15 de março de 2014 | 15:53 Autor: Fernando Brito
O general Newton Cruz dá entrevista à Folha, o jornal da ditabranda.
E o general Nini, como ficou conhecido, fala com a arrogância dos impunes.
Não com o garbo dos tempos de cavalariano, mas com a pequenez daqueles a quem nem o tempo traz arrependimento e serenidade.
Não há novidade na sua confissão de que sabia que o atentado a bomba
do Riocentro estava em vias de se realizar e que nada fez para impedir.
Já havia dito isso ao repórter Geneton de Moraes, da Globonews, num vídeo patético, que reproduzo abaixo.
É obvio que mente, pois ninguém imagina que o chefe de Informações do
SNI possa ficar sabendo que um grupo de militares vai explodir uma
bomba e vá para casa ver televisão.
Mesmo nessa falsa confissão, segue mentindo.
O general, que vivia fazendo pose de valente e, quando se fez um
“buzinaço” pela aprovação das eleições diretas, em 1984, saiu pelo meio
do engarrafamento de rebenque em punho, sovando os capôs dos carros,
agora se oculta numa suposta proteção da Lei da Anistia, para seu ato
de omissão cúmplice (no mínimo).
Mas a Anistia foi em 79 e o Riocentro em 1981.
O argumento que resta seria a prescrição do crime, pelos 33 anos passados.
Mas para esses crimes, segundo os tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, não há prescrição.
A punição para estes casos é o menos importante, em si.
Mais valor tem o sentido pedagógico que isso traria, de mostrar que,
mesmo três décadas depois, não se admite que uma instituição nacional,
como nossas Forças Armadas, se rebaixe ao nível de tolerar núcleos
terroristas e antidemocráticos.
Tijolaço
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