Universidade de Buenos Aires concede títulos de
doutor honoris causa ao ex-presidente brasileiro, o economista indiano
Amartya Sen, ídolo das esquerdas, e ao ex-primeiro ministro espanhol
Felipe Gonzales, ícone da social-democracia europeia; Lula aproveita
foro de alto nível para dar recado duro na direção da mídia tradicional:
"Alguns canais de televisão, alguns comentaristas tentam desacreditar a
política, mas fora da política não há saída. Vira qualquer coisa, menos
democracia", afirmou; segundo petista, "em alguns países da América
Latina a imprensa muitas vezes age como se fosse um partido político, só
não tem coragem de dizer que é"; vai entrar na tela da Globo?
247 – Com novas críticas à imprensa, o
ex-presidente Lula fez um apelo em Buenos Aires, na noite desta
terça-feira 15, para que os jovens entrem na política. Fora dela, disse
ele, "não há saída". O petista participou do Primeiro Fórum de
Responsabilidade Social da Argentina, quando foi homenageado com o 9º
título de Doutor Honoris Causa. Lula foi palestrante do evento junto com
o ex-presidente espanhol Felipe González e os economistas Amartya Sen,
da Índia, e Bernardo Kliksberg, da Argentina.
De acordo com o ex-presidente, "alguns canais de televisão, alguns
comentaristas tentam desacreditar a política, mas fora da política não
há saída. Vira qualquer coisa, menos democracia". E pediu aos jovens:
"Entrem na política porque o político que você deseja quem sabe está
dentro de vocês". De acordo com relatos do jornal Valor Econômico, Lula
também fez um apelo para que manifestantes no Brasil não façam a negação
da política.
Lula voltou a dizer que, durante seu governo, os jornais receberam
muito dinheiro, mas mesmo assim não deixaram de criticá-lo diariamente.
"[Durante meu governo], meus amigos donos de jornais ganharam muito
dinheiro e nunca me deram um momento de trégua", afirmou. Em 2005,
lembrou ele, durante a crise do chamado 'mensalão', ele relatou que
"apanhava de manhã, de tarde e de noite, e enquanto eu estava dormindo
também".
O ex-presidente contou que, mesmo tendo deixado de se informar pela
imprensa, não desaprendeu nada. "Ainda tive o prazer de deixar a
presidência com 87% de bom e ótimo", disse. "Em alguns países da América
Latina", disse ele, "a imprensa muitas vezes age como se fosse um
partido político, só não tem coragem de dizer que é".
Brasil 247
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