter a abertura da Copa, que começa em 75 dias, na arena inacabada do Corinthians?
29 de Março de 2014 às 16:53


247 - Morreu, nesta tarde, o operário Fabio Hamilton da Cruz, que trabalhava nas arquibancadas provisórias do estádio do Itaquerão. Ele caiu de uma altura de 15 metros e não resistiu aos ferimentos.


Em 27 de novembro de 2013, morreram dois outros trabalhadores, quando um dos guindastes desabou, vitimando Fábio Luiz Pereira, 42, e Ronaldo Oliveira dos Santos, 44.


Símbolo do improviso, o Itaquerão, obra tocada pela Odebrecht, de Marcelo Odebrecht, e pelo ex-presidente do Corinthians, Andres Sanchez, tem assim sua terceira vítima em quatro meses.
Palco de abertura da Copa, o Itaquerão deveria ter ficado pronto no ano passado, mas em razão de vários atrasos, a entrega estava prevista para maio deste ano. Com este novo acidente, os prazos podem ser mais uma vez adiados, porque o Ministério Público do Trabalho pode avaliar que os operários estão sendo submetidos a situações de risco, em razão da pressa em concluir a obra.


Recentemente, Sanchez e a Fifa protagonizaram um embate em torno das estruturas temporárias do estádio, orçadas em R$ 60 milhões. O Corinthians não pretende pagar por elas, nem a Odebrecht. Jerome Valcke, dirigente da Fifa, veio ao Brasil nesta semana e o impasse ainda não foi resolvido.


Com o novo acidente, o segundo em quatro meses, a pergunta é inevitável: o Itaquerão tem mesmo condições de abrir um torneio tão importante quanto a Copa do Mundo de 2014?
Abaixo, reportagem da Agência Brasil:

Morre operário acidentado no Itaquerão

Marli Moreira - Repórter da Agência Brasil Edição: José Romildo
 
O Hospital Santa Marcelina confirmou que morreu às 16h de hoje o operário Fábio Hamilton da Cruz, funcionário da empresa WDS Construções, acidentado enquanto trabalhava na montagem dos pisos das arquibancadas provisórias do setor sul da Arena Corinthians, estádio onde ocorrerá a abertura da Copa do Mundo. A causa da morte, no entanto, não foi revelada pela assessoria de imprensa do hospital.

Por meio de nota, a diretoria do Sport Club Corinthians Paulista lamentou o ocorrido e corrigiu a informação que havia sido dada pelo Corpo de Bombeiros de que o funcionário tinha caído de uma altura de 15 metros. No comunicado, o clube esclarece que “o operário caiu de uma altura de 8 metros e portava todos os equipamentos obrigatórios de segurança para a atividade”.

O acidente, o segundo no local, em um período de quatro meses, ocorreu às 10h30 de hoje. Fábio chegou a receber os primeiros socorros no local e, logo em seguida, foi encaminhado de ambulância para o hospital.



Brasil 247

A ditadura que ainda não vencemos

29 de março de 2014 | 12:35 Autor: Miguel do Rosário
Diretas Já
Dando continuidade ao post anterior, em que eu identifico uma constrangedora estratégia (intuitiva, acho eu) da mídia de fazer uma releitura “branda” do regime militar, gostaria de acrescentar outros comentários.


Ainda não estamos preparados para enfrentar o passado. Até mesmo alguns “ex-guerrilheiros” me parecem às vezes mais preocupados em fazer auto-críticas do que em contribuir para uma reflexão moral e política sobre o que significou a ditadura.


O ambiente não é adequado, porque as paixões acesas pela ditadura e pela resistência à ela ainda estão muito inflamadas. 


Pessoas que foram torturadas barbaramente ainda estão vivas, entre elas a própria presidenta Dilma Rousseff.


Ao contrário do que dizem alguns, querendo enterrar o assunto, a ditadura não é passado. Ela é presente. Um presente palpitante, de sangue, dor, medo.


Muitos intelectuais, jornalistas ou não, precisam sobreviver, e os únicos empregadores são os mesmos patrões da ditadura.


