Manchete do jornal da família Frias
estampa: "executivos refutam explicação de Dilma no caso Petrobras"; no
entanto, quando o leitor chega à reportagem, onde estão esses mesmos
executivos?; quais são os nomes e sobrenomes?; segundo a Folha, pediram
anonimato e, portanto, fizeram suas declarações em off; será que um caso
dessa envergadura, em plena campanha eleitoral, que coloca a Petrobras
no centro do debate político, fica mesmo de pé sem que as fontes mostrem
suas caras?; cabe ao leitor julgar
247 -
"Ela [a presidente Dilma Rousseff] poderia ter lido todo o processo
mas, pelo visto, ficou só no resumo executivo". Em reuniões do conselho
administrativo da Petrobras, o "procedimento normal" prevê que, além do
resumo executivo, os conselheiros também tenham à disposição o processo
completo para análises antes e durante a reunião.
Quem diz essas duas
frases. Segundo a Folha de S. Paulo, dois executivos da Petrobras, que
conversaram com a reportagem. Nome, sobrenome? Ninguém sabe. Cargos na
companhia? Também não. Tinham conhecimento da operação sobre a compra da
refinaria de Pasadena, no Texas, por US$ 1,2 bilhão? Mistério.
No entanto, esses mesmos
"dois executivos" da Petrobras seguram a manchete desta quinta-feira do
jornal. Supostamente, falaram à Folha e pediram anonimato, no chamado
"off" usado pelo jornalismo em situações raras – o mesmo artifício, por
exemplo, foi usado pela revista Veja para atribuir supostas regalias a
José Dirceu na Papuda, numa reportagem que já caiu no descrédito.
O problema, em casos
desse tipo, é: quem garante que as informações são verdadeiras? Será
mesmo que declarações em off são o bastante para segurar uma manchete de
um jornal que se diz a serviço do Brasil e é um dos mais lidos? O que
assegura, por exemplo, a lisura das declarações?
O caso Pasadena,
lembre-se, vem sendo explorado pela oposição há vários meses e pode
provocar uma CPI no Congresso Nacional. Ontem, na tribuna, o senador
Aécio Neves (PSDB-MG), afirmou que a Petrobras é a OGX da presidente
Dilma Rousseff, numa alusão às empresas de Eike Batista, que foram à
lona (leia mais aqui).
Deputados da oposição articulam uma CPI, junto com os rebelados do
PMDB, mas o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL),
tenta conter as chamas (leia aqui).
Toda a celeuma começou
depois que a presidente Dilma afirmou que a compra de Pasadena foi feita
com um parecer "falho" e "omisso" (leia aqui). Por ter informações apenas parciais, ela teria, como integrante do conselho de administração, aprovado a operação.
Brasil 247
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