Efeito Ibope era falso; papéis da Petrobras
continuam subindo mesmo depois de pesquisa apontar vitória da presidente
Dilma Rousseff em primeiro turno; pregão de hoje fechou com alta de
quase 3%; ganhos na semana passada foram de mais de 11%; no mercado de
opções, onde investidores compram o papel por um preço futuro, altas já
são de até 314%; compradores identificaram piso de queda e acreditam que
só têm a ganhar no curto, médio e longo prazos; gestão da presidente
Graça Foster procura olhar para frente e superar efeitos do caso
Pasadena; especulação negativa chegou ao fim?
247 – Depois de experimentar uma série de altas
em suas ações em razão de uma especulação negativa, nesta segunda-feira
24 a Petrobras registrou nova disparada no índice da bolsa de valores de
São Paulo. Mas agora o motivo é positivo. Provou-se falso atribuir as
altas registradas na semana passada, que somaram mais de 11% entre a
segunda-feira 17 e a sexta-feira 21, ao chamado efeito Ibope. A estatal
está em alta por suas próprias circunstâncias.
Havia rumores de que a presidente Dilma Rousseff iria perder pontos
no levantamento, o que teria motivado a alta nas ações da estatal. Mas a
pesquisa confirmou que Dilma tem intenções de votos suficientes para
ganhar a disputa em primeiro turno – e também assim os papéis da
companhia continuaram a subir.
No pregão de hoje, as ações da Petrobras subiram 2,7%, aumentando
para mais de 13% os ganhos desde a semana passada. Essa escalada
acontece em meio aos ataques da oposição à compra, em 2006, pela
estatal, da refinaria de Pasadena. Há até mesmo ameaça ao governo de
instalação de uma CPI no Congresso para investigar o negócio, mas nem
isso abalou a certeza dos investidores de que os papéis da companhia têm
espaço para subir.
A análise mais correta para a ótima performance da Petrobras na bolsa
nos últimos dias aponta para o reconhecimento, pelo mercado, de que o
preço das ações havia chegado ao fundo do poço – e dali, portanto, não
poderiam descer mais. Na segunda 17, antes da escalada, as ações da
Petrobras atingiram uma baixa histórica ao nível do preço do papéis em
2005.
A explicação dada pela presidente Dilma, em nota, a respeito do
parecer que considerou "omisso" e "falho" em torno da compra da
refinaria de Pasadena foi bem assimilada pelo mercado. Tanto que, depois
da divulgação do posicionamento, os papéis da estatal não mais fecharam
em baixa. Integrantes do Conselho de Administração presidido, naquele
período, por Dilma, como o ex-banqueiro Fabio Barbosa e o empresário
Jorge Gerdau corroboraram com as informações prestadas pela presidente.
O mercado também pode estar dando um sinal de que entendeu o plano de
investimentos apresentado no último dia 15 pela presidente Graça
Foster, que prevê aportes de recursos de US$ 220,6 bilhões até 2018.
Para este ano, o plano apresentado por Graça prevê um aumento de 7,5% na
produção de óleo em relação ao realizado em 2013. De início, a redução
nos investimentos foi vista com reservas, mas agora parece se consolidar
a impressão entre investidores de que a diretoria da estatal escolheu o
caminho do realismo na readequação de seu orçamento para os próximos
anos.
O receio de uma eventual CPI no Congresso sobre a compra da refinaria
de Pasadena não está, até aqui, assustando o mercado. Na negociações de
opções, que compradores e vendedores estabelecem hoje um preço de ações
para ser honrado em datas futuras, os títulos da Petrobras com
vencimento para os próximos dias tiveram altas de até 314%.
Há muito de smart money – o velho e conhecido capital volátil – em
torno da alta da Petrobras. Mas a esperteza não é único ingrediente que
está fazendo as ações subirem. O componente confiança na companhia
também está sendo precificado – e, como se verifica nos últimos pregões,
positivamente.
Brasil 247
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