Revista semanal que julga os fatos se dobra a 
eles; com todos os motivos corporativos do mundo para ter equilíbrio, 
veja.com adianta posição de Veja de papel para indicar que não tem 
críticas a fazer à autorização dada pelo Conselho de Administração da 
Petrobras, de 2006, para a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA; 
afinal, presidente da Editora Abril, dona de Veja, Fábio Barbosa, era do
 conselho e, na expressão de veja.com, "corroborou" com informações 
prestadas pela presidente Dilma Rousseff em nota da Secom; sim, uma 
fonte citada em 'on' em Veja; Reinaldo Azevedo jura que não "relativiza"
247 – No efeito manada praticado nesta semana 
pela mídia familiar, com trombas e orelhas dirigidas à condenação da 
compra, pela Petrobras, em 2006, da refinaria de Pasadena, no Estados 
Unidos, vai estar faltando um. Ou melhor, faltando uma.
A revista Veja, da Editora Abril, já deixa claro, antes mesmo da 
edição do final de semana circular – quebrando o mistério com o qual 
valoriza suas notícias -, que vai evitar toda e qualquer crítica à 
decisão de compra da refinaria pelo Conselho de Administração da 
Petrobras, composição de 2006, do qual a presidente Dilma Rousseff era 
presidente.
É claro, o assunto pode ser capa. Deve, até. Publicadas em Veja, com 
força, naturalmente, a prisão do ex-diretor e atual lobista Paulo 
Roberto Costa, o "nada a declarar" do atual diretor da BR Distribuidora 
Nestor Cerveró, e talvez, com muita sorte (muita mesmo), a declaração 
não divulgada, pelo Jornal Nacional, que a colheu, da afirmação do 
ex-presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli. Para ele, a refinaria está
 dando lucro, Tudo isso, e mais, poderá está em Veja. Mas não poderá 
haver críticas à decisão do conselho.
É porque, para não criticar o conselho de 2006, Veja tem todos os 
motivos corporativos do mundo. Ninguém menos que o presidente da Editora
 Abril, Fabio Barbosa, ex-banqueiro verde e não apenas, também 
ex-integrante do Conselho de Administração da Petrobras, "corroborou" 
com a narrativa da presidente, na expressão da versão online.
Sim, em Veja, uma fonte em "on" – tudo o que faltou na capa dedicada ao massacre de José Dirceu.
E logo uma fonte em 'on' que é o próprio presidente da Editora Abril, que edita Veja. Feliz coincidência.
É Fabio Barbosa, textualmente, a fonte citada por veja.com a partir da tarde desta sexta-feira 21:
- A proposta de compra de Pasadena submetida ao Conselho em fevereiro
 de 2006, da qual eu fazia parte, estava inteiramente alinhada com o 
plano estratégico vigente para a empresa, e o valor da operação estava 
dentro dos parâmetros do mercado, conforme atestou então um grande banco
 americano, contratado para esse fim.
E mais:
- A operação foi aprovada naquela reunião nos termos do relatório executivo apresentado.
Antes de veja.com, no entanto, a Folha de S. Paulo, de estrutura mais
 dinâmica, já ouvira outro integrante do conselho de administração 
daquele período, o empresário Jorge Gerdau.
Veja.com correu atrás, dando ela própria uma frase de Gerdau, que certamente será impressa:
- O Citibank apresentou um 'fairness opinion' (recomendação de uma 
instituição financeira) que comparava preços e mostrava que o 
investimento fazia sentido, além de estar em consonância com os 
objetivos estratégicos da Petrobras dadas as condições de mercado da 
época", disse Gerdau.
Mas ter uma matilha pode ser uma tentativa de salvar as aparências e 
ainda mostrar os dentes, ainda que careados. Igualmente em veja.com, o 
hoje multimidiático Reinaldo Avedo espalha por onde pisa – rádio Jovem 
Pan, jornal Folha de S. Paulo e o abrigo veja.com – que é sim, com toda a
 certeza, mes-mo, um crítico da compra da refinaria de Pasadena. Está em
 um texto dele desta sexta-feira 21.
Com direito a muitas exclamações sobre o quanto ele não "relativiza" sua posição.
Vale citar um trecho em que o blogueiro cita como "ela" a presidente Dilma – e cita seu presidente Barbosa como "os demais conselheiros":
Vale citar um trecho em que o blogueiro cita como "ela" a presidente Dilma – e cita seu presidente Barbosa como "os demais conselheiros":
- Ainda que ela e os demais conselheiros tenham sido levados, pelo 
conjunto de dados à época disponível, a aprovar a compra de 50% da 
refinaria de Pasadena, como justificar o que houve depois?", teclou 
Azevedo.
O mote, ali, é que Dilma, para ele, não teria saída – ainda que não 
se saiba exatamente saída de onde. Mas, a julgar pelos rastros – e pelo 
cheiro espalhado -, a própria Veja, com seu presidente Barbosa, apontou a
 direção da tal saída.
Brasil 247 
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