quinta-feira, 20 de março de 2014

Folha usa "off" para atacar Dilma no caso Pasadena

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Manchete do jornal da família Frias estampa: "executivos refutam explicação de Dilma no caso Petrobras"; no entanto, quando o leitor chega à reportagem, onde estão esses mesmos executivos?; quais são os nomes e sobrenomes?; segundo a Folha, pediram anonimato e, portanto, fizeram suas declarações em off; será que um caso dessa envergadura, em plena campanha eleitoral, que coloca a Petrobras no centro do debate político, fica mesmo de pé sem que as fontes mostrem suas caras?; cabe ao leitor julgar
20 de Março de 2014 às 06:45


247  - "Ela [a presidente Dilma Rousseff] poderia ter lido todo o processo mas, pelo visto, ficou só no resumo executivo". Em reuniões do conselho administrativo da Petrobras, o  "procedimento normal" prevê que, além do resumo executivo, os conselheiros também tenham à disposição o processo completo para análises antes e durante a reunião.
Quem diz essas duas frases. Segundo a Folha de S. Paulo, dois executivos da Petrobras, que conversaram com a reportagem. Nome, sobrenome? Ninguém sabe. Cargos na companhia? Também não. Tinham conhecimento da operação sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, por US$ 1,2 bilhão? Mistério.
No entanto, esses mesmos "dois executivos" da Petrobras seguram a manchete desta quinta-feira do jornal. Supostamente, falaram à Folha e pediram anonimato, no chamado "off" usado pelo jornalismo em situações raras – o mesmo artifício, por exemplo, foi usado pela revista Veja para atribuir supostas regalias a José Dirceu na Papuda, numa reportagem que já caiu no descrédito.
O problema, em casos desse tipo, é: quem garante que as informações são verdadeiras? Será mesmo que declarações em off são o bastante para segurar uma manchete de um jornal que se diz a serviço do Brasil e é um dos mais lidos? O que assegura, por exemplo, a lisura das declarações?
O caso Pasadena, lembre-se, vem sendo explorado pela oposição há vários meses e pode provocar uma CPI no Congresso Nacional. Ontem, na tribuna, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), afirmou que a Petrobras é a OGX da presidente Dilma Rousseff, numa alusão às empresas de Eike Batista, que foram à lona (leia mais aqui). Deputados da oposição articulam uma CPI, junto com os rebelados do PMDB, mas o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), tenta conter as chamas (leia aqui).
Toda a celeuma começou depois que a presidente Dilma afirmou que a compra de Pasadena foi feita com um parecer "falho" e "omisso" (leia aqui). Por ter informações apenas parciais, ela teria, como integrante do conselho de administração, aprovado a operação.



Brasil 247

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