A família mais rica e mais poderosa no país, os Marinho, fez sua fortuna às custas do regime miliar, com o dinheiro do povo. E continua aí, manipulando informações, tentando ganhar eleições e procurando asfixiar os anseios populares.


Não fizemos ainda uma reconstrução simbólica da ditadura: a maior produtora de conteúdo no país é justamente a empresa que mais ganhou dinheiro durante os anos de chumbo. 


As empresas que tem recursos para pagar os repórteres mais talentosos do país para fazer matérias-denúncia sobre a tortura e o arbítrio são as mesmas que os patrocinaram. 


Não desmereço o que elas fazem. Mas não consigo deixar de imaginar que é como se pagássemos a Goebbels para organizar uma série de denúncias contra o nazismo.


O debate intelectual, por sua vez, ainda é muito focado em questões pessoais: cadáveres sumidos, identificação de torturadores. E em questões factuais: qual era a correlação de forças, se houve suborno, se houve ingerência norte-americana.


Tudo isso é importante.
Chegará o tempo, contudo, que teremos de discutir algo infinitamente mais profundo.
Até o momento, ainda estamos preocupados em fechar as feridas abertas no corpo do Brasil.
Haverá um dia em que as atenções se voltarão para o espírito da nação. E aí sim, veremos que os estragos foram muito piores do que aqueles provocados no corpo. 


Aí veremos que a ditadura causou danos imensos à imaginação, à coragem, à esperança de todo um povo.


É fácil fazer um gráfico sobre o número de mortos na ditadura. Impossível fazer o mesmo em relação aos sonhos destruídos de milhões de pessoas.


Mas essa luta ainda está para ser combatida. O povo brasileiro ainda espera a sua catarse, a sua revanche. 


Quando milhões de jovens saíram as ruas em junho do ano passado, havia uma balbúrdia desgraçada. Uns viram ali a semente de uma revolução. Outros enxergaram o início de uma rebelião de cunho fascista. Ambos talvez se misturavam, num combinado explosivo que nos provou que a democracia é sempre um risco.


A democracia só não é um risco quando o dinheiro não pára de fluir para dentro do Estado através de golpes em outros países. A pujança democrática do império americano (e europeu) foi construída mediante a opressão de outros povos, inclusive o nosso. Assim é fácil satisfazer o povo: massacrando outros povos.


O Brasil está construindo a sua democracia com muito mais dificuldade porque não está massacrando nenhum povo estrangeiro. Ao contrário, o Brasil ajuda a América Latina e ajuda a África. Crescemos lentamente, mas ajudando o resto da humanidade.


Entretanto um grito ecoou nas ruas no ano passado, um grito que eu escuto até hoje. 


“A verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura”, entoavam jovens. E eles sabem separar a Globo que produz entretenimento, alguns de qualidade, e a Globo que manipula a informação.


E quando denunciavam a Globo, de forma quase intuitiva, não se referiam apenas à empresa do Jardim Botânico. Eles se referiam – quero acreditar – à essa questão espiritual de que falo agora. À necessidade de uma catarse simbólica. Ao esmagamento definitivo das forças do atraso e da ditadura, que ainda pairam por aí nos assombrando, como fantasmas de uma mansão na qual aconteceu um crime terrível.


Nesses cinquenta anos de aniversário do golpe, não se vê sentimentos de triunfo da liberdade sobre o arbítrio. E eu arrisco uma explicação: porque ainda estamos em luta. 


A luta não respeita efemérides. O monstro da ditadura, após a sova que tomou da redemocratização, escondeu-se numa caverna. 


Não morreu. Lá está ele, gordo, rico, forte, vivo. 


Mas escondido.
De vez em quando, põe o focinho para fora de sua caverna e apanha os incautos que ousam passear perto da entrada. 


A prova de que ele está lá, para dar apenas dois exemplos, foi sua vingança contra Dirceu e Genoíno. Aquilo nos pegou a todos desprevenidos.


A destruição de Pinheirinho foi outro exemplo. Há muitos outros. Muitos.


Talvez esse monstro permaneça vivo ainda por décadas. Talvez ele ainda receba, até hoje, ajuda estrangeira, como recebeu durante a ditadura. Quem pode saber?


