Enquanto Estados Unidos e Europa anunciam sanções à
Rússia, governo de Vladimir Putin indica que irá reforçar alianças com
outros países; "Se um parceiro econômico de um lado do globo impuser
sanções, vamos prestar atenção aos novos parceiros do outro lado. O
mundo não é unipolar, vamos nos concentrar em outros parceiros
econômicos", frisou Dimitry Peskov, porta-voz do Kremlin; em julho, logo
após a Copa do Mundo, Brasil sediará encontro dos BRICs e a presidente
Dilma determinou ao Itamaraty que se mantenha neutro na questão da
Crimeia; postura de Obama não assusta a Rússia
247 – As
relações entre Brasil e Rússia, apesar de esquentarem de vez em quando,
equivalem a uma tarde de inverno em Moscou: são geladas. O que mais
acontece entre os dois países são problemas em torno de questões
sanitárias à volta da carne brasileira – em primeiro lugar na pauta de
exportações para o país – e ensaios nunca praticados inteiramente de
cooperação militar e aeroespacial.
Uma nova chance para um
relacionamento comercial e político mais amplo e estreito,
respectivamente, está aberta com a crise entre a Rússia e os Estados
Unidos e a União Europeia em torno da anexação da Crimeia.
O secretário de Imprensa do
presidente Vladmir Putin respondeu nesta quarta-feira 19 em Moscou sobre
como o país irá reagir a maiores sanções econômicas e políticas do
bloco ocidental.
O mundo unipolar acabou, foi o recado principal.
"Se um parceiro econômico de um lado
do globo impuser sanções, vamos prestar atenção aos novos parceiros do
outro lado. O mundo não é unipolar, vamos nos concentrar em outros
parceiros econômicos", frisou Dimitry Peskov.
As sanções que começam a tomar corpo
– no campo político, o primeiro-ministro Tony Blair anunciou que irá
pedir a exclusão da Rússia do G-8 – serão respondidas em igual medida
pelo governo de Putin, que vai galgando popularidade interna com a
anexação da Crimeia.
"Nós queremos manter boas relações
com a UE e com os EUA. Especialmente com a União Europeia, uma vez que é
o principal parceiro comercial da Federação Russa. Mas nossa
dependência econômica mútua pressupõe teremos boas relações", completou
Peskov, deixando implícita a lembrança do gás natural que a Rússia
fornece para o aquecimento de milhões de lares europeus.
Em conversa telefônica terça-feira
entre o ministro russo para Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov, e o
secretário de Estado dos EUA, John Kerry, eles discutiram a situação na
Ucrânia e Lavrov disse que as sanções impostas pelos os EUA são
"absolutamente inaceitáveis".
A presidente Dilma Rousseff comanda o
silêncio do Itamaraty sobre a crise atenta aos benefícios que o país
pode extrair. Como ficou claro no recado de Putin por meio de seu
porta-voz, a Rússia pode empreender uma grande mudança de foco em seus
negócios.
Um estreitamento de relações com os
demais BRICs seria o primeiro grande passo. Em julho, dois dias após a
Copa do Mundo, o presidente russo estará em Fortaleza para a reunião dos
país que fazem parte da sigla. A falta de comentários do Brasil sobre a
anexação da Crimeia são quase um elogio.
Brasil 247
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