Professor da Escola de Administração Pública da
FGV de São Paulo, Claudio Couto, afirma em entrevista que o presidente
do STF fez uma "acusação gravíssima" contra seus colegas, a presidente
Dilma e o Senado ao dizer que eles "são juízes de encomenda"; exposição à
execração pública, diz ele, "enfraquece a natureza das instituições";
Joaquim Barbosa fez "discurso político" e "jogou para a torcida", em sua
avaliação
247 – O cientista político Cláudio Couto, da
Escola de Administração Pública da FGV de São Paulo, afirmou que o
presidente do STF, Joaquim Barbosa, fez "acusações gravíssimas" a seus
colegas da corte Luís Roberto Barroso e Teori Zavascki, além de atingir
ainda a presidente Dilma Rousseff, que os indicou, e o Senado, que os
aprovou. Na última quarta-feira, Barbosa disse que a maioria que votou
pela absolvição dos réus da AP 470 era "feita sob medida".
"O que Barbosa fez foi acusar os dois colegas de tribunal de irem
para lá com uma missão, a de desfazer o resultado desse julgamento.
Seria como dizer que eles são juízes de encomenda", opinou Couto, em
entrevista à rádio CBN. Segundo ele, a atitude "coloca em xeque não só
os dois colegas, mas acaba colocando também numa situação muito
complicada a presidente da República, e, com isso, o Senado que os
aprovou", acrescentou o cientista político.
Segundo Couto, "muito mais do que um posicionamento judicial,
[Barbosa] fez um discurso político – como ele verbalizou, que era
necessário 'alertar a nação' – voltado para a sociedade. Pode se dizer
que, de alguma forma, o ministro jogou para a torcida". Na avaliação do
especialista, "expor à execração pública seus colegas de corte e
desqualificar a natureza dessa decisão enfraquece a natureza das
instituições".
Brasil 247
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