Líder do PT no Senado, Humberto Costa (CE)
questionou a parcialidade da Standard & Poor's e de outras agências
de classificação, que, segundo ele, divulgam notas que “não são
absolutamente inocentes e imparciais” e “refletem interesses de
especuladores”; segundo ele, o rebaixamento não leva em consideração o
cenário do início deste ano, com crescimento industrial, de emprego, do
Produto Interno Bruto (PIB) e de inflação sob controle
Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (CE), defendeu o governo após a redução da nota da economia brasileira, divulgada nesta tarde pela agência de classificação de risco Standard & Poor's. Para o senador, a queda da nota de risco do país não leva em consideração o cenário do início deste ano, com crescimento industrial, de emprego, do Produto Interno Bruto (PIB) e de inflação sob controle.
“Vejo com absoluta tranquilidade [o rebaixamento], o Brasil permanece
na condição de baixo risco de investimento, continua com seus
pressupostos econômicos bastante sólidos”, avaliou o líder, depois de se
reunir com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli
Salvatti. Segundo Humberto Costa, o assunto não foi discutido no
encontro entre a ministra e líderes do governo na Câmara e no Senado.
O senador questionou a parcialidade da Standard & Poor's e de
outras agências de classificação, que, segundo ele, divulgam notas que
“não são absolutamente inocentes e imparciais” e “refletem interesses de
especuladores”. “[Essas agências] ainda têm muitas explicações a dar ao
mundo. Elas indicavam aos investidores que aplicassem em bancos e
empresas americanas no momento em que houve aquela bolha e várias
empresas e bancos quebraram, e com eles muitos acionistas”, disse.
De acordo com o líder, o governo vai articular com sua base no
Congresso para que não seja criada uma comissão parlamentar de inquérito
(CPI) para investigar a compra da Refinaria de Pasadena pela Petrobras.
Na semana passada, o jornal O Estado de S. Paulo informou que a compra
da refinaria do Texas teve o aval da presidenta Dilma Rousseff, que na
época era ministra-chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de
Administração da Petrobras. Em nota, o Planalto disse que a aquisição se
baseou em parecer “técnico e juridicamente falho”.
Humberto Costa disse que o assunto já está sob investigação em outras
instâncias, como o Tribunal de Contas da União, a Controladoria-Geral
da União e a Polícia Federal. “Entendemos que não cabe a efetivação de
uma CPI, até porque o último exemplo de CPI, que foi a do Cachoeira,
terminou em um relatório de duas páginas que não indiciou ninguém, então
foi muito mais um palco político”, disse o senador. Ele defendeu,
porém, que ministros e a presidenta da Petrobras, Graça Foster, prestem
esclarecimentos no Congresso, e que haja acesso a todos os documentos.
“Essa transparência todos nós queremos e o governo vai dar”,
explicou, acrescentando que a compra era um bom negócio na época,
recomendado por duas empresas de consultoria. A ideia, segundo o
ministro, é dar esclarecimentos à base aliada. “Acima de tudo esclarecer
os senadores e deputados. Há muita especulação, as pessoas talvez não
tenham tido as explicações de como as coisas aconteceram”, avaliou.
Brasil 247
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