Acuá-lo para dentro de uma caverna foi uma vitória fundamental, porque ganhamos o sol. A cada dia que passa escondido em seu buraco virtual, fingindo-se “democrático”, o monstro se enfraquece. Por isso ele se desespera tanto em períodos eleitorais, porque sabe que é o momento em que poderá ser empurrado para um lugar ainda mais escuro.


É o que faremos com ele este ano. Socaremos o maldito para um lugar ainda mais profundo, debilitando-o. Ainda não será nossa vitória final, mas emergiremos mais fortes e ele, mais fraco.
Um dia, quando menos esperarmos, deixaremos de ouvir a sua respiração pesada e ameaçadora, que escapa do buraco onde vive. 


Deixaremos de sentir o seu hálito fétido.


Aí saberemos que ele morreu. 


Aí sim, meus diletos amigos, aí sim, minhas queridas amigas, teremos o direito de fazer uma grande festa nacional. 


Aí sim teremos o dever de criar um feriado nacional em homenagem à vitória definitiva do povo e da democracia! 



Tijolaço

A Farsa Desfeita: a “revolução” de 64 foi uma quartelada

O artigo abaixo é de autoria do escritor e jornalista Edmundo Moniz (1911 – 1997). Foi publicado no Correio da Manhã em agosto de 1964. O Correio era, então, um dos principais jornais do Brasil; e Moniz, um de seus mais destacados colunistas.


O "ressurgimento da democracia" segundo o Globo
O “ressurgimento da democracia” segundo o Globo


A farsa de apresentar, como revolução, a quartelada de abril já se acha completamente desfeita e desmoralizada.
Não era preciso um movimento revolucionário, se fosse o caso, para combater a subversão e a corrupção. Além do mais, tanto o conceito de corrupção como o conceito de subversão não ficaram devidamente esclarecidos pelos governantes atuais.
Corruptos conhecidos, de escala internacional, orgulhosos de serem o que são, exerceram e exercem uma poderosa influência na constituição e na vida do governo.


E o que dizer dos subversivos? Tudo aquilo de que eles eram acusados de pretender executar foi posto em prática, sem a menor cerimônia, pela nova situação. Tivemos a Constituição violada, o Congresso coagido, o Poder Judiciário ameaçado, sem falar nos atentatos aos direitos políticos e à legalidade democrática e, finalmente, o adiamento das eleições de 65 com a prorrogação do mandato presidencial.


A revolução é por si mesma subversiva, como é subversivo o golpe de Estado. A diferença entre uma coisa e outra é que o golpe de Estado se limita à mudança política do governo por meio da força armada. A revolução, quer seja levada à frente pela violência ou pelo compromisso de classes, transforma a estrutura econômica e social de uma nação.
A revolução nos países subdesenvolvidos, coloniais e semicoloniais, tem um caráter específico, que é o da emancipação econômica.


O Brasil vinha operando a revolução burguesa de maneira democrática e pacífica, pelo aceleramento do desenvolvimento industrial, pela perspectiva da reforma agrária, pela possibilidade de tornar-se economicamente independente, libertando-se da tutela imperialista.
Essa revolução constituía uma experiência nova pelo aspecto que tomou em contraste com as diversas tentativas de emancipação nacional por meio de convulsões internas.


Chegou a ser uma convicção profundamente arraigada em todos os setores de que não haveria mais clima, no Brasil, país pré-desenvolvido, para um golpe militar que criasseum estado de exceção, com a violação da ordem constitucional e democrática.
Recordava-se para o fortalecimento dessa tese, que a independência política, a Abolição e a República se fizeram sem derramamento de sangue e que o mesmo aconteceria com o complemento da revolução nacional por meio das reformas, que eram exigidas organicamente pelas próprias necessidades do desenvolvimento das forças produtivas.


Mas que vemos? A interrupção do processo democrático, com o estabelecimento de uma ditadura disfarçada. E quais as consequências dessa ditadura? O país estagnado e sem saída imediata. As medidas tomadas, até agora, no campo econômico e financeiro, cerraram as portas até mesmo para as soluções de emergência.


Onde estão os elementos da corrupção e da subversão? Os que eram acusados por uma ou outra coisa e responsáveis pela anarquia administrativa encontram-se fora do poder. Mas a situação nacional piora de momento para momento, de dia para dia, de mês para mês.
O preço dos bens de consumo essenciais ao povo sobe de maneira vertiginosa. Não é possível o congelamento de salário, como se tem feito, porque não é possível deter a carestia que se tornou incontrolável. Para combate a crise econômica, que tende a se agravar, o governo fala em aumentar os impostos, restringir o crédito e reduzir as despesas orçamentárias.


Mas a inflação continua de maneira avassaladora, a produção diminui e surge o desemprego.
O governo só agiu com rapidez e eficiência na modificação da lei de remessa de lucros, que vinha não em interesse da economia nacional e sim em benefício do capital estrangeiro.
Deu o Brasil algum passo à frente, depois do movimento de abril, para a sua libertação nacional?


Aí estão os fatos para comprovar a realidade econômica e política. Só se verifica o recuo, o retrocesso. Nenhuma medida foi tomada seriamente para a efetivação das reformas e melhoria do país e do povo.
A chamada revolução não fez outra coisa senão deter a revolução brasileira.
Evidentemente, nada se poderá fazer numa nação atemorizada. A democracia não é apenas uma conquista moral que garante os direitos do homem, necessários à própria dignidade de viver. A democracia é também uma conquista histórica da natureza objetiva no campo político e social.


Não é possível realizar nenhuma reforma, no Brasil, o livre debate, sem a plena liberdade de pensamento. Nada se fará de positivo, desde que haja constrangimento, coação e temor.
E por que o Ato Institucional? Por que a supressão das liberdades públicas? Por que a cassação dos direitos políticos? Por que a suspensão das garantias constitucionais?
O que se verifica, atualmente, é uma liberdade consentida, mas não a plena liberdade assegurada pela Constituição de 1946.


Não resta dúvida: se as reformas forem levadas ao Congresso e aprovadas, neste ambiente de terror, correrão o risco de não passar de letra morta. O essencial não é a votação de uma lei e sim a transformação da estrutura social para dar ao país a sua emancipação econômica.
O processo de desenvolvimento econômico como o da democratização política foram interrompidas no País com o movimento de abril. Mas não se muda a mentalidade de um povo com medidas administrativas ou a instauração do terror policial e militar. Não se altera uma realidade histórica por meio da força que episodicamente se faz sentir e se impõe.


A história foi sempre assim: dois passados para a frente e um passo para trás. De outra forma, a humanidade não teria chegado ao que chegou presentemente.
O eclipse da democracia brasileira não quer dizer o seu crepúsculo. A redemocratização do país se imporá como a necessidade primordial, inerente à sua própria sobrevivência.
O povo sabe o que representa a liberdade. E nunca a liberdade é tão querida e tão desejada como na hora em que se encontra em perigo.
A vida política do país está em ameaçada pelos civis e militares da direita, que continuam a conspirar para impedir que o Brasil possa reencontrar o caminho de sua verdadeira revolução.

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Diário do Centro do Mundo

Altman: acerto sobre Azeredo desmascara AP 470

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Em artigo exclusivo para o 247, o jornalista Breno Altman comenta a desmoralização da Ação Penal 470, depois que o Supremo Tribunal Federal, de forma correta, remeteu o caso de Eduardo Azeredo à primeira instância; o mesmo deveria ter ocorrido com réus da Ação Penal 470 sem direito ao foro privilegiado, como José Dirceu; "Com o tempo, não irá restar pedra sobre pedra das armações que determinaram a AP 470, cujas operações foram tecidas sob medida, para ocasião única, na alfaiataria dirigida pelo ministro Joaquim Barbosa", diz ele; Altman, no entanto, aponta um desafio para o STF; "Como irá corrigir as injustiças e desmandos que levaram à cadeia líderes históricos do PT?", questiona
28 de Março de 2014 às 16:49


Por Breno Altman, especial para o 247

O Supremo Tribunal Federal deliberou, por 8 votos a 1, pela remessa do processo contra o ex-deputado Eduardo Azeredo à primeira instância, nas montanhas de sua Minas Gerais, onde responderá pelo mensalão tucano. 


