Em 2012, o líder do PSDB na Câmara dos Deputados,
Antonio Imbassahy (PSDB-BA), requereu informações à Petrobras e recebeu
um lote de documentos altamente confidenciais, com dados, inclusive,
sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas; havia o compromisso
de manter tudo em sigilo, mas, nos últimos dias, informações ali
contidas alimentaram denúncias na imprensa contra a empresa; além disso,
num movimento altamente heterodoxo, o deputado tucano informou à Câmara
que recebeu aquele lote de informações num envelope sem lacre; será que
Imbassahy se vacinou?
247 - Em 2012, o
líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antonio Imbassahy (PSDB-BA)
requereu várias informações à Petrobras. A estatal decidiu enviá-las,
desde que fosse mantido o compromisso da confidencialidade, uma vez que
ali constavam documentos altamente secretos da companhia.
Adversário do PT na Bahia, desde
então Imbassahy se tornou um dos mais aguerridos críticos da compra da
refinaria de Pasadena, no Texas. Naquele momento, especulava-se que o
ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli seria candidato à
sucessão do governador baiano Jaques Wagner.
Pasadena era, portanto, um caso
local, que só agora ganhou repercussão nacional. Por isso mesmo, nos
últimos dias várias informações confidenciais que ali estavam passaram a
vazar para os jornais. Qual foi a fonte? Jamais se saberá, uma vez que a
Constituição assegura aos jornalistas o sigilo da fonte.
No entanto, Imbassahy cometeu um ato
falho. Já em 2012, ele enviou um ofício à primeira-secretaria da Câmara
dos Deputados, informando que o envelope com documentos secretos da
Petrobras chegou à Câmara sem lacre. Será que foi uma vacina?
Ontem, o site do jornal Folha de S. Paulo publicou matéria a respeito. Leia abaixo:
Documento sobre Pasadena enviado ao Congresso foi violado
Documento elaborado pela Petrobras
com informações sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, e
encaminhado em dezembro de 2012 em caráter reservado à Câmara dos
Deputados, chegou violado ao seu destinatário.
Além de chegar sem qualquer lacre, faltavam duas páginas que, soube-se depois, diziam respeito exatamente ao negócio do Texas.
A primeira-secretaria da Câmara,
então controlada pelo ex-tucano Eduardo Gomes (TO), hoje no partido
Solidariedade, recebeu um ofício do deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA)
no dia 18 de dezembro de 2012 comunicando que o conteúdo de caráter
"reservado'' das respostas prestadas pela Petrobras (e encaminhadas pelo
Ministério de Minas e Energia) a um requerimento de informações
chegaram ao seu gabinete "totalmente aberto", sem identificação do grau
de sigilo.
Ao tomar conhecimento do teor do documento, o deputado constatou, segundo ofício da primeira-secretaria a que a Folha teve
acesso, "a ausência das folhas 3 e 4, coincidentemente, essas folhas
continham respostas aos questionamentos sobre a operação de aquisição,
pela Petrobras, da refinaria situada em Pasadena".
Gomes, então, abriu uma apuração administrativa à época para apurar a "violação do citado sigilo".
A assessoria de Gomes disse à
reportagem que, conforme apuração, "houve uma falha nas cópias enviadas
ao parlamentar" pois os originais ficam arquivados e que desconhecia o
conteúdo das páginas "pois não foi dado acesso de seu teor a ninguém''.
O serviço administrativo da seção
diz ter constatado que os documentos foram enviados pelo Ministério das
Minas e Energia "sem envelope" e sem os procedimentos que regulamentam o
tratamento de informação classificada em grau de sigilo.
O ministério foi, então, comunicado
para corrigir o documento para o nível reservado. A primeira-secretaria
nega que tenham vazado informações do documento.
Procurado pela Folha, Imbassahy confirma o episódio, mas não quis comentar os detalhes.
A assessoria do ministério também foi procurada pela reportagem, mas não retornou até a publicação da reportagem.
Brasil 247
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