qua, 26/03/2014 - 15:55
- Atualizado em 26/03/2014 - 15:55
Jornal GGN - Mais um navio totalmente construído no Brasil foi lançado às águas nos últimos dias. Trata-se do Dragão do Mar, um suezmax
(para o transporte de óleo cru) de 274 metros de comprimento, 51 de
altura, 48 de largura e uma capacidade de transporte de 157 mil
toneladas de porte bruto. Apesar da magnitude, a embarcação é
extremamente ágil, atendendo, inclusive, as limitações do estreito Canal
de Suez.
O navio foi o mais recente a ser lançado ao mar pelo Programa de
Modernização e Expansão da Frota (Promef), criado em 2004 pelo Governo
Federal. Há cerca de um mês atrás, foi a vez do panamax Irmã Dulce, que tem a mesma função dos suezmax, com dimensões menores.
“O reconhecimento da Petrobrás de que a exploração de petróleo
demandava mais navios de apoio veio de encontro com o fato de que a
frota de petroleiros para transporte de petróleo e derivados na costa
brasileira era composta de navios com mais de 20 anos e precisavam ser
renovados”, disse o presidente do SINAVAL, Ariovaldo Rocha.
Outros seis navios, construídos a partir do Promef, estão em
operação. São eles: Navio Celso Furtado, Rômulo de Almeida, Sergio
Buarque de Holanda e José Alencar (estes navios para transporte de
produtos claros e derivados de petróleo), João Cândido e Zumbi dos
Palmares (tipo suezmax). Outros dois estão em construção: Navio
Anita Garibaldi (navio de produtos claros e escuros) e Oscar Niemeyer
(para o transporte de gás liquefeito de petróleo pressurizado). Já o
Dragão do Mar seguirá para alguns ajustes finais e depois para a fase de
testes operacionais, para aí então operar oficialmente.
Além das embarcações já citadas, o Promef tem como meta construir até
2020 mais 17 navios só na primeira fase do programa e outros 23 na
segunda fase. Todos voltados para cabotagem (Navegação ao longo da
costa, geralmente ligando portos de um mesmo país). A demanda do
programa é feita pela Transpetro, que desde sua criação, em 1998,
contribui para o avanço tecnológico e modernização do setor.
Os quase 20 anos de depressão da construção naval no país mostraram o
quão importante é a participação efetiva do estado como indutor desse
tipo de indústria. Segundo o presidente do SINAVAL, o Brasil apresenta
resultados mais surpreendentes que os três principais produtores navais.
“Os principais competidores da indústria naval internacional –
Japão, Coreia do Sul e China – levaram mais de 30 anos para atingir
níveis de competitividade. A construção naval brasileira já apresenta
resultados em 14 anos de operação”, afirmou. Hoje o Brasil é o 4º maior produtor naval do mundo.
Programa de renovação da Frota de Apoio Marítimo (Prorefam)
Assim como o Promef, outro programa do governo, o Prorefam é um dos
grandes responsáveis pela recuperação do setor e da geração de mais de
70 mil empregos em 14 anos. Só em 2013 foram entregues 21 embarcações de
apoio offshore que seguem a pauta da inovação tecnológica do setor. “Os
navios de apoio marítimo, em construção ou recentemente entregues,
incluem projetos da mais avançada tecnologia hoje existente, como os
dos tipos AHTS (Anchor Handling Tug Supply) e PLSV (Pipe Laying Support Vessel), atestando a crescente especialização e a qualificação dos estaleiros e da engenharia nacional”, ressaltou Ariovaldo Rocha.
Ainda em 2013 foram entregues 10 embarcações de apoio portuário (que
atuam nas operações de atracação e desatracação de embarcações nos
portos brasileiros), 44 de navegação interior, as chamadas barcaças
graneleiras (embarcações utilizadas no transporte de cargas pelos rios
do país). Quatro projetos de novos estaleiros também foram lançados:
Vard Pomar (PE), Wilson Sons (SP) e Aliança (RJ), assim como a ampliação
do Estaleiro São Miguel (RJ).
Ariovaldo Rocha avalia as conquistas como uma das políticas públicas
mais bem sucedidas da história do país, já que em parceria com o governo
estão 17 grandes grupos, sendo 14 de capital internacional, listados
entre os mil maiores do país. “Os estaleiros brasileiros têm como
acionistas alguns dos maiores grupos empresariais locais e
internacionais, são parceiros e atuam em projetos conjuntamente com
grandes empresas internacionais. Esses investidores acreditam na
continuidade da política do governo brasileiro quanto ao conteúdo local
dos projetos”, finalizou o presidente do SINAVAL.
Blog do Luis Nassif
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