Tal resolução, a bem da verdade, guarda coerência com outra, tomada há algumas semanas, que estabeleceu desmembramento de processos que envolvam cidadãos com e sem foro privilegiado, ainda quando partilhando a mesma denúncia penal. Aqueles que não possuírem alçada federal, serão remetidos para o pé da pirâmide judicial, com direito a dois ou até três graus de apelação.


Pode-se especular que o ex-presidente do PSDB renunciou ao mandato parlamentar por razões maliciosas, apenas para ganhar tempo e aumentar as chances de prescrição para eventuais crimes, além de buscar a tranquilidade de uma comarca na qual exerça maior influência. Mas não há qualquer dúvida que a atitude tomada por Azeredo, trocando sua cadeira na Câmara por maior segurança jurídica, está protegida por direitos constitucionais. Como reconheceu, aliás, a própria corte suprema.


Talvez seja pertinente a crítica moral. Ao contrário de José Dirceu, que recusou abdicar do parlamento para escapar da cassação, preferindo o combate político ao cálculo de oportunidades, o outrora governador mineiro resolveu escapar pela porta dos fundos. Não é bonito, tampouco ilegal. Dirceu tem obrigação histórica e biográfica de ser como é. Azeredo contou com a possibilidade regulamentar de agir como o fez. 


O mais relevante, no entanto, está na jurisprudência que acarretam as novas deliberações do STF. Depois de revisado o crime de quadrilha, caiu a segunda das quatro pilastras sobre as quais se ancorou a AP 470, qual seja, a  unificação de todas as denúncias em um só processo na corte suprema quando qualquer dos réus goza de foro privilegiado. Quando foi analisado o caso contra os petistas, apenas três dos 39 acusados eram parlamentares nacionais, mas todos foram conduzidos a julgamento em instância única.


Este procedimento, considerado fundamental para as condições de espetáculo e resultado contra Dirceu e companheiros, foi devidamente arquivado depois de ajudar o relator Joaquim Barbosa a alcançar seus objetivos. Não é à toa que o único voto contra Azeredo tenha sido o do atual presidente do STF, possivelmente pouco à vontade em corroborar, com sua própria incoerência, o caráter de exceção do encaminhamento anterior.


A mudança de critérios, de toda forma, desmascara parte dos métodos arbitrários do processo precedente, que também se encontram sob acosso da Corte Interamericana de Direitos Humanos, reiteradamente exigindo que todos os signatários do Pacto de San Jose ofereçam julgamento recursal em ações penais, mesmo quando os réus são enquadrados na instância superior do sistema judiciário.


Com o tempo, não irá restar pedra sobre pedra das armações que determinaram a AP 470, cujas operações foram tecidas sob medida, para ocasião única, na alfaiataria dirigida pelo ministro Barbosa. Ainda restam outras duas colunas: o domínio do fato como teoria que dispensa provas materiais concretas para condenação e o fatiamento do suposto crime de suborno em diversos delitos independentes, com a meta de garantir a devida exacerbação penal. Tampouco essas aberrações sobreviverão à via constitucional que o STF está obrigado a retomar.


Quando a normalidade jurídica estiver plenamente recuperada, porém, a corte suprema terá que resolver um dos maiores dilemas de sua história. Como irá corrigir as injustiças e desmandos que levaram à cadeia líderes históricos do PT? Quem irá pagar a conta do circo judicial e midiático montado com a única finalidade de degolá-los por crimes que jamais cometeram?


Brasil 247

Pros fecha apoio a Fernando Pimentel em Minas

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"A administração do PSDB se desgastou ao longo do tempo e, aos olhos do PROS, não interessa à toda a população de Minas Gerais. É um grupo que se esqueceu de fazer política social. Por isso, decidimos de forma unânime seguir um caminho diferente para Minas", disse o deputado Ademir Camilo (Pros-MG), que preside a sigla no estado; "Será uma honra caminharmos juntos em Minas", devolveu Pimentel
29 de Março de 2014 às 11:20


Do Pautando Minas – O Partido Republicano da Ordem Social (PROS) anunciou ontem, durante o 1º Encontro Estadual da legenda, em Belo Horizonte, que apoiará a futura candidatura do ex-ministro Fernando Pimentel (PT) ao Governo de Minas Gerais. Com isso, o palanque que vier a ser formado pelo PT em Minas ganha cerca de 50 segundos de tempo de televisão.


