Como eu já disse aqui, o ex-presidente Lula segue muito atuante e
disposto a colaborar para o debate nacional de questões importantes.
Ontem mesmo ele esteve em cerimônia na OAB-Nacional comemorativa dos 25
anos da Constituinte.
Falou sobre a Carta, o papel do PT durante sua elaboração e também de mandatos para os ministros no Supremo Tribunal Federal.
Lula lembrou que o PT foi injustamente acusado de não ter assinado a
Constituição em 1998. O PT assinou, sim, mas votou com uma declaração do
porquê.
O ex-presidente ressaltou que o PT entregou propostas para um
regimento interno do Congresso e de uma Constituição, mas que eram
radicais. “Se tivessem aprovado o nosso regimento e a nossa
Constituição, certamente o País seria ingovernável, porque éramos duros
na queda”, disse Lula. No final do processo da Constituinte, o PT
assumiu a nova Carta.
E o PT também foi a maior força de enfrentamento ao chamado Centrão
(PMDB, PFL, PTB, PDS e outros) na Assembleia Nacional Constituinte, um
grande bloco conservador formado no Congresso da época. Isso mesmo sendo
o PT uma das menores bancadas.
Reforma política
No mesmo evento, foi também muito importante a defesa que o
presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coelho, voltou a fazer da
reforma política, para fazer que “o poder econômico e o uso da máquina
administrativa não sejam decisivos nas eleições”.
Reforma política, vale sempre ressaltar, que tem sido uma das
principais bandeiras do PT e de Lula nos últimos anos. E quem vem sendo
bloqueada pela maioria da Câmara, que não quer fazê-la, embora já haja
uma proposta pronta para ser aprovada.
Mandatos no STF
“Se um presidente da República tem tempo, tem mandato, por que os
outros cargos não podem ter?”, perguntou Lula após o evento, ao se
referir à regra que permite aos ministros ficarem no cargo até
completarem 70 anos.
“Se tudo nesse País pode ser renovado, por que um juiz tem de ficar a
vida inteira?”, disse Lula. Para ele, a definição de um mandato
promoveria a alternância de nomes ocupando o mesmo cargo. “É uma coisa
que tem de ser discutida. O importante é que, no Brasil, não há tema
proibido.”
Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário