terça-feira, 25 de março de 2014

Arrecadação bate recorde e quebra argumento da S&P

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Principal justificativa para rebaixamento de rating do Brasil foi o do chamado risco fiscal; mas menos de 24 horas após a Standard & Poor´s divulgar a queda da nota de BBB para BBB-, Receita Federal informa que arrecadação de impostos em fevereiro bateu recorde histórico para este mês do ano; R$ 83,17 bilhões entraram para os cofres do governo; S&P alegou que País deixa dúvidas sobre pagar seus compromissos, porém, entrada de impostos mostra que economia está robusta e País apto a enfrentar seus vencimentos; rebaixamento um dia antes da nova informação da Receita foi apenas coincidência ou incompetência da equipe chefiada por Lisa Schineller?; a propósito: Bolsa de São Paulo abriu o dia subindo 0,77%
25 de Março de 2014 às 10:38


247 – O risco fiscal foi apontado pela agência de classificação de risco Standard & Poor´s, dos Estados Unidos, como principal justificativa para o rebaixar, ontem, o rating do Brasil de BBB para BBB-. Mas, menos de 24 horas após a decisão, a economia brasileira acaba de apresentar mais um dado de crescimento – e justamente no quesito fiscal.


A arrecadação de impostos no mês d fevereiro ficou em R$ 83, 17 bilhões, batendo o recorde da Receita Federal para o segundo mês do ano. Em relação a fevereiro de 2013, a alta foi de 3,44%. No bimestre janeiro-fevereiro também houve alta na entrada de recursos de impostos nos cofres do governo de 1, 91% acima da inflação em relação ao mesmo período do ano anterior.


O resultado da arrecadação em fevereiro mostra uma economia que cumpre suas obrigações. Uma economia que está gerando recursos suficientes para quebrar um novo recorde de arrecadação.


No mercado financeiro, as projeções de economistas ouvidos pelo jornal Valor Econômico, das famílias Frias e Marinho, apontavam para uma "deterioração" na arrecadação de fevereiro, mas o que houve, na realidade, foi o contrário. Trabalhando com este tipo de expectativa, a S&P procurou atingir o Brasil, mas a resposta foi imediata. 


É claro, porém, que agora isso não importa mais para a S&P. O serviço encomendado à equipe chefiada por Lisa Schineller foi feito. A ponto de, agora, a mesma S&P informar que não pretende fazer novo rebaixamento da nota brasileira.
A propósito: de olho nos números, a Bolsa de Valores de São Paulo abriu o dia em alta de 0,77% sobre a véspera. 


Abaixo, notícia da Agência Brasil a respeito e, em seguida, informação da Agência Reuters sobre a garantia da S&P de que não irá rebaixar o País novamente (ao menos não tão cedo):


Arrecadação de impostos federais fica em R$ 83 bi e bate recorde para o mês
Brasília

Daniel Lima - Repórter da Agência Brasil 

A arrecadação de impostos e contribuições federais em fevereiro ficou em R$ 83,137 bilhões, resultado recorde para o mês. Corrigida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a alta é de 3,44% ante fevereiro de 2013.

No bimestre, a arrecadação teve crescimento real [corrigido pela inflação] de 1,91% na comparação com o mesmo período do ano passado, com R$ 206,804 bilhões, resultado recorde também para o período.

De acordo com a Receita Federal, o resultado decorreu da redução do recolhimento de impostos apurados com base na estimativa mensal – Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, ocorrida em fevereiro de um pequeno grupo de empresas.Houve ainda efeito das desonerações tributárias adotadas pelo governo para combater a crise econômica, em especial, folha de pagamento, Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) dos combustíveis, Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) dos automóveis e Imposto sobre Operação Financeira (IOF) para crédito à pessoa física.

A arrecadação sofreu impacto também de indicadores macroeconômicos como a produção industrial, com queda de 2,44% em comparação a fevereiro do ano passado. Por outro lado e na mesma base de comparação, houve aumento na venda de bens e serviços (3,46%), na massa 
salarial (9,33%) e no valor em dólar das exportações (13,16%).

S&P diz que não contempla novo rebaixamento do Brasil

RIO DE JANEIRO, 25 Mar (Reuters) - A agência de classificação de risco Standard & Poor's indicou nesta terça-feira que não vê novo rebaixamento para o Brasil, destacando que isso só acontecerá se os indicadores externos tiverem forte deterioração e se o governo romper seu compromisso com políticas pragmáticas.

"Reduzir os ratings de novo é realmente um cenário que nós não estamos contemplando", disse a analista da agência Lisa Schineller em uma conferência telefônica com analistas e jornalistas.
A S&P disse que, apesar de ter identificado uma certa deterioração nas políticas fiscal e monetária brasileiras, o governo continua comprometido com o combate à inflação e com o cumprimento de metas de superávit primário.

Na segunda-feira, a S&P cortou o rating soberano do Brasil para "BBB-", a faixa mais baixa da categoria de grau de investimento, ante "BBB", com perspectiva estável.

Apesar disso, não havia grande impacto sobre os mercados brasileiros nesta terça-feira, uma vez que o movimento já era esperado pelos investidores e, por isso, já havia tinha precificado. Assim, o dólar tinha leve queda ante o real, assim como os juros futuros, enquanto a Bovespa subia.
 
(Reportagem de Walter Brandimarte)



Brasil 247

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