No encontro, que reuniu lideranças dos dois partidos, o deputado federal Ademir Camilo, presidente regional e vice-presidente nacional do PROS, ressaltou a necessidade de oxigenar um "modelo esgotado". O deputado disse reconhecer em Pimentel "competência e compromisso" e adiantou que o partido quer contribuir com um plano de governo que atenda a todo o Estado de Minas Gerais.


"A administração do PSDB se desgastou ao longo do tempo e, aos olhos do PROS, não interessa à toda a população de Minas Gerais. É um grupo que se esqueceu de fazer política social. Por isso, decidimos de forma unânime seguir um caminho diferente para Minas", afirmou Camilo.
Coordenador das Caravanas da Participação, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel agradeceu o apoio a uma eventual candidatura e destacou a importância de ter o PROS na aliança nacional e regional. "É um partido jovem que já nasceu no campo democrático e popular", assinalou.


Conforme Pimentel, o PT tem uma aliança muito forte com o PROS desde sua fundação e "será uma honra caminharmos juntos em Minas". "O partido já tem lideranças expressivas no interior do estado, tem nove prefeitos, 255 vereadores, tem deputados federais. É um partido que vem com força e energia e certamente vai contribuir muito", disse o ex-prefeito de Belo Horizonte.


O presidente do diretório estadual do PT, deputado federal Odair Cunha, afirmou que o partido irá reforçar a construção de um novo projeto para Minas Gerais. "Esse apoio fortalece a frente democrática que queremos construir aqui no estado", elogiou.

Programa de governo

O PROS contribuirá para o futuro programa de governo conjunto com propostas para a redução da carga tributária. Segundo o secretário-geral do partido, Gustavo Pires, também presente ao evento, o PROS tem realizado encontros regionais para discutir o tema e reúne sugestões de vários setores.


"Estamos elaborando um projeto que permita uma reforma da estrutura tributária, com justiça social. Podemos aumentar a arrecadação ao diminuir a sonegação de impostos, justamente para que o contribuinte pague menos", explicou.

Falta de gestão em Minas

Não faltaram críticas à gestão tucana durante o encontro. Ademir Camilo foi contundente ao atacar o baixo desenvolvimento econômico e a administração do estado.


"O chamado Choque de Gestão não é um bom cartão de visitas. Falava-se em déficit zero e hoje sabemos o tamanho da dívida do governo. Falava-se em gestão para resultados e, nos últimos cinco anos, vimos uma total falta de investimento em infraestrutura", acusou.


Camilo usou os exemplos dos programas "Minas Comunica" e "Caminho de Minas", que, apesar de ter recursos liberados há anos, somente agora, na reta final do governo, começam a sair timidamente do papel.


"O Caminho de Minas foi mote de campanha e chegamos no final do governo relicitando projetos. Dos 8 mil quilômetros prometidos, só finalizaram 41 quilômetros. Que gestão é essa?", criticou.



Brasil 247

sexta-feira, 28 de março de 2014

Dilma anuncia mudança em mais dois ministérios

Luana Lourenço e Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil Edição: Juliana Andrade

Ideli Salvatti e Ricardo Berzoini

Ideli Salvatti vai assumir o comando da Secretaria de Direitos Humanos e Ricardo Berzoini, da Secretaria de Relações Institucionais Agência Brasil

A presidenta Dilma Rousseff anunciou hoje (28) mais uma etapa da reforma ministerial iniciada em janeiro, com troca de comando em duas pastas do governo: Secretaria de Relações Institucionais e Secretaria de Direitos Humanos.


Ricardo Berzoini vai assumir a Secretaria de Relações Institucionais, até então ocupada por Ideli Salvatti, que deixa a pasta para comandar a Secretaria de Direitos Humanos. A atual ministra, Maria do Rosário, deixa o governo para concorrer às eleições de outubro. A posse dos novos ministros está marcada para terça-feira (1), às 11h, no Palácio do Planalto.


