quinta-feira, 13 de março de 2014

Dilma define com reforma qual é o seu PMDB

UESLEI MARCELINO: Brazil's President Dilma Rousseff reacts during the plenary meeting for the Council of Economic and Social Development at Itamaraty Palace in Brasilia July 17, 2013. REUTERS/Ueslei Marcelino (BRAZIL - Tags: POLITICS)
Presidente ignora chantagem comandada pelo líder Eduardo Cunha, na Câmara; ela define seis novos nomes do seu agrado pessoal para ministérios; técnicos como Clélio Campolina Diniz, reitor da UFMG que vai para Ciência e Tecnologia, são reconhecidos em seus ambientes de atuação, além de filiados ao PMDB, caso também de Neri Geller, da Agricultura; Dilma Rousseff reafirma autonomia e resgata viés anti-fisiológico de sua gestão; avalia-se no Palácio do Planalto que pauta de votações no Congresso é de importância apenas relativa para o governo; presidente prefere ser fiel a princípios do que ceder a circunstâncias; Dilma pode prescindir do PMDB que não é seu?
13 de Março de 2014 às 18:50


247 – A presidente Dilma Rousseff confirmou que a ousadia está no seu DNA político. Alheia ao histórico de estragos feitos pelo PMDB, ao longo da história do partido, sobre diferentes gestões presidenciais, ela peitou. Diante da maior rebelião de bancadas em seus três anos e três meses de gestão, comandada pelo líder peemedebista Eduardo Cunha, a presidente fez exatamente tudo o que os chantagistas da política não esperavam.  Diante do pedido de um sexto ministério para o partido, ela atendeu bem à sua maneira.


Nomeou para a Agricultura um peemedebista indicado por um dos reis do agronegócio do Brasil, o senador Blairo Maggi, Neri Geller. Hoje, surpreendeu e confirmou seis trocas, o que incluiu a entrada no goerno do reitor da Uniersidade Federal de Minas Gerais, Clélio Campolina Diniz. Ambos são considerados pessoas de notório saber em seus respectivos ambientes profissionais.


Qual é o problema desse tipo de escolha?, é como se ela perguntasse ao PMDB. Vendo-se como ofendida pelas manobras radicais de Cunha, que inicialmente surpreenderam a cúpula do partido, mas que, no decurso, pareceram agradar pela oportunidade de fazer pressão, Dilma fez sua escolha. E ela preferiu marcar sua posição com nomes técnicos do que ceder e, ainda assim, não conseguir aplacar o apetite insaciável da ampla ala fisiológica do partido.


O recado da presidente é claro. Neste ano eleitoral, ela está se importando menos com a sustentação que pode obter no Congresso – especialmente na Câmara – e sim muito mais com a maneira como pretende se apresentar ao eleitorado. Dilma quer passar longe dos carimbos que podem marcá-la como conivente com pressões que considera ilegítimas e sem justificativa.


Mesmo irritando-se diante da convocação de noves ministros e a presidente da Petrobras, Graça Foster, para depoimentos na Câmara, a presidente avalia com seus núcleo de conselheiros que a pauta do Congresso não terá, no restante do ano, votações cruciais para o governo. A presidente pagou para ver se as ameaças do PMDB de até mesmo romper a aliança eleitoral planejada para este ano são verdadeiras. O partido, por seu lado, sempre se mostrou perfeito em praticar vinganças políticas.
O que vai se descobrir é quem pode mais para chorar menos.


Abaixo, notícia da Agência Brasil a respeito:


Agência Brasil - A presidenta Dilma Rousseff anunciou, nesta tarde, a substituição de seis ministros. As mudanças ocorrem nos ministérios do Desenvolvimento Agrário, das Cidades, da Pesca e Aquicultura, da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Turismo.


O Ministério do Desenvolvimento Agrário, atualmente ocupado por Pepe Vargas, será assumido pelo ex-presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, que já ocupou a pasta no governo Lula. Na pasta das Cidades, o vice-presidente de Governo da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, substituirá o atual ministro Aguinaldo Ribeiro.
Clelio Campolina Diniz, reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), será o novo titular da Ciência e Tecnologia no lugar de Marco Antonio Raupp. Já o senador Eduardo Lopes (PRB-RJ) ocupará o ministério da Pesca e Agricultura, atualmente conduzido pelo também senador Marcelo Crivella, também do PRB fluminense.


Neri Geller, hoje secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, será o substituto de Antônio Andrade na pasta. Para o lugar de Gastão Vieira no Ministério do Turismo, a presidenta anunciou  o gerente de assessoria internacional do Serviço Brasileiro às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Vinicius Nobre Lages.


Os novos ministros tomarão posse na próxima segunda-feira (17), às 17h. De acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), a presidenta Dilma Rousseff agradeceu a dedicação e o empenho dos seis ministros que estão saindo e disse que eles continuarão contando com seu apoio e confiança.


Esta é a segunda etapa da reforma ministerial, iniciada por Dilma há pouco mais de um mês. Gleisi Hoffmann, Alexandre Padilha e Helena Chagas saíram, respectivamente, da Casa Civil, da Saúde e da Secretaria de Comunicação Social (Secom). Aloizio Mercadante assumiu o lugar de Gleisi e foi substituído na Educação por José Henrique Paim. Já a pasta da Saúde foi ocupada por Arthur Chioro, e Thomas Traumann assumiu a Secom.


Os membros do primeiro escalão começaram a deixar seus cargos para se candidatar às eleições de outubro deste ano. No dia 5 de outubro, será realizado o primeiro turno das eleições para presidente da República e governadores dos estados, e serão eleitos senadores e deputados. Quem deseja participar do próximo pleito deve deixar seu posto até 5 de abril, segundo as regras do calendário eleitoral.




Brasil 247

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