14/03/2014
Mauro Santayana
(JB) - A chilena Michelle Bachelet tomou posse, pela segunda vez, como Presidente da República do Chile.
A volta de Bachelet, da coalizão de centro-esquerda Nova Maioria, ao Palácio de La Moneda, e a saída do conservador Sebastián Piñera, representam nova derrota para a política norte-americana na região, além de um duro golpe para a Aliança do Pacífico, factoide criado pelos espanhóis e norte-americanos para funcionar como espécie de contraponto ideológico e midiático ao projeto, empreendido pelo Brasil e por outras nações, de união e integração continental.
A volta de Bachelet, da coalizão de centro-esquerda Nova Maioria, ao Palácio de La Moneda, e a saída do conservador Sebastián Piñera, representam nova derrota para a política norte-americana na região, além de um duro golpe para a Aliança do Pacífico, factoide criado pelos espanhóis e norte-americanos para funcionar como espécie de contraponto ideológico e midiático ao projeto, empreendido pelo Brasil e por outras nações, de união e integração continental.
Preocupados em marcar presença, os EUA enviaram o vice-presidente Joe Biden a Santiago. O Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, fez questão, também, de comparecer pessoalmente, depois de passar pelo Equador, onde, fiel à sua aliança com Madrid, foi convidar Rafael Correa para participar da cúpula “ibero-americana” - outro factoide espanhol, cada vez mais desprestigiado - que será realizada no México, em Veracruz, no segundo semestre.
Convidado por Bachelet, para compor seu governo, o novo ministro chileno das Relações Exteriores, Heraldo Muñoz, já deixou claro que haverá clara guinada na área, que deverá privilegiar a política regional e a recuperação do diálogo com os países mais próximos.
O deputado e ex-embaixador Luís Maira, um dos principais conselheiros de Bachelet em política externa, foi ainda mais direto. Acusou o governo Piñera de ter feito um estrago no âmbito das relações entre o Chile e seus vizinhos da América do Sul, com a intensificação dos conflitos territoriais com o Peru e a Bolívia; o distanciamento do Equador; e um quadro de relações virtualmente congeladas com o Brasil e a Argentina.
No caso particular de Brasília, a reaproximação não se fará, no entanto, apenas devido à afinidade pessoal e política entre Bachelet e Dilma.
Pragmática, e, sobretudo, inteligente, e sem a cegueira do preconceito ideológico, a nova presidente chilena sabe muito bem quais são as diferenças entre o Brasil e a Aliança do Pacífico, as forças e as condições que estão em jogo.
Ela tem conhecimento de que o México, nos últimos anos, deixou de contar entre os dez principais importadores de produtos chilenos. Assim como sabe que a corrente de comércio entre o Brasil e o Chile é quase o dobro da que existe entre chilenos e mexicanos. E não precisa ser empresária para entender que a confiança de chilenos e mexicanos na economia brasileira é tão grande, que o Brasil é o principal destino de investimentos chilenos no exterior – vidfe a comora da CTIS pela Sonda esta semana - e o mesmo com relação aos mexicanos, no âmbito latino-americano. Ou que o Brasil cresceu mais que o dobro do México nos últimos doze meses, ou ter em mente que – com todos nossos eventuais problemas – ainda somos a sétima economia do mundo – maior que toda a Aliança do Pacífico reunida - e o segundo maior mercado consumidor das Américas, depois dos EUA.
É improvável que o Chile abandone a Aliança do Pacífico devido à volta de Michelle Bachelet ao Palácio de La Moneda.
Convidado por Bachelet, para compor seu governo, o novo ministro chileno das Relações Exteriores, Heraldo Muñoz, já deixou claro que haverá clara guinada na área, que deverá privilegiar a política regional e a recuperação do diálogo com os países mais próximos.
O deputado e ex-embaixador Luís Maira, um dos principais conselheiros de Bachelet em política externa, foi ainda mais direto. Acusou o governo Piñera de ter feito um estrago no âmbito das relações entre o Chile e seus vizinhos da América do Sul, com a intensificação dos conflitos territoriais com o Peru e a Bolívia; o distanciamento do Equador; e um quadro de relações virtualmente congeladas com o Brasil e a Argentina.
No caso particular de Brasília, a reaproximação não se fará, no entanto, apenas devido à afinidade pessoal e política entre Bachelet e Dilma.
Pragmática, e, sobretudo, inteligente, e sem a cegueira do preconceito ideológico, a nova presidente chilena sabe muito bem quais são as diferenças entre o Brasil e a Aliança do Pacífico, as forças e as condições que estão em jogo.
Ela tem conhecimento de que o México, nos últimos anos, deixou de contar entre os dez principais importadores de produtos chilenos. Assim como sabe que a corrente de comércio entre o Brasil e o Chile é quase o dobro da que existe entre chilenos e mexicanos. E não precisa ser empresária para entender que a confiança de chilenos e mexicanos na economia brasileira é tão grande, que o Brasil é o principal destino de investimentos chilenos no exterior – vidfe a comora da CTIS pela Sonda esta semana - e o mesmo com relação aos mexicanos, no âmbito latino-americano. Ou que o Brasil cresceu mais que o dobro do México nos últimos doze meses, ou ter em mente que – com todos nossos eventuais problemas – ainda somos a sétima economia do mundo – maior que toda a Aliança do Pacífico reunida - e o segundo maior mercado consumidor das Américas, depois dos EUA.
É improvável que o Chile abandone a Aliança do Pacífico devido à volta de Michelle Bachelet ao Palácio de La Moneda.
Mas Santiago se reaproximará decididamente da UNASUL e do Mercosul – organização da qual o Chile toma parte como membro associado – e vai abandonar a tática – tão a gosto de Piñera – de pintar de dourado o andor de papelão da Aliança do Pacífico.
Jornal do Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário