A mídia tratou pouco da pesquisa do IBOPE sobre ela mesma – a mídia –
feita a pedido da Secretaria de Comunicação (SECOM) da Presidência da
República. E quando deu a notícia, para não perder o costume, o fez
segundo seus interesses, destacando a baixa confiança nos sites, redes
socais e blogs, já que apenas 28% dos leitores confiam muito ou sempre
nas notícias dos sites; 24% nas redes sociais; e 22% nos blogs.
Mas, destacou ao máximo que a população brasileira confia o máximo
nos noticiários das TVs e rádios. A pesquisa registra que 65% dos
brasileiros assistem TV diariamente; 67% à TV aberta; 34% à TV aberta e
à TV por assinatura; e 7% só à TV por assinatura.
Lendo a pesquisa, constata-se que a porcentagem dos que acessam a TV
aberta cai para 51% em São Paulo e para 41% no Rio. Indica, assim, uma
tendência que, acreditamos, logo será nacional. É uma tendência
persistente e a própria mídia especializada tem registrada a queda
contínua de audiência da poderosa TV Globo aberta.
Internet já é mais acessada pelos brasileiros, do que o rádio
Outro dado a destacar é que a internet já é mais acessada que o
rádio – 26% ela contra 21% à sintonia das emissoras de rádio. Uma
informação que passou batida na mídia em geral é que 37% das residências
brasileira já dispõem de TV captada por antena parabólica, cuja
audiência não é aferida pelo instituto de pesquisa.
Já os jornais e revistas vão mal. Somente 6% dos brasileiros leem
jornais todos os dias. Já 75% nunca os leem. As revistas vão pior:, 85%
não as leem e elas são as menos confiáveis. Por exemplo, segundo a
pesquisa, 56% confiam pouco ou nunca confiam nelas contra 40% confiam
muito ou sempre. Em São Paulo, onde ficam as revistas Veja, IstoÉ, Época
e Carta Capital – suas redações, onde são impressas, e de onde parte
sua distribuição para todo o país – apenas 29% confiam muito ou sempre
contra 69% que pouco ou nunca confiam nelas.
O quadro é lamentável, portanto, mais para as revistas, onde chega a
ser dramático. Elas não são lidas e quando o são, não merecem confiança.
Não precisa ser especialista, nem descer a profundidades nas análises
para perceber que aí desponta e fica evidente a má influência da revista
Veja, já que em São Paulo apenas 40% confiam nas revistas contra 59%
que não confiam.
Em média, metade dos brasileiros não confia no rádio e na TV
Nesse quesito – confiança – os jornais se equilibram, com 53% que
confiam muito ou sempre e 45% que nunca ou que confiam muito pouco
neles. O rádio empata: 50% confiam contra 49% que não confiam no
veículo. Já em relação à a TV esta situação se inverte na comparação com
os índices do rádio: 49% confiam e 50% não.
Como vemos, a mídia precisa se auto-avaliar e nós precisamos tomar ao
pé da letra o resultado da pesquisa, embora ela peque por não perguntar
sobre outras questões como pluralismo, monopólio, regulamentação,
conteúdo cultural, conteúdo nacional e regional e TV pública – dentre
outros questões em que se constata omissão no levantamento.
Peca, também, em não perguntar sobre a tendência, a cada dia maior,
da mídia conservadora, de editorializar a informação com âncoras
e apresentadores que dão a notícia com viés político, ou a comentam dentro da orientação e dos interesses da empresa que os contratam e pagam seus salários.
e apresentadores que dão a notícia com viés político, ou a comentam dentro da orientação e dos interesses da empresa que os contratam e pagam seus salários.
Chega a ser insuportável assistir, ouvir ou ler um noticiário
totalmente dirigido e uma pauta repetitiva, pobre dentro de uma agenda
pré-estabelecida com objetivos políticos.Só a queda da audiência,
disputa política e a critica a programação informativa dos meios poderá ,
pelos menos, fazer com que a mídia aceite ouvir o outro lado e obedeça a
Constituição que garante o pluralismo.
Blog do Zé Dirceu
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