As mudanças foram confirmadas por meio de nota divulgada pela Secretaria de Comunicação Social. “A presidenta agradeceu a dedicação, competência e lealdade de Maria do Rosário ao longo de seu governo e tem certeza de que ela continuará dando sua contribuição ao país”, diz o texto.


Desde janeiro, Dilma fez mudanças nos comandos da Casa Civil e dos ministérios da Educação, da Saúde, da Secretaria de Comunicação Social, da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário, das Cidades, do Turismo, da Pesca e Aquicultura e da Ciência, Tecnologia e Inovação. Em fevereiro, a presidenta trocou o comando da pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Já os ministros interinos da Integração Nacional e de Portos assumiram depois que o PSB entregou seus cargos ao governo em outubro de 2013.


O deputado federal Ricardo Berzoini é filiado ao PT desde 1980. No primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi ministro de duas pastas: Previdência e Assistência Social, e Trabalho e Emprego. Entre 2005 e 2010, Berzoini foi presidente nacional do PT, partido do qual já foi vice-líder na Câmara. Funcionário de carreira do Banco do Brasil desde 1978, o novo ministro tem curso superior incompleto de engenharia.


À frente da Secretaria de Relações Institucionais desde junho de 2011, Ideli Salvatti está no segundo mandato de senadora. No Senado, atuou como líder do PT e do bloco de apoio ao governo, e como líder do governo no Congresso. Antes de assumir a Secretaria de Relações Institucionais, Ideli foi ministra da Pesca e Aquicultura nos primeiros meses do governo Dilma. Antes de ser senadora, foi deputada estadual de Santa Catarina também por dois mandatos.


Com mais essa troca no primeiro escalão, quinze ministérios tiveram seus comandos alterados.

Lula alerta: "é preciso garantir a democracia"

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Em vídeo gravado para relembrar os 50 anos do golpe militar, ex-presidente passa a mensagem de que "este país será o que queremos se conseguirmos garantir a democracia"; o político que, em 1979, falou diante de 160 mil operários no Estádio da Vila Euclides, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, reforçou hoje que, cinco décadas depois do golpe, "o momento não é de desanimar, mas de participar e de lutar"; segundo Lula, "a democracia não é nenhum pacto de silêncio, é a sociedade em movimento buscando novas conquistas"
28 de Março de 2014 às 15:46


247 – Em um vídeo gravado pelos 50 anos do golpe militar de 64, o ex-presidente Lula reforça a importância da democracia e lembra que ela "não é nenhum pacto de silêncio", mas um meio para que a sociedade saia às ruas e reivindique seus direitos. Ele faz um alerta de que é preciso garantir a democracia. Desta forma, "este País será o que queremos". Leia abaixo mensagem publicada pelo Instituto Lula nesta sexta-feira e assista ao vídeo:
"Este país será o que queremos se conseguirmos garantir a democracia", diz Lula sobre golpe militar


São Paulo, 28 de março de 2014,

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou um vídeo sobre os 50 anos do golpe militar no Brasil. Em sua mensagem, ele lembra que que aquele momento histórico "suspendeu nosso regime democrático, revogou liberdades essenciais, prendeu milhares de militantes políticos e fez com que outros tantos tivessem que sair do país".


Lula ressalta que as lembranças da ditadura devem servir para valorizarmos "ainda mais o período democrático que o Brasil vive hoje". Apenas em períodos de democracia "trabalhadores, mulheres, todos os segmentos sociais podem chegar ao poder pois têm o pleno direito de expressão e manifestação", afirma o ex-presidente.


O direito à livre manifestação é enfatizado por Lula, que ressalta a importância da participação popular na democracia: "Apenas em uma democracia o povo pode ir às ruas reivindicar seus direitos pois a democracia não é nenhum pacto de silêncio, é a sociedade em movimento buscando novas conquistas".


"Devemos sim lembrar nosso passado, lamentar o período sombrio pelo qual passamos, mas sobretudo lutar a cada dia para ampliar a nossa democracia, incluindo cada vez mais gente e fazendo com que nosso sistema político represente cada vez melhor o povo brasileiro. (...) Este país será o país que queremos se conseguirmos garantir a democracia", finaliza. 




Brasil 247